segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Sempre gostei do teu cheiro em mim, não te sei explicar porquê mas sinto que é mais meu do que teu. Assim como tu gostas das minhas mãos entrelaçadas nas tuas e por alguma razão sempre te pertenceram mais a ti do que a mim. Sempre fomos um do outro, não fomos? Apenas ainda não tínhamos reparado.

sábado, 28 de agosto de 2010

S[ab]es[?]!


Ama[s]-me[?]!
Pega em mim.
Despe-me.
Tira-me este cheiro a solidão d'alma, est'amargura do corpo!

Beija[s]-me[?]!
Anima-me meu corpo gelado, desperta o ardor que no meu âmago jaz calado.
Torna rubros meus lábios cianosados pelo d'uso. Torna-os encarnados cravos desabruchados, maduros!

Abraça[s]-me[?]!
Daquela maneira que pega a alma ao colo.
É qu'ela é menina mimalha largada numa passadeira.
Está em pranto, está numa choradeira.







Ama[s]-me[?]!


{É qu'eu sim, duma maneira perdida e sem fim!}

Borrega

P.S. - Pra quem tenho saudades...

Créditos:
Imagem: Angelina Jolie
Publicado: a 19/08/2010, in Zoo.Lógico.

(texto fictício!)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Hoje apetece-me entrar no quarto e fechar a porta e não sair mais. Só amanhã se calhar. A verdade é que a culpa é sempre minha. Fazes com que eu cumpra uma imagem que tu queres , tenho de ser de ferro com tudo, aguentar os meus próprios problemas e os nossos e tu aí, que ás vezes nem os teus aguentas. Eu tenho de ouvir as coisas que te apetece dizer e depois de me magoares dizes ''expressei-me mal''; Eu tenho de ouvir os teus lábios fecharem e abrirem quando falas de outras e não posso reagir mal. Mas depois eu fico chateada e choro e encho o meu quarto de lágrimas , formo uma inundação e tenho de te molhar os pés. E eu sei, ficas com frio, desculpa. Mas eu também não posso ter frio sozinha. Quem disse que ter uma relação era a coisa mais fácil do mundo enganou-se. Para ti é fácil porque dizes compreender aquilo que nunca compreendes. Mas não é assim. Não é assim. Pensas que te julgo por acordar todos os dias com os teus erros dentro de mim, porque se tornaram cicatrizes que ardem, bolhas nos pés que me impedem de andar. Pedes-me que pare, que pare muitas vezes de me queixar. E sou obrigada a parar quando no fundo não consigo. Tenho saudades de ter rosas pousadas sobre a caixa de correio, saudades de um anel no dedo, de uma pulseira no braço, saudades de ter o coração preenchido e me sentir com vontade de saborear uma boa inspiração lá fora. Tenho saudades de um bilhete no caderno que guardavas, de um beijo inesperado, de uma mensagem que me pusesse a chorar e me tirasse horas de leitura. Tenho saudades de alguém que me olhe e saiba tudo o que eu quero dizer; Saudades de alguém que chore quando saiba que eu preciso de chorar e que me pegue ao colo, que me tape os olhos, que me leve á mais alta colina para ver o por-do-sol. Saudades de alguém que me queira apresentar a meio mundo, por ser a miúda dele. Saudades de alguém que me diga que onde quer que vá, quem ele quer não está lá. Tenho saudades de alguém que me deixe vestir a sua camisola, que corra comigo e que espere quando me dói a barriga. Tenho saudades de alguém que me faça ter uma caixa-de-segredos, que me faça escrever o seu nome em qualquer sítio e mil corações, alguém que me ponha a cabeça na lua, alguém que me vista vestidos e me proclame princesa, alguém . Tu. Não posso exigir isto de ti, por isso, á tua maneira eu sei que gostas de mim. Mas se tu me dissesses o que é preciso fazer para que voltes a ser tu , eu fazia. Virava a lua ao contrário , pendurava uma estrela na porta de tua casa, ou andava contigo ao colo.
Se tu soubesses falar, eu ficava mais feliz. Se tu soubesses que nem sempre é fácil esquecer e ajudasses a curar as feridas que tu próprio fazes, era mais fácil.

Retrato

«Acho que complicas demasiado o que é simples. Às vezes é preciso deixares-te levar.»
Eu sou assim: demasiado lógica. Mas sou apologista de que nem tudo tem uma explicação. Mas procuro sempre achar o ponto da questão, embora me deixe vencer pelo: “só porque sim”.
Preciso de entender as entrelinhas da tua boca e as falas do meu coração. Preciso de ouvir as badaladas da minha cabeça e seguir os movimentos do meu corpo.
Gosto de te analisar; Gosto de te compreender. Preciso de ver como é a correlação entre ti e os teus. É necessário para saber a diferença em
“nós”. É um processo meu – analisar-te em particular; analisar-te em interacção; e por fim analisar-te em mim.
Não complico. Apenas estudo as situações.
Faço-o, porque me deixo levar demasiado pelas sensações. Adoro agarrar os momentos e pensar em consequentes só em casos extremos.
Sou de contrários. Não me concilio em meios-termos; ou é 8 ou 80. Mas sou uma metade!
Gostava de me saber balançar, mas tudo o que peso são opostos divergentes – realeza e fantasia.
Tenho duas dualidades; dois olhares que se cruzam mas não se tocam. Não sei identificar “o melhor” – cada um tem o seu tempo, o seu espaço e a sua estação. Escolher um, era abdicar de um ponto de vista, de uma direcção.
Não gosto de preferir. Não me sei decidir. Enrolo, volto a arrolar e mastigo o assunto. Faço uma bola de pastilha e fico a triturar o conteúdo até ao longínquo. Deixo que tudo atinja o ponto máximo: bola de neve, e não calculo seguintes.
Sob pressão, faço um “dolitá” e deixo que a ventura me abençoe.
Em tudo o que escrevo, deito-lhe um pouco de fé. A credulidade dos meus sentimentos.
Sinto; sinto muitas vezes ao dia. Sinto as formas, os moldes e as figuras. E sinto a dor.
É pela mágoa, que prefiro que tudo se prolongue em mim. Amparo tantos golpes, que não posso deixar tudo se quebre “em ti”. Mas preciso simultaneamente de protecção, de auxílio e de socorro.
Adoro esta dependência de abrigo de sentimentos; mas preservo toda a liberdade que deixo em margem.
Por consequente, não gosto de me sentir demasiado desamparada. Mas como gosto de me encontrar no meu espaço – em que analiso o tempo e as figuras; crio amizade com tudo o que cogito; Sou amiga das minhas ideias.

Em jeito de desabafo.

Sabes o que ainda me chateia em ti? Teres-me induzido em erro, de todas as vezes. Não me amas mas não me deixavas ir embora, como a gabriela sempre disse. Teimo em não ouvir, não é? Mas olha que desta ouvi. Comecei a ler nas entrelinhas do que antes me eram palavras garantidas e a entender o que sempre tentaste dizer. Dizias tu que não sabias falar, afinal era eu que não estava disposta a ouvir.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Não é fácil trocar o certo pelo incerto.

Agora que a despedida estava cada vez mais perto ela queria passear pela cidade à que tantos anos chamava de sua. Queria passar nas ruas que já tinha percorrido centenas de vezes, contudo, queria faze-lo de forma diferente, queria olhar com outros olhos, queria passar andar devagar e reparar em todos os pormenores que ignorava, queria saber as frases que andavam escritas nas paredes, queria saber o nome das ruas que calcava, queria olhar para as pessoas com quem se cruzava, queria sentir tudo como se fosse o inicio do fim. Horas depois, parou num dos seus sítios predilectos, dali podia avistar parte da cidade, a parte que mais lhe dizia. Ali sentiu que tudo estava a perder o sentido, sentiu o futuro não lhe parecia certo, sentiu que se é verdade que cada um de nós tem um lugar onde se encaixa aquele era o dela e que só ali poderia ser verdadeiramente feliz. Nesse momento, completamente envolvida pela nostalgia do passado e pela incerteza do futuro, percebeu que iria ser tudo menos fácil dizer Adeus Coimbra.

be different.

when everyone's asking "why?", I just wonder "why not?"

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Os amores são assim, apoucam-se quando as pessoas os deixam ao abandono.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Perdoa-me se ainda não consegui que me sejas indiferente, como tu tens esse dom, eu tenho este defeito. Pensei que quando prometeste amar , seria respeitando defeitos, não seria ver-me chorar e tu seguires em frente.
 'Que ironia chamares-me tsunami,
quando és tu quem provoca sempre estragos.'




* MRP

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Os porquês do meu amor

Amo-te, mas não sei como, nem porquê.  Amo-te porque o meu coração grita por ti, porque a minha boca pede a tua. Amo-te porque conquistaste a minha alma. Amo-te porque estás para mim como a lua está para o céu, como o brilho está para as estrelas. Amo-te pelas flores que plantas no meu ventre, pela sede que instalas na minha garganta, pelos arrepios que dás à minha pele. Amo-te porque é bom e faz-me bem. Amo-te porque me faz mal, e há dias em que adoro sentir sabores amargos por baixo da língua. Amo-te porque sei que és a outra metade do meu coração, da minha alma, da minha face e do meu corpo. Amo-te porque instalaste o bichinho do amor no meu coração sem pedir licença. Amo-te por toda a pessoa que me mostras. Amo-te por nunca me teres desiludido. Amo-te por teres desistido de forma nobre. Amo-te por me amares, e por saberes faze-lo. Amo-te porque ainda tenho esperança. Amo-te porque o destino te pôs no meu caminho. Amo-te porque o meu coração cita e os meus pulmões te respiram.
Amo-te, simplesmente, amo-te. Amo-te porque sim e porque não, e também te amo sem porquês.

a minha última carta.


Fui a culpada de tudo por muito tempo e este é o ultimo texto que vou redigir, pelo menos para já, é melhor parar com a escrita. Acho que as palavras nos levaram aquilo que sempre temi, mas que fui superando aos poucos, agora tornou-se demasiado vizinho da minha casa, e não sei, mas acho que é melhor acabarem-se os textos longos e as listas de desejos. Não posso exigir nada de ti, nada de nós, porque se te quero dar e sempre que dou renasce algo novo para dar, não posso exigir receber o mesmo da tua parte. Houve um tempo, que hei-de guardar sempre no meu coração. Um tempo em que nos abraçávamos em lençóis brancos, um tempo em que ainda havia sonhos e ainda havia sorrisos. Tive de parar um bocado, sentar-me a um canto deste chão frio e escrever-te, como se fosse a última vez em que o fizesse ou em que o pudesse fazer.

Talvez um dia a nossa história já não exista, já não seja relembrada nem sequer vivida, mas sei que eu vou relembrar, porque é algo forte demais. Como te disse uma vez, desculpa partir todos os pratos da nossa casa, mas pelo menos nunca te fechei a porta, nunca te pedi para saíres, só queria que superássemos e apanhássemos os cacos juntos, porque não sou só eu que parto , não sou só eu que grito. Sempre me disseram que gritar era bom, que gritar libertava a alma mas eu agora não consigo gritar mais, acho que engulo em seco e nem vontade tenho. A minha vontade é enfiar-me na cama e não acordar já, acordar daqui a uns dez , vinte anos e ter passado isto tudo. Mas não sei. Acho que tenho de parar de chamar o teu nome, deixar de ter o teu número decorado e parar de exigir o que tu não queres. Desculpa. Nunca te quis magoar, nunca quis que isso acontecesse, mas parece que sim. Parece que o fiz mais que algum dia podia imaginar, só quero poder guardar a boa imagem que tenho de ti no meu coração e queria esquecer. Mas a garganta ainda está com um nó cego, o coração já não me vem visitar e foi contigo, e eu já não sei onde é que ele está. Já não sei abrir a caixa do correio porque sei que não vai ter nada teu, porque sei que (infelizmente) as cartas deixaram de existir, os sorrisos deixaram de ser trazidos pelas andorinhas e o sol encobriu-se. Sei porém que o amor é algo que não se esquece, que podemos ter dito muita coisa mas só nestas alturas é que medimos a altura daquilo que sentimos , e hoje sei que é amor (de verdade) aquilo que sinto por ti. Talvez um dia eu consiga parar de chorar, de relembrar o teu cheiro na minha almofada ou de sentir o teu toque na minha cara como a última vez em que os teus olhos mergulhavam nos meus, mas eu sei no fundo que para já é impossível exigir isso de mim própria. Achei que talvez fossemos eternos mas ontem tive a certeza que não. Não da minha parte, mas tive a certeza que o teu maior desejo era um ponto final e um final no livro. Eu queria escrever mais , mas agora sinto que serão só estes monólogos. Sinto que de qualquer maneira foste embora, que o teu sentimento pertencerá a outro momento, a outra história e o meu maior desejo, é a tua felicidade. Não sou orgulhosa nem egoísta, eu errei, de qualquer das maneiras , fui eu. Por isso, estou a fazer figas, estou a fechar os olhos e a olhar para as estrelas, com a chuva a cair-me na cabeça e a pedir para ser feliz. Eu não tenho mais força para me levantar, acho que desta me cortaram as asas, não sei se foram as palavras , ou a maneira que as disseste mas as palavras conseguem ser brutas. Prometo que um dia vou deixar de ter a necessidade de dormir com o peluche, prometo que um dia vou deixar de ser a menina ciumenta, a menina que causou todas estas confusões entre nós. Mas prometo também deixar de ser esta menina. Porque perdi demais por ser assim, por gostar das pessoas, por dar tudo por quem vai sempre embora. Acho que já não sei onde vou estar, passei o tempo a ajudar os outros, a ir a correr a sítios que ninguém iria por mim, a dizer coisas que nunca achei fáceis, a sonhar e a ajudar nos sonhos. Achava-me capaz de ajudar toda a gente, hoje já não. Hoje , já não sou capaz de me ajudar a mim mesma, precisava de me levantar, mas hoje não tenho força. Desculpa por ter sido assim, por ter sido parva, egoísta, ciumenta, falsa, estúpida , criança, infantil, causadora de todas estas coisas. Desculpa se não pensei em ti, se não te dei o suficiente , se não te fiz sentir o suficiente, mas dei muito de mim, dei tudo de mim. E se não acreditares, se tiveres dúvidas, se algum dia te perguntarem por mim, antes de responderes lembra-te de tudo o que passamos juntos, pode não ter sido muito, mas também não merece ser pintado de negro. Não te peço por mim, peço-te por aquilo que fomos, porque acho que é algo que pelo menos, merece respeito.E eu gosto de ti, gosto demasiado de ti. Mas agora está na altura de descalçar os sapatos e ir contar estrelas, falar com a lua, ou imaginar-te a ti. Porque é a única coisa que consigo fazer direito, sonhar contigo. E saber, que te amo, é a única certeza que tenho.

Desculpa por não ter sido capaz de ficar .

Foste a melhor coisa que me aconteceu até hoje; Posso não ter sido o teu primeiro grande amor, mas eu tenho a certeza que foste o meu, e não sei o que vai acontecer a seguir, mas agora, agora está a acontecer isto.


Amo-te muito (nunca te esqueças)

ps: sem exigências, podes não responder

Com tanto fogo que anda prai...




... não achas perigoso atear o meu coração?
Sinto-me num vazio descoberto pelo tempo em que a tua ausência invoca o mar. O meu corpo prende-se num orvalho que teima em não parar, as minhas mãos gelam de em meus olhos tocar e tu finges que não vês porque ao mesmo tempo eu finjo para ti. Proibiste as discussões em nós, disseste palavras que nunca imaginei ouvir da tua boca. Pisaste o meu coração e agora sou obrigada a cuidar melhor do teu...

domingo, 22 de agosto de 2010

Dúvidas.

Ás vezes dou por mim a imaginar como seria se agora morresse.
Já aconteceu o mesmo a alguém?

estou intrigada.

P.S.- Pr[o]cu[rações]

Está deitada no escuro. A luz do telemóvel e o seu sonoro vibrar interrompem-lhe a meditação, afligem-lhe a vista. Pisca os olhos de forma sôfrega, habituando-se. Então lê:

- Traduz-me um "quero-te".

Deita um esgar agridoce ao quarto. Inspira e responde:

- "Quero-te" forma conjugada do verbo querer, que traduz desejo a, ou ânsia de.

O telemóvel põe novamente o quarto numa vibrante meia luz:

- Ahah. Boa explicação! XD

Adormece.
Borrega

Créditos:
Imagem: by Alena Chendler, in here

[Pro]c'u'rações

Procuras-me.
Com esse teu jeito desajeitado de menino mimado, procuras-me.
Fechas um pouco os olhos e fazes aquele teu ar de criança pequena, sedento de carinho, de calor.
Procuras-me.
Mas afinal porque me procuras tu?
Não sabes tu que tenho defeitos? Não sabes tu que não sou boa pescaria?
Mas tu queres-me.
Nas noites mais escuras, lá vens tu procurar-me. Sedento. Atento. À procura.
O que procuras afinal? [Quem...]
[O] [que]m [quer]es tu, afinal?
Carinho?
Não há!
Afecto?
Não [to] sei dar.
Amor?
Não tenho! Esgotei-o quando tu mesmo [que agora me procuras] me deixaste ficar para trás.
Deixaste-me sem amor [mas plena de Amor] quando me atiraste para o teu espaço fechado.
Mas, ainda assim, procuras-me!
[Saberás tu que já não sou essa menina sedenta de afecto?]
Procuras-me.
Mas eu não tenho nada para te dar!
Tu fechaste a porta!

Queres-me.
Ou serei eu que te quero e na minha cabeça toco a melodia errada?
Queres-me?
Porque me queres tu?
Quem queres tu?
A menina de outrora ou a mulher de agora?

Procura[s]-me! [procuro-te!]
[Quer]es-me..
Porque [me quer]e[s t]u?




Queres-me?
Luta por mim!

Lenço Azul

Era uma saia amarela com flores azuis.
Era uma saia amarela com flores azuis, em tecido de ganga.
Era uma saia que lhe assentava pelos joelhos e lhe deixava a descoberto as pernas roliças.
Era uma menina de 6/7 anos, com uma saia amarela com flores azuis. Tinha na cintura, a segurar a saia, um lenço azul...
Os anos passam, deixa de usar saias, o lenço passa de cinto para a mochila.
Uma mochila azul de bombazine, às costas duma jovem.
Uma mochila azul de bombazine com uma estrela de ganga cozida e um lenço azul atado à alça.

Calor infernal, lá vai ela e um rancho de cachopos. Uma perde o chapéu e ela, tola!, desata o lenço azul da mochila e põe-lo na cabeça.

Ao fim da tarde a miúda achou o chapéu.
O lenço azul, esse, padeceu naquela tarde de Verão...

RIP - Lenço Azul
(06/07/2010)

Borrega
(13/07/2010)

Nota: Em busca de igual lenço!

sábado, 21 de agosto de 2010

decalcando sensações

Não quero palavras soltas. Quero-as ritmadas e em compasso perfeito. Anseio-as polidas. Não que não consiga lidar com as em bruto, mas essas não me afagam os cabelos nem suavizam os cortes de alma. Por isso, se faz favor, guarda-mas em sítio seguro. Não as desgastes em conversas banais antes de me chegarem ao coração. Perde-se o brilho, perde-se a magia, foge-nos o amor. 

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Quando alguém parte da nossa vida, é assim. Achamos que podemos ser donos de alguma coisa que seja livre, impomos a presença de alguém que quer ir embora mas nós não vemos essas coisas. Essas coisas só chegam aos nossos olhos quando se concretizam, quando as pessoas partem. E é assim porque tem de ser, porque temos de saber o que foi errado, o que devíamos ter feito e não fizemos, o que devíamos ter dito e não dissemos.
A vida é então a mais nobre descoberta, uma descoberta constante que quando achamos que aterramos, ainda falta um tempo indeterminável. Foste tu que me ensinaste todas estas coisas que eu antes de teres partido, não sabia.
Eu gostava de te ter dito que podíamos ficar juntos, que a nossa viagem nunca iria terminar, mas eu própria me enganei. A viagem é da vida, não é das pessoas. A estadia das pessoas no nosso diário é uma curta-metragem. Marca, pode dizer tudo, mas vai chegar ao fim e por mais que cliquemos no replay vezes sem conta, os sentimentos que nos trará não serão os mesmos.
Esquecer uma pessoa nunca foi fácil , já diziam os velhos livros do Pai, aqueles firmes cadernos demolhados em café, mas esquecer-te está a ser difícil. Não sei justificar esta dificuldade que encontro hoje mas acho que posso acalmar-me porque sei que a decisão não foi minha e aí custa mais, aí custa mais porque estou a ser obrigada a algo que não quero. Já pensei em não te esquecer, em fingir que continuamos juntos e tornar as tuas imagens na mais real silhueta, mas é impossível. É impossível porque o teu perfume na tua pele tem outro sabor; É impossível porque o teu olhar na verdade brilhava e esta imagem é um rosto polido, sem qualquer profundidade.
As saudades vão-me enlouquecendo a alma, a tua voz faz-me falta. Hoje, mais do que nunca. Quem me dera que ainda me pudesses prometer que amanhã seria diferente, que o amanhã poderia ser um reencontro para nós, um novo abraço, um novo beijo, um novo sorriso. Mas não.

estranha solidão

"Quem me dera encontrar o verso puro
O verso altivo e forte,
estranho e duro
Que dissesse a chorar isto que sinto!"
Florbela Espanca

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

pooh bear,

If ever there is a tomorrow when we're not together, there is something you must always remember. You are braver than you believe, stronger than you seem, and smarter than you think. But the most important thing is, even if we're apart, I'll always be with you.

Winnie the Pooh
.
.
(I used to believe in forever, but forever is too good to be true.)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

sabes o quanto dói, quando chegamos a uma meta e não nos é reconhecida a vitória? 
eu fiz a minha viagem; finalmente posso partir para outro lugar.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Às vezes acho-me demasiado insistente para contigo.
Às vezes acho que deveria dizer mais.
Eu vivo de dia e tu de noite.
A mim roubaram-me a liberdade à nascença, a ti, sempre ta deram de mão beijada.
Eu choro enquanto tu dormes.
Eu sinto saudades enquanto tu te divertes.
Eu aguento enquanto tu... também sentes saudades?
Temos diferenças, mas somos distantes?
Sinto-me culpada por não te poder proporcionar um conto de fadas, por ser uma boneca de trapos tão minuciosa que a qualquer momento rasga.
Peço-te desculpa por não ser uma princesa mas peço-te que um dia te finjas de criança e me leves.
Agarra-me bem a ti como se outro qualquer brinquedo nunca tivesse existido. (As bonecas não são só para meninas).
Guarda-me num local onde te possa contemplar e onde o teu olhar se cruze infinitas vezes com o meu sorriso. Por fim beija-me.
Agora espera que me torne humana tal como os sapos se transformam em príncipes.
Feito isto posso falar-te.
Queres ouvir uma coisa?
(um sussurro e já te disse tudo)




Um puro desabafo, talvez pouco explicito, talvez confuso, talvez desesperado.

domingo, 15 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

[B]an[co] d[e esper]a

Onde estás?
Porque não vens?

Estou sentada à tua espera: o sol já desespera, a tarde já exaspera, eu já suspiro, aperto no peito, mal respiro...

Onde foste?
Porque não voltas?

Perguntas com resposta! Retóricas desnecessárias que ponho a mim mesma.
Ninguém fica... Só eu, eu!

In[sist]ê[ncia]s, tola[s], tão tola[s]...

O sol abraça o parque, acarinha as crianças que correm atrás das bolas, dos pais, umas das outras. Eu aqui sentada, flor ao vento aba[ndo]nada, tenhop o fantasma de ti no colo, do teu beijo no meu rosto sendo pegado.

Onde estás?
Porque foste?

Sem sentido, foste nesse teu chinelo vagabundo. E eu estou aqui, a espera de ti, sabendo que não vens.

Porque nunca to disse?
Porque de meus lábios nunca o ouviste?

[amo-te...]

Borrega
(02/05/2010)

Créditos:
Foto:
Parque Corgo, Vila Real@todos os direitos reservados


[Fin]ais.

Quando se sabe que uma história acabou? Como se sabe o fim?
Eu bem fui ao palco, mas não houve cortinas a fechar nem aplausos no final. Não houve um happy ending, mas também não foi um drama. Não houve uma última música, última dança ou frases feitas na despedida. Não houve lágrimas e, nem sequer, houve um 'adeus'. Apenas houve um abraço, um sorriso e um feliz desenlace. E um 'até amanhã'.
Só que nós sempre soubemos que o amanhã não viria.

Então é isto o fim?
Não há direito a 'desforras' como nos jogos de cartas que tanto gostamos? Nem moeda ao ar para decidir o destino que não sabes escolher?
É só isto? 
É isto o fim?
Assim, simples, concordante, banal... É isto o fim?
Então é isso.
É assim que se acabam as histórias de amor que mal tiveram tempo para começar...






É isto o fim? 

a bombeira devorada pelas chamas

era uma criança - talvez maior um pouco.
esperança
despontava como o nascer do sol, qual ramo de oliveira.

ardia-lhe no peito uma chama de amor imenso.

era um sorriso - talvez um pouco mais.
oferecia em cada dia o que era e o que tinha.

ardia-lhe no peito uma chama de amor imenso.

era uma heroína - talvez ainda mais.
e fazia da vida uma eterna luta, contra a dor e a injustiça.

ardia-lhe no peito uma chama de amor imenso,
mas a chama que lhe devorou o corpo foi acesa por outras mãos.


foi de apenas vinte e um anos, mas a tua vida valeu a pena. obrigado, Josefina.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

entregaste-me de joelhos todas as armas da melhor forma de tortura. 
oh, e tão bem que as sei usar.

apaixonar

Dizemos sempre "nunca mais", que jamais nos voltaremos a apaixonar e que ficaremos sozinhos, tão bem, para sempre.
Preparamos o nosso coração e acreditamos que será mesmo assim, como queremos.
Mas eu estou sempre a apaixonar-me. Pelas coisas, pelos sítios, pelas pessoas diferentes, estou sempre a apaixonar-me de novo, a aumentar paixões e o meu coração cresce cada vez mais.
Sinto-me feliz quando acordo e quando me vou deitar só desejo acordar no dia seguinte, sentir o sol a rasgar pela janela. Logo começo a sorrir e agradecer pelo quão bom é estar vivo e não importa se a minha verdadeira paixão me magoou. Não importa, não há mal nisso.

pinguins para vocês, já tinha saudades*

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Calcando velhos amores.

Às vezes, quando me falas, sinto-me a diluir. Salto-te para o colo e desmancho-me nas tuas mãos, sem recear a queda. Sei que sustentarás a minha vida nos teus braços. Sinto a força do teu afecto a suportar-me o coração. A tua delicadeza a queimar-me a pele. E os meus olhos a perderem-se nos teus.

Alerta!

O amor é uma doença ainda não reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde), mas já bem conhecida de todos nós. Todos os dias, milhões de pessoas são infectadas e esta doença acaba por atingir quase 100% da população ao longo da sua vida.


Características:
- crónica: uma vez infectado, é para toda a vida.
- contagiante: quanto mais amor há, mais amor se cria.
- recíproca: quanto mais se dá, mais se recebe.
- degenerativa: se mal tratada, pode corroer o corpo e a alma
- geral: ninguém está imune a esta doença.


Sintomas:
- palpitações fortes na zona esquerda da caixa torácica.
- cócegas na zona abdominal – sensação geralmente descrita como “borboletas na barriga”.
- excesso de timidez.
- estado de ataraxia com cara de parvo/a.


Prevenção:
- criar barreiras aos outros, não os deixando conhecer o verdadeiro “eu”.
- viver demasiado concentrado em si mesmo.


Efeitos secundários:
- inseguranças e medos vários.
- felicidade plena.
- segurança (por contradição ao 1.º efeito secundário, também se sente no amor segurança muitas vezes).
- lamechice
- romantismo

Fases da doença:

1.ª fase: desejar
Caracteriza-se pelo desejo de conhecer alguém que mude a sua vida e pela crença no/a “Príncipe/Princesa Encantado/a”.

2.ª fase: apaixonar-se
Caracteriza-se pela aproximação sentimental de dois indivíduos, que acabam por identificar-se um com o outro, culminando na decisão de se unirem.

3.ª fase: fase cor-de-rosa
Caracteriza-se por uma extrema e exagerada felicidade, passando quase o tempo todo a pensar no indivíduo com quem se uniu na fase anterior. Tanto pode ter duração de poucas semanas, como de vários meses ou até anos.

4.ª fase: fase negra
Caracteriza-se por uma enorme quantidade de inseguranças e medos, com períodos de maior instabilidade. Nesta fase deixa de se acreditar em Príncipes/Princesas Encantados/as.

5.ª fase: plenitude
Caracteriza-se pela ultrapassagem de todos os obstáculos impostos pela fase anterior, uma felicidade grande e uma certa sensação de segurança e comodidade. Nesta fase volta a acreditar-se e a saber-se que existem Príncipes/Princesas Encantados/as.

6.ª fase: degenerativa
Esta fase é evitável e é a pior e mais difícil de superar de toda a doença. Caracteriza-se por um rompimento total com a união da 2.ª fase, acompanhada amiúde de uma série de erros estúpidos e de uma fase de negação da doença como tentativa de a superar, sendo esta tentativa quase sempre infrutífera e resultando em infelicidade crónica. Esta fase pode, porém, ser superada, mas apenas com uma luta intensa pelo regresso à 5.ª ou mesmo à 1.ª fase.




Assim é o amor; já que não podes escapar-lhe, vive-o!
Um conselho do “letras no caminho” e do Ministério da Saúde.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

1, 2, 3: respira fundo, (re)começa outra vez

Naquela estrada de autocarros e ambulâncias, de trânsito em grandes ânsias, eles lá iam, na calma paz campestre, na calma paz que àquela idade compete: o cavalo, o homem e o cão.
Vinham eles dois da azáfama hospitalar, querendo apenas uma cama para se deitar, pé ante pé até à cidade, naquela quente tarde.
Cruzam-se...
O cavalo, a passo ritmado, puxava o velho na carroça sentado e o cão, à sombra da carroça, os acompanhava.
Ali, apesar da citadina envolvência, nada destoava. Comensalismo natural, pautado por cascos de metal...
O cavalo avançava.
O velho do destino se aproximava.
O cão a sua fresca sombra acompanhava.
Eles, eles olharam especados, embasbacados com tal momento, com tal procissão...


1, 2, 3...
Respira fundo...
Aqui vai outra vez: com calma continuará atrás da sua fresca sombra, perseguindo a carroça da vida.




Borrega
(07/05/2010)

Créditos:
Caminho: Lordelo - Vila
Música: Karen Elson - Stolen Roses (apenas porque a descobri hoje [07/05/2010] e viciei!)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Love is..


Dying for miss you.




Hoje sinto-me assim, morta.
Porque? Porque o teu coração sabe disparar muito bem contra mim.
E nem foi preciso ver-te.

desvaneio nocturno.


A noite vai cada vez mais longa e aproxima-se o dia. As horas passam e a vontade de dormir tarda a chegar. Ao longe, a lua continua cheia e vislumbram-se milhares de pontos de luz, que na realidade são corpos celestes magnificamente deslumbrantes. Ao fundo, outros tantos pontos de luz demonstram a dimensão actual da humanização. Lá fora, a noite avança e ouvem-se os sons que pronuncia, lentos e vagabundos, misteriosos e incessantes. Cá dentro, o silêncio do vazio e os instantes que passam, levam-me até ti. Levam-me em direcção a ti, vezes e vezes sem conta, para depois me tornarem a levar. E novamente, entro no ciclo avassalador em que me deixes, no ápice momentâneo sem limites, no furação sem medo em que me queres prender.
Resisto, a pouco e pouco, aos teus actos, às tuas promessas, ao que deixaste para trás sem piedade e prometo a mim mesma que não fracassarei. Continuo, na guerra virtual com as palavras e tento encontrar as respostas que tu nunca foste capaz de dar. Escondo, o medo do vazio e defendo ofensivamente a minha dignidade.
Para trás, deixo a mágoa do perdido, o orgulho que não fomos capazes de vencer, a memória do inesquecível e a saudade do que me fizeste viver. Pela frente, muito há a construir, um mundo existe para além de ti. E se eu nunca te guiei, nem por um momento, tu deixarás de ser o meu astro-rei. Para lá da janela, o sol rompe o horizonte e um novo dia prepara-se para nascer. Dentro do quarto, o vazio esconde-se e dá lugar a tudo o que trago cá dentro.
Deito a cabeça na almofada, fecho os olhos e espero que o sono venha, me traga a calma e te leve de mim, por uma noite.

Quando também tu fechares os olhos, mantém a esperança, pois ela é um sonho que caminha...
E sê feliz,
Catarina Costa

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

reflexões inoportunas.

Se todos nascemos livres, o que é que nos vai prendendo?

Balão



Quero um balão. Que pensem o que quiserem, que me chamem de mimada e embirrenta, mas quero um balão. E tenho as minhas regras. Quero que tu mo dês. Quero que me mintas e me digas que é porque te preocupas e que me darias o mundo se fosse tão leve quanto o balão.Quero que sorrias como eu não consigo, enquanto corro descalça com o balão, que cuidadosamente ataste ao meu pulso, a esvoaçar atrás de mim.Quero o meu balão. Quero o meu riso. Quero o meu brilho nos olhos. Quero o balão que me deste.

Pulga

domingo, 8 de agosto de 2010

'Estória' de cordel


Era uma vez, uma mulher à beira mar acorrentada.
Vocês sabem, não é mesmo acorrentada, mas presa a uma promessa, presa a alguém...
Então todos os dias ela se levantava e, junto a um barco que a praia enfeitava, o seu terço de contas rezava.
Caracóis longos voando ao sabor da brisa, bailando com a maresia. O seu pequeno corpo para ali ia, todos os dias, quer o tempo carpa ou sorria.
Ela, uma mulher de pele curtida pelo sol, de singela altura e saia pelos largos e morenos tornozelos, acompanha aquele barquito de madeira na espera pelo novo amanhã que cada novo dia, cada nova onda, cada nova maré promete...
Acabam-se as contas, suas mãos estão agora prontas para mais um dia a lutar.

Borrega

Créditos:
24/05/2010@enee
Imagem: daqui

leve.

O medo de amar é também por vezes o sofrimento de aceitar a realidade. Por vezes, a vida é tão rápida que quando damos conta está tudo mudado e tudo perdido. Custa aceitar, custa sentirmos na pele a dor da partida e não podermos fazer uma pequena coisa que seja pois nada depende de nós. Não depende, porque talvez não aproveitamos as oportunidades no momento exacto. Não depende, porque talvez perdemos tempo a fecharmo-nos numa concha e a chorar como se o mundo fosse o culpado de tudo, quando o culpado eramos nós próprios. Quando se perde alguém que um dia já foi tudo para nós, vemos tudo devastado, tudo perdido. Pensamos que estamos sozinhos no mundo, porque aquela pessoa já nao está do nosso lado. Porque sentimos falta dos bons momentos que ela nos proporcionava, dos sorrisos que ela fazia nascer, em segundos. Sentimos falta do alento e do amor e o coração bate forte, de saudade. Nesse momento, já nada faz sentido. Nunca faz. Tentamos aceitar a realidade que a vida nos tenta impôr, mas é tarde, a nossa hora já passou.


O vento que nos leva algo que amamos, é o mesmo que nos traz algo que aprendemos a amar, nunca se esqueçam.
E sejam felizes,
Catarina Costa

por vezes, merecia ser colocado no lixo,

Tenho de admitir, as conversas com o meu corpo são as mais fascinantes. O cabelo é o primeiro a dar-me os bons dias quando o céu está pintando em tons cinzentos, não há qualquer raio solar para me iluminar a manhã promissora. Desgrenhado, descomposto, seco e às vezes um tanto ou quanto oleoso. A mão passa por ele, na tentativa de o acalmar. Frases soltas entranham-se nos meus ouvidos.
Os olhos alheios olham sempre para mim. Não sabes o que te espera lá fora. Será sempre esse o problema dos humanos. Ridículos.
Simples avisos que soam tal como uma campainha enquanto os cereais se desfazem na minha boca. A barriga nem sempre é a companheira ideal para estes momentos, flácida, inchada. Seria capaz de vos descrever as conversas logo pelo pequeno-almoço. Mas não quero.
Neste momento, interessa mais as longas conversas com o meu corpo depois de um serão recheado de desejo, sofreguidão que culminam em sexo. Sexo, apenas. Quando ninguém ama as nossas qualidades, os defeitos, existe sempre algo que ame o nosso corpo ou a beleza (escassa). É nesse momento que assisto à primeira guerra Mundial do corpo com a minha mente. Vómitos, revoluções nos intestinos para me manter na casa de banho. E o pior é mesmo a sensação de sujidade. Fazer amor é diferente de fazer sexo. Se é que estas coisas se podem fazer.
Mas sabem que mais? O meu corpo vale a pena.
E se esse vale a pena, imaginem a minha personalidade. Vale bem mais a pena.

fez-se dia.

outro dia, fez-se noite.
e a noite era escura e quis deixar-nos sós.

outro dia, fez-se noite.
e houve um "eu e tu" em vez de um "nós".

e essa noite, fez-se dia.
o teu nome continua a ser a minha caixa de segredos.

e se todas as noites fossem à luz do sol?

sábado, 7 de agosto de 2010

Na vida é assim: andamos muitas vezes à volta e raramente conseguimos estar direitos. Está-me a apetecer sair deste carrossel, desta montanha russa que gira , gira, e dá voltas. Voltas essas que me fazem ter mudanças radicais, mudanças que se as fossemos a medir equivaliam a 360º .
Porque que teimas em ser assim? A não escutares quando te falo e a exigires que te escute quando querer falar. Sempre que te tento chamar, baixinho, com carinhos e com o meu coração nas mãos tu não acordas mas adormeces ainda mais e quando acordas, quando acordas , não te lembras. Não te lembras das palavras, dos beijos silenciosos ou das lágrimas que te foram cobrindo durante a noite. Amava-te : Um dia talvez te conjugue este verbo. Mas hoje não sou capaz, eu hoje amo-te. Amo-te com tudo o que esta palavra pode trazer e não o digo porque sim, digo-o porque não sei. Porque não sei o que me dá na cabeça mas quando te vejo parece que o meu estômago se contorce cá dentro e não me apetece ver-te partir; Porque não sei o que me dá na cabeça mas quando te vejo os meus olhos ameaçam chorar, enchem-se de um líquido que ainda não sei o que é mas que só tu mo trazer; Porque não sei o que me dá na cabeça mas quando encaixo a minha mão na tua o sangue corre-me mais depressa e ferve em mil e uma variações sentimentais que nunca fui capaz de te descrever.
E eu sei , eu sei que erro. Mas quem não erra? Tu também erras e és homem . Eu sou menina, menina porque pinto os lábios e saio á rua e quando te vejo choro cá dentro. Eu erro porque acredito que podia dar-te a lua e fazer com que fosses mais feliz. Mas hoje não me sinto bem, parece-me que estás a ir embora. Que tudo o que te digo exige um ''o que?''. Parece que tudo o que te digo tu não ouves, que chega a ti numa frequência fraca e desencontrada. Talvez não sintas o meu cheiro á muito tempo, talvez não me veres fez com que tu já sejas capaz de conjugar o verbo no passado. Mas , ainda não o conjugas-te a meus olhos e eu queria poder conjugar-te o meu verbo: aquele que me irradia a alma e me faz ter um coração inquieto.
Hoje, hoje custa-me adormecer, custa-me olhar as minhas mãos. Mãos que estou habituada a ver entrelaçadas nas tuas; Mãos pequenas ; Mãos de menina. Hoje , hoje eu precisava de umas mãos grandes e fortes como só as tuas sabem ser, umas mãos que fazem com que as minhas sejam simplesmente a minha transformação. Continuando uma menina, mas uma menina nos braços do seu Homem.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

"I'm here and I love you"


Vem desconhecido, vem tu também bela forasteira.
Venham perder-se nos vastos oceanos desta terra de interior, que nada mais são do que searas e searas de interminável e vigoroso milho.
Vem e trá-lo pela mão, forasteira de olhos sagazes. Trá-lo pela mão, a esse desconhecido de cabelo cacheado e olhos verde vivo.
Vem e caminha nestas ruas direitas de curvas escassas e pouco estreitas. Por entre estas casas brancas de barra ocre e portadas verdes. Por entre as velhas e velhos que às suas portas se sentam esperando que a sombra amene o calor que afogueia o dia.
Caminha tu e ele de mãos entrelaçadas, sintam o sol a torrar cada centímetro da vossa pele descoberta, a queimar-vos a alma e a toldar-vos a vista.
Esta terra não tem muito para além da paz e sossego que o Verão avassalador lhe sopra d'entre as searas e o Inverno lhe reza d'entre as chuvas ventosas.
Mas, mesmo assim, venham, tu e ele, e fiquem sentados num qualquer banco de jardim. Vejam as ceifeiras levarem o milho e o Outono trazer os nabos, couves e que tais.
Esperem então, já dentro duma casinha de barra ocre e portadas verdes, embrulhados num cobertor multicolor, embalados pelas labaredas, que cantam crepitar e dançam calor e virá a azáfama das andorinhas e os bandos de garças pelas lavras.
Aí saiam de novo às pequenas e nada estreitas ruas, às mesmas ruas direitas e sintam o cheiro da terra remexida, pronta a ser renascida. O cheiro das gotas matreiras no alcatrão e no cimento, na terra e no vento.
E, num piscar dos teus olhos sagazes, Forasteira, e num brilhar dos teus verdes olhos, Desconhecido, estarão de novo de mãos suadas, coladas, caminhando na estiva brasal desta aldeia mesmal.
Nesse momento corram sobre o sol do meio-dia, passem as fronteiras desta terra e olhem para trás. Vejam bem na placa as letras negras que dizem: "Azinhaga".
Beijem-se em despedida, um beijo fervoroso sobre o sol escaldante, e fujam gritando: "Até um dia!".

Borrega
"This is a dedicatory song"

Créditos:
Música:
Blue October - "Brother"
Título: do livro"New Moon" de Stephenie Meyer
Imagem: daqui (penso eu, tenho tantas pelo pc que às vezes já nem sei)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Por que é que não podes ser simplesmente o príncipe encantado de cavalo branco?
Porque tens de ser o sapo, o lobo mau e o monstro ao mesmo tempo?







Porque tem de estar sempre tudo ao contrário?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

adeus,

Vais deixar saudades, Pazito.







(Devias ter visto a quantidade de pessoas que lá estavam hoje, e o quanto sofriam. Era impossível conhecer-te e não gostar de ti, rapaz. Nunca deverias ter duvidado.)