quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ao ouvido.

Cansa-me ter de me esquecer de me lembrar de ti a cada momento. E eu fico sempre um bocadinho menos forte, eu já sou um bocadinho menos forte.

mudaste a minha vida

E hoje eu sinto com toda a certeza, que jamais alguém aparecerá no meu caminho para mudar a minha vida como tu o fizeste, e fazes, mesmo sem saberes.

A ausência...

Um dia viverás comigo. Junta a mim sem nunca tirar esse bonito sorriso da cara e esses sonhos todos dos olhos. Todos os sonhos que querias concretizar e nunca chegaste a conseguir. Abraçada a mim, sufocando durante alguns momentos. Levantar-te no ar e saber que foste a escolha mais certa que me aconteceu na vida. Aquele pequeno soluço amoroso, e o ranho que me caíra pelo nariz, fez-te chegar à frente, e me limpasses o nariz com um pedaço de papel. Sorriste, alegre ao meu encontro. Espreitas por entre as árvores, deliras com o cair das folhas e esperas que a noite caia para partilhares a cama comigo. Abraço-te com carinho nos meus braços. Deliciando-te com um beijo na testa e outro nos pequenos lábios de senhora.

Desejo-te para sempre assim, detida nos meus braços, enquanto partilhamos o amor e carinho que houver para dar enquanto estamos assim, vivos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Estás demasiado bem sem mim.

Estou sentado no passeio, bem à tua porta. Fecho o casaco que me protege do frio e tento escrever para ti. Mas a chuva aparece e não me deixa acabar. As lágrimas aparecem e o desassossego desta alma torna-se irritação e rasgo a folha em dezenas de pedaços atirando-os para o teu jardim. Abro a mochila e tiro mais uma folha. Abro o casaco e coloco-a dentro deste. Tiro os braços do casaco e começo a escrever. Isto foi aquilo que te escrevi, mas que decidi guardar no meu bolso de trás das calças, até hoje o encontrar de novo. Pela primeira e ultima vez, escreverei o teu nome nesta folha de papel desfigurada pela chuva.

"Estás linda meu amor. Vejo-te da janela, ouvindo a música que sai pelas colunas do teu rádio. Danças harmoniosamente ao som das músicas. A chuva cá fora despe-me a frio, com uma insensibilidade incrível. Sorrio, mas não me atrevo a bater à porta. Estás demasiado bem sem mim. Sem a minha presença tensa e desconfortável. O meu medo não é perder-te, o meu medo é amar-te demasiado. Tenho medo de que ao amar-te tão profundamente não te fale, não diga mais do que um olá e um amo-te e não passar daquelas típicas conversas de namorado. Estás linda assim. A distancia é curta e fazes-me tanta confusão no coração. Demasiado bonita, demasiado garota. O teu coração é doce e os teus lábios o seu desconforto."

Vais à janela e apercebes-te de que lá estou. Vais à porta e sentas-te mesmo junto a mim com um curto cobertor. Respiro devagar. Dizes ao ouvido como é estar sentada comigo ao frio, debaixo da chuva...

domingo, 26 de setembro de 2010

deixa a miúda esvoaçar

para já, um grande pedido de desculpa: parece que não sou de fóruns, nem de blogues partilhados. perdoem-me o silêncio, mas também não vou fazer promessas de novos regressos, já me conheço o suficiente para saber que, provavelmente, estaria a mentir. parece que nada do que digo faz sentido para esta página, não consigo perceber o meu sentimento para com este espaço. deixo, então, aqui um excerto do que tenho dito noutro sítio, do que tenho debaixo da pele, do que tenho guardado nas memórias mais presentes da minha vida: um excerto daquele espaço só meu onde, talvez por isso, tenha um à vontade que não consigo encontrar em mais lado nenhum.

um abraço por entre o teu casaco e um beijo de dez minutos e depois... depois, nada. o vazio por inteiro. isto se calhar não faz sentido, mas é tudo o que tenho para te dar: um punhado de letras que fazem frases. o tiro no peito, a luz forte nos olhos, o adeus definitivo quando se sabe que é mesmo, mesmo para sempre. apetece-me escrever-te porque, daqui a muitos anos, é de ti que me vou lembrar quando pensar nas minhas cicatrizes e na forma do meu coração. tu que tinhas a doçura maior, a certeza maior, a confiança maior. podíamos ter sido felizes. não me perdoo por isso.

sou um pedaço de esperanças traídas, se soubesse que amar-te significava tudo isto, nunca teria cedido a impulsos de meia-noite. dizem-me para te esquecer e eu fico muito triste, afinal foste só a melhor pessoa que conheci nos últimos tempos.

um espécie de amor,

Uma chávena de chá, torradas e bastantes revistas em cima da cama de casal. A nossa noite passou-se com conversa, sonolência, sexo e sorrisos à mistura. Senti o teu esqueleto bem perto da minha carne, como se pudesse visualizar o teu coração debaixo dos lençóis recheados de transpiração. O nosso cheiro mais puro e incómodo.
No final, declarei-me com uma voz rouca.
Só tens de engordar um pouco com o meu amor. Quem disse que não existem dietas com bases amorosas?

sábado, 25 de setembro de 2010

Invólucros.

Caminhava pela rua, calcando o chão com uma confiança estonteante. Arqueava suavemente as costas formando um arco demasiado largo para ser denominado de tal. Dirigia o olhar vazio para tudo o que a rodeava, nunca o pousando no chão. Confiante, segura de si. Ao vê-la assim, ninguém diria que possui cavidades no coração. Ninguém adivinharia como sente a tua falta.


dificuldades

É para mim difícil esquecer uma grande mentira da mesma maneira que é difícil perdoar um assassino. E nem sabem como me dói ser assim...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

foreverness,



Conheço-te desde que me lembro de mim.
Gosto tanto de ti. Silêncio.
Amo-te. Silêncio.
Gosto de ti. Silêncio.


Choro, mas agora, quem fica em silêncio sou eu, e tu nem sabes.
Afinal, não posso dizer tudo, pois não?

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

não procuro o teu apoio nem anseio as tuas desculpas. deixa-me ir, que o sol já se pôs. larga-me agora, quem me vou deste caminho e mais nenhum se segue. rasgo-te o coração enquanto me arranhas o corpo, mas todos os planos se desvanecem. deixa-me cair, que a noite já chegou. 

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

És de poucas palavras e ás vezes perdes por isso. Pelas poucas palavras que tens , que dizes, ou que fazes. És de poucos sentidos, e perdes-te por isso. Vives a vida num labirinto, perpétuo sem fim. Ás vezes queria ajudar, queria poder mudar-te um bocadinho, dar-te o que sempre te dei, fazer-te o que sempre te fiz, de bom, de doce, de oportuno e delicado. Mas perdi-me. Com tanta pequenez de palavras, com tanto pouco sabor que deixaste no caminho eu fiquei quieta. Aqui. Na verdade não fui embora. Ainda.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Desafio "pôr as letras a caminho"

O "letras no caminho" desafia-te a pôr as tuas letras a caminho!
Para participares neste desafio é necessário inscreveres-te para o e-mail luisnuno.soares.barbosa@gmail.com com o assunto "pôr as letras a caminho", deixando os seguintes dados:
data de nascimento, nome, e-mail, morada e código postal (todos os dados fornecidos serão utilizados unicamente no âmbito do desafio e não serão divulgados nem utilizados para outros fins sob circunstância alguma).

Depois é muito simples:

1.º) os participantes são divididos em pares;

2.º) cada participante recebe os dados relativos ao seu par;

3.º) começam a trocar cartas para se conhecerem melhor mutuamente, sendo a primeira de cada um a apresentar-se e o participante mais velho de cada par a enviar a primeira carta;

4.º) sempre que um participante recebe uma carta, deve notificar o seu par por e-mail, para prevenir situações de extravio de cartas, porém, nem o e-mail nem nenhum outro meio de contacto que possam ter deve ser usado para continuar ou complementar as conversas que têm por cartas, já que a ideia é guardarem esta conversa no papel;

5.º) é aconselhável tirar-se sempre fotocópia das cartas que se envia, tanto para o caso de haver extravio como para que possam um dia rever a conversa completa;

6.º) as inscrições são até ao dia 31 de Outubro de 2010 e logo que possível (nos primeiros dias de Novembro) serão divulgados os pares, começando aí o desafio;

7.º) desde o início do desafio começa a contar um ano, durante o qual os pares se devem conhecer melhor entre si e conversar sobre aquilo que lhes apetecer, enviando cartas conforme a sua vontade e disponibilidade (a ideia era cada participante enviar pelo menos uma carta por mês);

8.º) no final do ano, os participantes são convidados a escrever um texto sobre aquilo que de bom ou mau tiveram com esta experiência e todos esses textos serão colocados no blogue pôr as letras a caminho. (é claro que, aqueles que quiserem, poderão continuar a trocar cartas entre si depois de terminado o desafio)!

Num tempo em que as novas tecnologias ofuscaram em grande medida o correio tradicional, em que em cada mensagem se deixava um bocadinho de si, convidamos-te a pôr as tuas letras a caminho, a entregares um bocadinho de ti e a receberes um bocadinho de alguém!

Vamos pôr as nossas letras a caminho e tirar espaço às contas e à publicidade nas caixas do correio! Sê creativo, sê tu mesmo e faz um amigo!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Journey


Quando dei os primeiros passos de menina nesta vida, vi bem de perto os meus sonhos a desabrochar. Eu quis que assim fosse, aliás. Iniciei este percorrido por (n) corredores que ouso dizer que são mágicos pela imensidade de aprendizagem que possuem. Encarei essa etapa bem frente e as adversidades foram surgindo como era de esperar mas o vento ao sussurrar-me ao ouvido arrasta-as para bem longe, felizmente. Trazes em ti de novo esse amor que sempre albergou no meu peito, dentro do meu tímido coração. TU és o lado mais brando que aqui debito.

É a primeira vez que edito aqui um desabafo e pensei que nada melhor de que começar falando do início de uma etapa na minha vida.

[Native Indian] Tatanka

Estou farta, tão farta!
Farta de ser bichinho na gaiola
Que toda a gente comenta
Toda a gente olha!

Onça que é cutucada com vara curta.
Fera que assusta.
Mas mais assustada estou eu,
Gatinho malhado
Que parecem querer empalhado...

A diferença é doença
A vontade, rebeldia e unicidade não compensa.
Estou farta de ser fera enjaulada
Nestas barras cínicas e invejosas
Nesta gaiola desgostosa.

Estou farta, tão farta!
Quero que apaguem o holofote,
Só quero a reconfortante noite solitária.
Quero ter direito à minha melancolia de'mente!

Estou cansada, tão presa!
Deixem-me lá...
Rugir ou ronronar.
Deixem-me lá em única paz.

Borrega

P.S.- No texto eu refiro uma onça, no entanto Tatanka quer dizer búfalo em Dakota (língua do povo Sioux). Contudo adoro a sonoridade da palavra...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Carta de um homem

"Fazem agora às três da tarde precisamente vinte e quatro horas desde a ultima vez que te vi. 
E lá estavas tu, bela, calma e serena, com ar de quem esperava alguém que tardava em chegar.
Pena não ser eu. 
Tenho vindo a observar-te de longe, disfarçadamente para que não penses que tensiono perseguir-te ou de qualquer maneira ofender-te e interferir no teu bem estar.
O melhor (ou pior) de tudo é que anseio de maneira inimaginável fazer parte dele, desse teu bem estar contagiante que cativa todos, mesmo sem terem sequer ouvido falar do teu nome.
Não quero de maneira nenhuma parecer um depravado obececado contigo, quem sabe talvez possamos ser amigos à primeira vista (da tua parte, pois a minha alma já conhece todos os pormenores do teu rosto) para que me fales de ti e de tudo o que viveste desde tão pouca idade. 
Gostava realmente de ser teu amigo, de te poder dar alegrias e quem sabe, um dia mais tarde continuar a dar-tas.
Um beijo."


Já não se fazem homens assim.

A vida faz-se de etapas e de momentos. De dias e de pessoas. De recados e de desenhos. De palavras e músicas.
A vida faz-se de pessoas como tu. Como eu. Como ele e como ela. A vida faz-se de pessoas como nós. É disso. E de muito mais.

domingo, 12 de setembro de 2010

será?

Por vezes tenho a sensação que os sentimentos que nutrimos pelas pessoas crescem à medida que as perdemos.

a tua alma;

Gelas tudo por onde passas e quando falas há uma luz que nasce em mim...
Luz que rompe o cimento, o silêncio...
E ai tudo ganha forma em mim.


Eu quero tocar a tua alma, quero escutar a tua alma...
Eu quero escutar a tua voz, quero sentir a tua pele...
Eu quero que o teu sorriso acabe com o meu desejo (...)


O meu mundo acaba em ti;

is it wrong to be scared?

Já tinha conseguido aceitar que teria de começar toda uma nova vida, num local totalmente desconhecido. Não sabia é que teria de o fazer sozinha.
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Agora já não sei se consigo.

sábado, 11 de setembro de 2010

-

Os teus movimentos brutos são como beijos roubados à força. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Part[idas].

Crias a instabilidade na minha vida com a mesma rapidez com que mudas de música quando esta não te agrada. Só que esqueceste que eu não sou mais um daqueles teus rádios velhos que já estás farto de usar. Eu sou bem mais que isso, mas tu não vês. Não verias mesmo que eu estivesse à tua frente, enfeitada como árvore de natal, sinalizando tudo aquilo que sou e tu não v[ês.]
Mas tu tentaste. Eu sei que tentaste preencher os vazios e os espaços em branco. Porém, compreendo agora, não foram os vazios da minha vida os que quiseste preencher, mas sim os da tua. Tu também tens vazios, sabes? Talvez mais do que aqueles que [re]conheces.
Tentaste eliminar [emendar?] um vazio, mas agiste que nem uma toupeira. Cavaste. Fizeste túneis. E, depois, ficou o vazio.
E foi quando tu partiste que eu dei conta desse teu jogo sujo. Foi aí que eu fiquei a descoberto. E nessa altura vi que não ficou ali ninguém, naquele espaço que ocupaste. Não estava ali ninguém porque na verdade nunca esteve.
Às vezes pergunto-me, até, se não terás sido produto da imaginação, uma ratoeira da minha mente, tão fugaz foi o nosso tempo.
E, nessas alturas, só me apetece gritar. Gritar e fugir. Dizer 'acabou' , 'finito' e por-me a andar daqui p'ra fora. Para um sítio onde nem eu me possa encontrar! Só que deixo sempre 'pra amanhã'... 
Por vezes, pergunto-me, quando se sabe que uma história acabou?
Hoje sei o quanto é simples.
Uma história acabou quando o coração sabe que tem que deixar alguém partir.
É isso o fim!




E o nosso fim, meu querido, foi chegando aos pouquinhos. E hoje chegou, por fim, o dia em que o meu coração aprendeu que é possível deixar partir alguém, não [se] partindo [de] todo.





Nota: Obrigada a Jessica por me deixar usar a frase da sua autoria - a itálico - uma das fontes inspiradoras deste texto.

um(a) Aventura no Castelo Jota

Eis que chegou ao fim mais um(a) Aventura da Pastoral de Jovens de S. Victor (PJSV), à qual muito me orgulho de pertencer. O Aventura '10 reuniu oitenta e sete jovens entre 3 e 7 de Setembro em Castelo do Neiva. foram dias intensos, marcados por um grande espírito de união e companheirismo que ficarão para sempre na memória de todos!

Nestes dias aprendi que o Castelo Jota, de que nos fizemos habitantes desde que lá chegámos, é muito mais do que um espaço físico, é um lugar de amor, entrega, carinho e dedicação, um castelo de portas abertas para o próximo e que todos ajudamos a construir no coração de cada um, um abrigo em que cada pedra é fruto da entreajuda e do companheirismo. Aprendi que de nada serve ter-se muito se não se der cada vez mais, e, de preferência, tudo o que se tem. Aprendi que neste castelo somos muitos, mas que também somos um só, porque vivemos em união; que todos precisamos de percorrer um novo rumo, no sentido de seguir sempre com pegadas firmes o exemplo do nosso insigne modelo, Jesus Cristo; que este castelo deve ser uma nova dimensão da nossa vida, que nos ajuda a construir raízes de amor nos nossos corações. Aprendi que, ainda que ninguém possa ser perfeito e todos tenhamos os nossos defeitos, juntos podemos contorná-los e transformá-los em potencialidades. Aprendi que mesmo num castelo assim, nem tudo é perfeito, mas quando damos o nosso melhor podemos criar coisas maravilhosas.

Este ano, mais do que nunca, apercebi-me de que tenho neste grupo amigos verdadeiros a quem devo muito daquilo que sou, e conheci muitos outros a quem deverei um dia muito daquilo que serei.
Na verdade, foi este grupo que me tornou naquilo que sou hoje, nos sete anos que nele estive aprendi muito do que sei (até a usar uma esfregona e uma vassoura foi com eles que aprendi), e espero que assim continue, porque sei que este grupo ainda tem muito para me ensinar.

Obrigado por tudo o que são e pelo que fizeram de mim (:



(aquilo que está sublinhado no segundo parágrafo são os nomes dos vários grupos em que se divide a PJSV, por faixas etárias)


Fica aqui o vídeo de nós todos a cantar o hino deste Aventura 2010:


terça-feira, 7 de setembro de 2010

vai-te embora saudade

É aquela saudade que não se vê, que não se mostra, mas que dói e faz buraquinhos no coração. Aquela saudade que não se ouve, que se camufla em melodias preconizadas por sorrisos estridentes, mas que faz mais barulho que o bater duma porta no meio de um silêncio intrigante. Aquela saudade que nos come aos bocados pequeninos, porque é assim que mais dói, mas que nos deixa completamente intactos aos olhos de quem nos vê. Aquela saudade que não mata, mas faz sofrer. Aquela saudade que os dias não ajudam a suportar mas que o tempo nos obriga a tal, por nada perdoar.
Saudade essa que carrego no peito todos os dias, e que não vejo a hora de a ver acenar-me com a mão esquerda e dizer-me adeus.
Entro muitas vezes numa terapia que é incapaz de me curar mas que me faz bem psicologicamente. É um trabalho árduo, este de convencer a nossa própria autonomia do que ela é capaz de fazer. É a regra chave do ser humano: pensar que precisamos de alguém para dar o passo seguinte. Na realidade possuímos tudo para o fazer, apenas queremos sentir o apoio de alguém que esteja do nosso lado. Isto de se ter de viver a vida tem que se lhe diga!
Hoje o dia não é meu, nem teu, nem de ninguém. Hoje o dia é um corpo isolado gritando por afecto. Não o tomes teu, não o tomes nosso.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

um novo dia,

Não te estou a pedir autorização nem tão pouco conselhos. Estou apenas a informar-te: vou ser feliz.











(quer queiras, quer não)

Descobri que...

Dói imensamente mais deixar partir um amigo do que um amor.












Ainda que saibas que tenha sido o grande amor da tua vida.

domingo, 5 de setembro de 2010

No dia da tua partida vou deixar tudo espalhado pelos nossos sítios. Sei que um dia hás-de perceber que estavas enganado e vais reencontrar esses sítios, mas já não serão os nossos.

sábado, 4 de setembro de 2010

Frases sobrepostas

Tenta esquecer
tudo o que eu te dou, tudo o que eu te dei 
e vê-nos assim de longe
vê o que somos, não somos,
e não há.
Tenta perceber,
não chega para mim, ensina-me a andar,
a respirar, a falhar.
o teu amor não me percebe,
a tua mentalidade não me sente
a tua vida não me pertence.
Tenta conseguir
realizar um objectivo 
nem que seja veres-te livre de mim,
desta farsa triste, pérfida
redundância esquecida,
eu não percebi.
Afasta-te de mim 
foge do meu alcance
mas leva-me para longe
não me deixes aqui, aqui não escaparei de ti.


Não é um poema, a minha ideia seria uma letra de uma música, nem assim soa bem.
Decidi apelidar estas palavras de frases sobrepostas, como sempre.
O que mais dói para além de um fim tenebroso,
 é saber que as semelhanças entre as duas almas não eram assim tão iguais.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Val[idade] [E]xpi*[r]*[rada]

- Como estas? 
- Aninhada.
- E isso é bom ou mau?


Não sei. Não sei se é bom ou se me faz bem. Sinto-me bem assim. Aninhada em mim mesma. É que comigo, sei que posso sempre contar. Sobre mim, sei que me poderei sempre aninhar.
Porque tu já não me deixas aninhar em ti. O meu prazo de validade expirou, não foi? Sinto-o. Apesar de ainda me procurares, sei que o nosso prazo expirou.
Houve uma altura em que me perguntei porque já não me querias. Será que só porque agora dou dores de barriga já não me queres, não é?
A ilusão de poder ser diferente, de o céu poder ser branco e não azul.. de as rosas poderem ser todas do nosso azul e não o vulgar vermelho.
Eu pensava que tinha conseguido a receita. Que tinha descoberto, contigo, o segredo de um conservante forte, resistente as intempéries da vida. Mas afinal parece que também nós ficamos azedos. Dou-te dores de barriga agora. Por isso puseste o rótulo e me despachaste com uma reclamação de produto sem validade para a loja onde me foste buscar.

- Prazo de validade? Mas és algum iogurte?

Pois, se calhar aí está a questão. Eu nunca fui o teu iogurte, fui apenas a nata. Por isso agora, que já enjoaste, deitas fora. Se eu fosse o iogurte de abertura fácil, se calhar tinhas comido.
Ups! Lamento ter-te desiludido. Mas sabes? Temos pena!


Um dia sei que serei o iogurte de alguém.
Pois tu, nem para embalagem serves!


 [Trocava o meu "Tente outra vez!" por um destes...]




Créditos: Ao Ed. O mais querido dos amigos virtuais. Graças as tuas deixas, a minha imaginação trouxe-me até aqui.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

amo-te.

Levantei-me por um bocado. Já não sentia o que é estar assim tão sozinha há muito tempo. Eu estava sempre rodeada de pessoas, estava sempre a sorrir e nunca tinha enfrentado alguma coisa assim. Tenho a porta do quarto fechada, as portadas fechadas e os vidros fechados também. As cortinas continuam por correr, as portas dos armários continuam fechadas. Não há batôns ou vernizes por aqui, não há perfumes ou roupas preparadas a condizer com a tua. Não há nada que me faça ter vontade de sair. Porque sei que quando sair , já não te vou encontrar. Eu sei que um dia isto há-de passar, que talvez eu fique sozinha mas para já não me consigo habituar a uma mudança assim, tão repentina. Porquê que prometeste tanta coisa que não cumprias? Porquê? Se eu nunca te obriguei a prometer nada... Não sei porque que és assim comigo. Porque que mesmo me estando a perder tu não fazes quase nada, tu não mudas, tu não voltas. Não sei porque que já não me fazes sentir a tua menina, ou a tua simplesmente. Não sei porque que as tuas palavras são sempre um vazio intenso, um vazio ... Quem me dera ter forças para sair daqui. Forças para parar de chorar de uma vez. Tu nunca percebes. Não percebes que se fosse eu a tomar a tua posição tu também não ias gostar. Tu ias agir exactamente como eu, sabes porquê? Porque é da nossa natureza. Mas agora tu não estás em ti. Estás a ser algo que nunca foste. Estás a ser algo que eu nunca conheci. Não tenho consciência das coisas que faço, que digo até, mas sei que estás bem. Porque tu criaste dois mundos : eu e o teu. Eu misturei tudo e é por isso que estás assim. Sinto-me o segundo plano mais triste da tua vida. Porque tu preferiste fazer tudo acima de mim, acima de nós. Não sei. Não sei como consegues permanecer bem connosco assim, mas cada um sabe de si. Deixa-me perguntar-te uma coisa, levaste alguma coisa nossa contigo? Não pois não? É que eu acho que não sei onde ir, nem o que levar. Desculpa, não me sinto bem e gostava que pudesses fazer como eu : escrever assim alguma coisa que até pode não fazer muito sentido mas vem do interior.

Um dia vais perceber que não devias ter apagado as mensagens, só demonstrou que tinhas algo a esconder, de mim. Por isso é que as apagaste mas, eu não me quero meter na tua vida, não quero. Mas só queria que tivesses um bocado mais de consideração por nós.

Podias ter tido mais cuidado . Eu deixei-te entrar na minha vida, dei-te a provar todos os sabores que descobri, deixei-te conhecer cada milésimo de pedaço meu, da minha vida, do meu dia-a-dia. E tu mesmo assim deixas-te-me para trás. Vale a pena ? Valeu a pena? Eu sempre fiz tudo por ti e toda a gente sabe isso. Eu não sai nas férias todas porque não queria que te sentisses mal, porque tu dizias que depois, depois ia realmente ser fantástico. Que iamos até á praia juntos, que iamos sair muito, nos dias de chuva iamos ouvir a chuva bater nos vidros e nós agarradinhos lembras-te? E nos dias de sol não ia ser diferente...

Talvez eu não pertença á tua casa. Talvez porque nunca consegui entender as coisas que não dizes e que pensas que basta dizer por alto. Um dia sei que aquela manta cor-de-rosa tal como todas as minhas roupas vão continuar sempre com o teu cheiro, será que eu as vou vestir sempre? Não sejas indiferente a esta mensagem, não me respondas com uma palavra, com uma frase, ou com algo frio e insensível. dá-lhe valor. Está a ser escrita a olhar para tudo aquilo que construímos, para aquilo que vivemos.

Gostava de estar inserida na tua vida, mas não me sinto assim. Porquê que tu tinhas de ficar assim...

Depois de todos os medos...de todos os segredos...de todos os momentos... de todos os dias... de todas as roupas no chão... dos relógios trocados...de todas as surpresas... dos bilhetes que deixava em ti...no teu carro...no teu caderno... depois de todas as promessas...de todas as afirmações ‘’eu vou mudar’’... de todas as coisas que passamos. Está a valer a pena o que me estás a fazer? As respostas que não me dás e precisava de ouvir... Pensa se também gostavas...que fosse eu a fazer-to.

Orvalho

Foi num dia de chuva. O seu cabelo cheirava a orvalho e das pontas nasciam gotas como se de árvores e frutos falássemos. Em ambas as mãos trazia sonhos apertados, entrelaçando muito os dedos como se temesse a ida de algo maior daquilo que podia dispensar. Já dispensara demasiado. Ou pelo menos, o seu lado egoísta assim lho dizia. Tinha os olhos doces, dois pontos de mel muito atentos e felizes mas que, naquele dia, apresentavam um vermelho invulgar. Falava depressa, numa correria atrapalhada como se o comboio da vida lhe fugisse das mãos ágeis e pequenas. Nesse dia, bebia chá lentamente saboreando os sabores que lhe chegavam em catadupa mas que a sua boca não conseguia distinguir. Sabia só que sentia a sua língua adocicada, quase em exagero. A saia comprida dançava-lhe teimosamente e as pontas dos dedos tamborilavam na borda da mesa. A sua expressão era séria e, quem a visse, diria que nuvens negras se aproximavam dos seus lábios firmes e cheios. Os pés doíam-lhe pois, descalços, sentiam com mais firmeza as irregularidades do piso. Não se importou. Dores maiores existiam.
Foi num dia de chuva que se abandonou e que caiu desamparada ainda fria do orvalho. Frutos viu nascer dos seus braços e árvore ficou.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

por vezes, as pessoas que nada nos são, são aquelas que mais sorrisos têm para nos oferecer.

senta-te aqui Nuno, todos juntos podemos sorrir.

(em resposta ao post anterior, que me traduziu uma grande sensibilidade. Não pude ficar indiferente)

por vezes.

por vezes, na lassidão dos dias, há letras que ficam por juntar,
palavras que escrevemos mentalmente e que nunca chegamos a dizer.

por vezes, no alvoroço das manhãs, deixamos perder-se o som do silêncio
e as letras que não se dizem tornam-se pontas soltas de um passado mal contado.

por vezes, no errar das noites, frequentamos de novo os lugares que um dia perdemos
e entre o passar dos dias, (re)encontramos neles a plenitude.



posso sentar-me ao teu lado a ver-te sorrir?

Escre'vendo[-me] ...

Fixo o olhar no vazio e à mente só me vem aquela incompreensível vontade de pegar na caneta e escrever.
Só que não tenho assunto.
Não quero escrever sobre dores incompreensíveis, nem amores mal passados. Não quero tão pouco escrever sobre aquelas fotografias gastas [presas?] pelo tempo.
No fundo, não quero escrever[-me]. É que o espelho partiu-se e eu já não consigo ver-me.
Também não quero, hoje, inventar uma história nova e bonita de enternecer corações duros ou pedras de riachos.
Hoje quero apenas escrever. Só que não quero escrever[-me]!
Então escreve-se sobre o quê, nestes dias?


Se eu fosse uma pessoa normal, teria virado po lado, deixado que a vontade acabasse por passar e dormido. Mas como não sou, peguei na caneta e escrevi.
Escrevi sobre a banalidade de não escrever sobre coisa alguma!
E sabes?
Adorei!

round 2.

Não é preciso fazer um grande drama à volta desta questão. Não sou um rapaz inocente, definitivamente.
Por vezes tenho vontade de te devorar de uma vez. Em outras ocasiões apetece-me saborear cada pedaço do teu corpo e, especialmente, da tua alma. Mas ainda se trata de uma paixão.
É necessário mais um pouco de tempo para se amar verdadeiramente.
Por agora deixa-me amar a tua beleza.
Vou cruzar os dedos para não voltar a quebrar o coração.

quatro,

Percebi hoje que o número quatro é sobrevalorizado. Não faz qualquer sentido.