domingo, 19 de maio de 2013


Já que o cordão do destino não me levaria até ao meu amor, 

levar-me-ia ele ao mundo dos mortos, 

onde as emoções não existiam

e poderia enfim cessar 

de existir?

Enrolei
o fio vermelho 
à volta do pescoço 
e deixei-me cair. 

O meu mindinho devia ter algum erro de fabrico e a linha já estava ocupada.

sábado, 4 de maio de 2013

Fossem os tempos outros...

Fossem os tempos outros que não poderia pintar as flores que te apresento a preto e a branco com as coras da vida. Fossem outros os tempos e talvez o amor nada tivesse tão forte como o sorriso no rosto de um anjo tão bonito como tu. Fossem outros os dias em que o sol raiasse acabando por fim de fazer suar os corpos que juntos trocam as palavras do amor. 

Fossem os tempos do passado tão bons como os de agora e fossem os de agora tão bons como os do passado. Por muitas horas que passe ao teu lado nada substituirá os minutos que perdi a olhar para ti, observando o teu rosto e os teus gestos, estudando cada movimento teu, para que um dia mais tarde me pudesse lembrar inconfundivelmente de ti.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Mais um jogo.

Espero que voltes, que entres por aquela porta e digas que está tudo bem, enquanto eu finjo que bem o estou também, pois suficiente foi o tempo de se secarem as lágrimas que sem te aperceberes deixaste que caíssem, uma por uma, enquanto te ausentaste.
E assim será ao chegares, um jogo de figuras em que eu interpreto o papel de dona da felicidade enquanto tu crês que essa é a minha pele, ou será que, tal como eu,  finges? Serás tu tão actor quanto eu e, afinal fazemos juntos, um jogo duplo?
Porque parece não perceberes o que te digo sem palavras?

Sinto-me fraca, o esforço é demasiado.