sábado, 31 de dezembro de 2011




Hoje vou deitar-me e vou esperar por ti. Para voltares ao que eras. Para te deitares ao meu lado e afagares-me o cabelo enquanto me adormeces. Quero pousar a cabeça no teu peito e ouvir o teu coração a bater bem depressa. Sentir o teu corpo quente. Sentir os teus pés pequeninos a brincar com os meus. Sentir-te simplesmente. E adormecer a cheirar o teu cabelo com aquele leve aroma adocicado. Sentir que quando estou contigo posso sonhar em mil e uma coisas boas.
Ou então vou ter contigo. Vou eu adormecer-te. Não tens escolha, eu quero. Olhar bem para ti enquanto dormes, ver como ficas linda. Encostar o meu nariz no teu pequeno nariz ou tactear os teus lábios. A tua cama é mais pequena que a minha. Mal cabemos os dois. Não importa pequena. Procura o espaço nos meus braços.
Mas dorme. Calma e serena. Dorme...



happy new year

Bom ano companheiros. Um dos meus desejos para o próximo ano é receber inspiração para voltar a ser uma colaboradora assídua aqui do Letras. Perdoem-me.
Sejam felizes e não se deixem derrotar por nada.


Beijinhos do tamanho do mundo

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fui-me deitar. Estava cansado mas apesar de tudo chamei-te. Chamei-te para vires ter comigo. Para te ver, para te tocar, para te sentir. Para poder ouvir a música que tens dentro de ti, esse rimbombar de tambores que provoca alterações rítmicas nos meus.

Disseste-me que não.

Eu não percebi. Não percebo o que te faz negar constantemente o meu olhar. Será medo? Não sei. Por mim? Por ti? Por alguém terá que ser.

Deitei-me. No escuro abracei-me à almofada. Fechei os olhos para te poder ouvir mas tu não estavas lá. Esperei uma brisa que me pudesse mexer os cabelos. Mas ela não apareceu. Esperei uma gota vinda de nenhures que me pudesse molhar a face que tanto anseia pelos teus lábios. Mas ela não apareceu. Procurei a companhia nos braços dos lençois. Mas ela não apareceu.

Diz-me... quem sou eu? E quem és tu? E o que é isto?

Aparece e faz desaparecer tudo o que eu procuro em outrém. Tu!




“E em África quando há fome as crianças comem terra. Quando se tem fome, come-se o que há. O simples acto de mastigar e engolir seja o que for pode não alimentar o corpo, mas alimenta os sonhos. E os sonhos com comida são como os outros sonhos – pode-se viver deles até morrer.”


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um dia vais acordar no meio do oceano, sem saber como lá foste parar ou como podes sair. Aí só te restará uma coisa: nada. Pode ser que um dia chegues à costa.
E agora perco-me por sítios que já não têm o nosso cheiro e caminhos que já não são os nossos, e fujo-te querendo refugiar-me em mim, mas nunca me encontro. E acabo sem casa. Sem abrigo. Sem o amor que, de tão grandioso, cobria todos os átomos do meu ser.

Os anos que nós (não) temos.

Pedem-me o tempo, pedem-me a vida. Pedem-me as histórias, pedem-me as palavras. Pedem-me tudo.

Quando tudo começou, eu era apenas uma criança. E que criança! Aos cinco, pediram-me para ter dezoito. Aos cinco, roubaram-me o chão e mandaram-me aprender. Para muitos isso acontece aos seis. A mim foi aos cinco.
Aos nove voltaram-me a pedir para ter dezoito. Nem foi preciso tanto. Aos catorze, aí sim. Pediram-me para ter quarenta, quiçá cinquenta.
Não continuemos sem relembrar que aos doze me pediram para ser velho e enfrentar a morte que, ao meu lado, me cumprimentou.
Aos dezoito, pediram-me para ter muitos mais. Entregaram-me ao mundo. Eu não fui ter com ele.

Muitas vezes pedem-nos para ser grandes. Antes custava mais. Agora? Agora é fácil! Agora, os 5 anos continuam lá, nos momentos de brincadeira. Os cinquenta precisam-me em cada difícil decisão. Os noventa, esses, muitas vezes sinónimos de sabedoria, são constantes.
E eu cá estou. Com vinte e dois anos feitos, vinte e dois para o mundo.
Os outros anos, esses, são apenas um baloiço. Amanhã lá estarei eu à espera do que há-de vir.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

No repouso da minha inocência

Quando fecho os olhos vejo o mundo de impossibilidades que a vida nos dá.
Vejo a confusão na minha cabeça e a lingua presa, que me sufoca a garganta e que me deixa sem movimento, paralisada nas ideias e incapacitada nas minhas possibilidades. 

Então, quando abro os olhos, decido ver um mundo de hipóteses e amostras de concretizaçao, onde o impossível é apenas o que negamos ser concretizável, onde por mais que queira não pondero o amor nem a razão.
A razão pondera-me e decide se vai utilizar-se de mim ou não,
O amor é a constante independente da minha vontade ou do meu coração.



E há que diga que sou de Marte, mas estou bem ao teu lado.
Senta-te aqui, no repouso da minha inocência, descansa no meu abraço. 
'Se alguém perguntar onde pára o pecado direi que engoli a maça.'

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

a incansável espera..


Já repararam como estamos sempre à espera de algo, de alguém?

Uma palavra carinhosa, um café nas manhãs frias de terça-feira, um abraço forte na hora H daquele dia menos aguardado, um beijo demorado enquanto esperamos o comboio de regresso a casa, uma viagem que nos leve para onde sempre sonhamos estar, uma melodia que nos toque a alma e nos recorde o quanto eramos simples e felizes, uma carta de um amigo distante, um passeio que nos lave por dentro e nos torne, quem sabe, melhores! Ou então, um simples "olá" digital de um desconhecido que encontramos, um "boa noite" habitual do nosso vizinho do quarto andar, um "está na hora de ir dormir" que nos recorde a voz da mamã nas noites da nossa infância longínqua, um "adoro-te" dos nossos amigos de sempre ou um "tenho saudades tuas" de alguém que ainda ausente nos traz cá dentro, nos recorda e nos ama.
Inevitavelmente, a nossa vida torna-se uma sala de espera, em que aguardamos algo: dos nossos pais, dos nossos amigos, dos nossos vizinhos, dos nossos conhecidos, dos menos conhecidos, da vida, e até de nós mesmos. Esperamos, esperamos e voltamos a esperar! Esperamos que amanhã esteja bom tempo, esperamos tirar boa nota no exame de matemática, esperamos não ter problemas, esperamos não ficar doentes, esperamos realizar os nossos objetivos, esperamos alguém que nos faça tocar na lua e voltar, ou então que nos ponha a viver nas nuvens, um lugar certamente confortável e acolhedor...

E assim, vamos carregando a nossa vida, e a dos outros, com uma imensidão de sonhos, ambições, desejos, pequenos nadas que esperamos e voltamos a esperar... E em cada espera, a nossa angústia cresce e a nossa esperança é dissolvida, gota a gota, no vazio do fracasso... E novamente, voltamos a esperar mais e mais, dos outros, de nós mesmos, pequenas coisas que se tornam grandes na infinita espera da campainha que toque, do novo dia que nasça, ou da tristeza que passe...
Porém, o coração anda no compasso que pode e a vida não é uma sala de espera, mas uma questão de escolhas!

A sempre vossa,
Catarina Costa

domingo, 25 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal 2011

Hoje é que é mesmo dia de Natal, por isso deixo aqui, para todos os meus amigos, autores e leitores do letras no caminho, e os outros que por aqui passem, os votos de um Feliz Natal, cheio de esperança, amor e felicidade!

Este ano, o nosso presépio, ornado de pequenos cartões com versos e poemas relacionados com o Natal, tem peças de todos os cantos do mundo; na árvore, em vez de uma estrela, temos um astro diferente: o Planeta Terra. Porque afinal, foi na Terra que Jesus decidiu nascer, e nasceu para todos nós. é por isso que também figuram no pinheiro bonecos com caras de crianças de todo o mundo.


Fica aqui também um poema que sempre marcou o meu dia de Natal, desde que me lembro, porque o meu pai o costumava ler todos os anos. Aqui fica, desta vez lido por mim:

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Olá sarcasmo.


Mais tarde ou mais cedo a ilusão acaba, e sim, os sentimentos continuam a ser bonitos, para quem é imune, claro está. É triste vá, é triste que seja tudo nesta óptica do será eterno… até acabar, pois sim. Corações em todo o lado, contar estrelas, adormecer junto, procurar a mão, abraçar de forma verdadeira, até pode aquecer, isso eu concordo. Mas dá trabalho, e ouvi dizer que a Zara tem toda uma colecção de roupa quentinha que faz (quase) as mesmas vezes e vem com garantia.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

No momento em que me apercebi...

No momento em que me apercebi que a vida são dois minutos e estou ainda a passar o primeiro, fiquei com falta de ar. Um ataque de pânico dentro de mim soltou-se, virando tudo contra mim. A ideia de que depois de morrer nada mais terei para sentir, dá-me um pequeno mau estar. Quero dizer, nem é bem um mau estar, nem é tanto um desistir de viver, é mais de sentir um grande e enorme vazio. Porque na realidade, poderei viver uma vida inteira de diversas maneiras que nada do que fizer me irá tirar do caminho da gente de preto com a sua foice. Por outro lado, mesmo que este vazio se solte dentro de mim por breves instantes, é imediatamente silenciado quando me ponho a pensar sobre as coisas que me fazem sentir, como viver com a namorada, ter filhos, ensinar-lhes a viver, dar-lhes amor e carinho. Sentir o mundo de baixo dos meus pés. Sentir as pedras, a relva fresca e a chuva molhada. Tudo o que me faz sentir vivo, são as poucas coisas que me dão ainda aquele pequeno orgulho, aquela enorme vontade de viver mais, muito e muito mais. De poder sentir tudo e aprender tudo. Mesmo que depois de muitos e longos anos poder vir a ser enterrado, apenas a tristeza de ir perder tudo isto me irá estar no coração, assim como todas as coisas que fiz em vida.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sorella Cordis *

 


Porque foi isso que te prometi.. que não [fug]iria... que não te [deixa]ria... Que todas as tuas tempestades seriam nossas. Que o meu abraço seria a tua segurança e o meu ombro o teu apoio. 
Disse-te, uma vez, que seria capaz de correr a cidade toda até te encontrar. E faria. Porque sabes? Não [d]es'x'isto d's'e'm' ti! Não desisto de quem amo. Não desisto de quem me cativa.
E mesmo que um dia pareça fazê-lo, não te assustes... estarei apenas a recuperar o fôlego para mais uma corrida...
É que... sinto as tuas dores como se minhas fossem... ao ponto de chorar abraçada a ti (sim, sei que não sabes disso), enquanto tu desabas em mim...
Mudaste[s]-me.
Tornaste-te porto seguro, abrigo, casa.
Redenção!

Cativas-me... assustas-me... E eu tento [fug]ir...
... tu não deixas.



Obrigada por tudo, [S]orella Cord[is] *

(re)encontro

Um vazio... Uma luz... Um aviso… Um proibido... Uma esperança... Uma desilusão... Um obrigado... Um até nunca mais…

A vida é assim: um turbilhão de momentos adversos, uma imensidão de erros e de fracassos aliados a um milhão de vitórias e conquistas! Encontros e desencontros, em que nos vamos (des)encontrando com o que fomos, o que somos e o que seremos, um dia…

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Caros leitores, peço desculpa pela minha ausência prolongada, mas houve um tempo em que a escrita deixou de fazer sentido para mim. Foi necessário um reencontro comigo mesma e espero estar de volta, em força, e definitivamente.
A sempre vossa,  
Catarina

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tenho medo de ter medo. E os medos dão-se bem. Podia jurar que no outro dia, quase, quase! que lhes vi um beijo! Agora esperemos que não vão mais longe do que isso, porque eu não tenho vontade nenhuma de dar guarida a mais medos.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Hoje o Mundo acordou maldisposto.
Girar 24h por dia deve deixá-lo tonto.

Sono, sono, sono, luta, luta, luta, o desespero, o coração no sitio longe, há pessoas, é para correr, não dá, está escuro, tropeças, está frio, desconhecido, sono, olhos fechados, luta!, abre os olhos, liga liga liga, voicemail, estás sozinha, há vozes, havia uma mala, não há mala. Há dor, porque é que a dor não foi com a mala? Sono sono sono, arvores, chão, liga, ninguém ajuda. Sono, não há luta... Ultimo suspiro. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011


Sinto que me tornei mais honesta, mais directa e com isso as palavras escritas já não me saem facilmente. Não gosto. Acho que vou voltar ao pequeno ser introvertido que sempre gostei de ser.


Pulga

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


Se há algo que me irrita mais do que o normal, que me faz bater o pé com mais intensidade, morder a língua até magoar e contar até cem, é falta de inteligência nos seres que me rodeiam. Não me venham cá com a história que a inteligência é muito relativa que no que toca a sua parte emocional até os meus bichinhos se munem dela quando efectivamente fazem asneira. Por isso, porque raio de motivo de outra realidade é que os tristes seres humanos deste planeta não se apercebem que quando magoam alguém não convém virar o jogo e respirar-lhe a porcaria que fizeram directamente numa artéria qualquer do coração? Valham-me os raios e coriscos, valha-me a falta de sensatez, valha-me o alprazolan, vulgo Xanax, que por hoje eu não me valho a mim própria.

domingo, 27 de novembro de 2011

Alguém tem conhecimento?

https://www.facebook.com/event.php?eid=207428742665541

O meu cão foi abatido na passada segunda-feira, um labrador, com um tumor no fígado.
Eis o texto que lhe escrevi de despedida, porém, se alguém souber de pessoas que deêm estes cães para adoptar me diga, e partilhem o evento, por favor.


Scott:
Vamos ter saudades tuas. Desse teu ar independente e carinhoso. Dos teus olhos meigos e preocupados. Da tua inteligência. Da tua ousadia. Vamos ter saudades tuas e de tudo aquilo que sempre te caracterizou. Da tua alegria pela casa, da maneira como a enchias, das tuas lambidelas e brincadeiras. Vamos ter saudades de te ver correr pelo corredor sempre que ouvias a trela; De te mandar parar quando corrias atrás dos gatos que se cruzavam contigo; De te ver ladrar sempre que alguém se aproximava. Vamos ter saudades de todas as vezes que nos rasgas-te coisas, de todas as vezes que corrias pela mesa para ver quem te dava gelado, ou doces. Vamos ter saudades de comer pipocas no chão da sala contigo, deixar-te uma no chão e ires buscá-la com a patinha.. Vamos ter saudades de te ter deitado nas nossas pernas, de te ver roer almofadas, de seres persistente e não saires do sofá... Como eras teimoso, como gostavas tu de ocupar todo o sofá. Vamos ter saudades de te por lenços no pescoço, de te abrir as portas para vires para a nossa beira no Natal. Foste um bom cão. Um bom amigo. Um bom ouvinte. Uma boa companhia. É triste saber que sofreste, que tivemos de tomar uma decisão que não coincidia com aquilo que queriamos e mais nos preenchia: A tua presença. Estou aqui na cozinha e não te encontro mais, as tijelas ainda estão ali, as tuas. O Pai deixou que os brinquedos ficassem junto a ti. Lembraste deles? Estou-me a lembrar de quando me rasgaste o lenço azul, de quando me empurraste e rasgaste a perna. Ainda tenho essa cicatriz amigo. Nunca gostei muito dela, mas agora, é a coisa que mais nos aproxima. Vou ter saudades tuas, de te ver com a cabeça sobre os cedros sempre que me despedia da Mãe de manhã e tu ficavas a ver-me descer a rua em segurança. Dava-te um rebuçado de mentol, tu pedias, sempre. Eu sei que não te fazia muito bem, mas tu ficavas tão feliz. Eras um bom amigo,e eu vou ter saudades tuas Scott. Descansa em paz, e nunca te esqueças, és o nosso irmão mais novo.
Adoro-te muito.
Isa, 21 de Novembro de 2011, 20:27

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Sabes, perdi-me de tal maneira no teu 'se' que acabei por me esquecer do meu 'quando'.

domingo, 13 de novembro de 2011

Eu não tenho saudades tuas. Tenho sim, saudades do amor que senti por ti. It's different.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O rio pode vir do topo das montanhas.


O rio pode vir do topo das montanhas; Pode trazer a água num estado limpo, fresco e bonito, mas é no mar que a diversão se faz sentir. É no mar que existem as ondas que me faz levantar a cabeça para tentar ver para lá da onda de metro que vem com toda a força na minha direcção. Podem os mares ser os pais dos rios, mas são os rios que me dão a alegria de chapinhar e nadar tranquilamente sem pensar que irei ao fundo, ou que virá um monstro qualquer para me comer de primeira, as pernas do meu corpo. O mar pode ser grande para me meter medo e tonturas se não estiver habituado, mas é com a sua imensidão que chego a sonhar com o futuro que está para vir. É ele quem cria o grande horizonte que me deixa a pensar nos milhares de quilómetros que separam as pessoas umas das outras.

Os rios são na verdade os pais, e os mares os filhos destes. O mar é grande de dimensão e rebelde no número que guarda no seu interior, o rio pode ser pequeno, mas sem a sua nascente o mar não existia.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Apeteceu-me partilhar :)


"Fazer um registo de propriedade é chato e difícil mas fazer uma declaração de amor ainda é pior. Ninguém sabe como. Não há minuta. Não há sequer um despachante ao qual o premente assunto se possa entregar. As declarações de amor têm de ser feitas pelo próprio. A experiência não serve de nada — por muitas declarações que já se tenham feito, cada uma é completamente diferente das anteriores. No amor, aliás, a experiência só demonstra uma coisa: que não tem nada que estar a demonstrar coisíssima nenhuma. É verdade — começa-se sempre do zero. Cada vez que uma pessoa se apaixona, regressa à suprema inocência, inépcia e barbárie da puberdade. Sobem-nos as bainhas das calças nas pernas e quando damos por nós estamos de calções. A experiência não serve de nada na luta contra o fogo do amor. Imaginem-se duas pessoas apanhadas no meio de um incêndio, sem poderem fugir, e veja-se o sentido que faria uma delas virar-se para a outra e dizer: «Ouve lá, tu que tens experiência de queimaduras do primeiro grau...» 

Pode ter-se sessenta anos. Mas no dia em que o peito sacode com as aurículas a brincar aos carrinhos-de-choque com os ventrículos, Deus Nosso Senhor carrega no grande botão «CLEAR» que mandou pôr na consola consoladora dos nossos corações. Esquece-se tudo. Que garfo usar com o peixe. Que flores comprar. Que palavras dizer. Que gravata com que raio de casaco hei-de usar? Sabe-se nada. Nicles. 
Olha-se para as mãos e parece uma cena de transformação dum filme de lobisomens — de onde outrora havia aqueles dedos tão ágeis e pianistas, brotam dez abortos de polegares. E o vinho entorna-se só de pensar nisso. E as solas dos sapatos passam a atrair magneticamente todos os excrementos caninos da cidade. E a voz que era toda FM Estéreo da Comercial quando vai para dizer «Gosto muito de ti» fica repentinamente Abelha Maia. 
Tenha-se 17 ou 71 anos, regressa-se automaticamente aos 13 — à terrível idade do Clearasil e das sensações como que de absorção. Quem se apaixona dá mesmo saltos no ar e diz «Uau!» quando o Pai deixa usar a pasta de dentes dele. Qual «ternura dos quarenta», qual bota da tropa cheia de minhocas! O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais. "


              Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Tempestade

São ondas que me devastam, vão e voltam e nunca gastam a sua paixão.
Seu calor e tristeza, sua escaldante emoção.
Vão e voltam sem saber
Que me devoram uma e outra vez sem querer
Regressam e consomem todo o meu ser
Arrasam, arrastam e eu fico a sofrer.

O sol põe-se deitado, suavemente deita-se derrotado
E todo aquele ouro, aquele prateado
Mergulha no âmago quente do mar salgado
Olhos fecham-se e o sol põe-se quando se volta a abrir
O céu escurece, uma tempestade está para vir
Olhos abrem-se e correm a areia fina,
Calam as suas mágoas no silêncio da água fria
Choro calada a teu lado
Mas sem ti, sonho acordada
Não contigo, mas deleitada
Neste sonho triste e desesperado.
E ondas vêm e ondas vão
Espuma branca a meus pés se forma
Sol e lua suas posições trocam
E na praia fico, na sua calmidade morna.
Mas que palavras te posso dizer
Quando o dia já foi e te quero sem querer?
Que palavras é suposto calar
Se o tempo já foi e eu deixei tudo passar?
Não te quero assim, não
Quero-te um dia e outro
Mas ondas vêm e ondas vão
E sem querer eu sofro.

domingo, 6 de novembro de 2011

http://www.conteconnosco.com/trabalho-detalhe2.php?id=103


Para quem gostar:
Nunca sabemos para onde vamos, nem como vamos. A verdade é esta, um barco pode ser o motivo de partirmos em busca do conforto da nossa alma; Pode ser a chave para a caixa de música que ficou parada sobre a secretária; Pode ser a nossa estrela guia.
Um barco pode diminuir distâncias, principalmente quando um barco se torna o nosso coração e o seu material de construção são todas as coisas que aprendemos na vida.
Ninguém sabe para onde vai ou onde pertence, na verdade, a nossa vida é desregrada e inconstante como todas as ondas que se desenlaçam no oceano. Pegamos num bote e saímos do navio, achando que a solução é fugir a qualquer tempestade que ameaça a tripulação. Porém, o esquecimento em situações de rapidez é mais favorável e deixamos todos os nossos trunfos lá, em algo que fomos construindo durante a nossa vida, achando que largar tudo é mais fácil do que ficar. A terra vai ficando à vista, quase que olhamos para trás, e nesse momento, somos engolidos por uma onda gigante. Onde fomos parar? Não sei bem, mas no fundo do mar também existem pianos e fábulas secretas; Também existem tripulações; Também existem estrelas. Por vezes, as coisas não têm mais vida cá fora, às vezes, o essencial é naufragar e voltar a reencontrar toda a nossa vida, de pernas para o ar ou mesmo, debaixo do mar.

Há um dia na nossa vida em que cortamos todas as árvores e construímos um navio. Cuidamos dele todos os dias até estar pronto, limpamos todas as suas arestas, desenhamos cuidadosamente as suas velas e sorrimos cada vez que sabemos que vamos trabalhar nele.
As árvores ficam a ser, então, o nosso objecto de viagem: Um pequeno barco, frágil como cada pedaço do nosso ser, da nossa sensibilidade, da nossa coragem. Um misto de cada pormenor de que nós somos feitos. E esperamos, dias e dias, contemplando cada farpa que se levanta, cada pedaço de tinta ainda humedecido, na esperança de chegar o dia certo para partirmos à descoberta.
Há noites longas, em que nos deitamos sobre o seu chão e contemplamos a lua, achando que ela é a única que nos acompanha e nos retira da solidão; Achando que ela é a única que nos aconchega a alma e nos faz ficarmos mais protegidos de todas as cruezas do ser-humano. Mas o esquecimento invade-nos em vários sentidos. Nunca estamos sozinhos a ver a lua, nunca o frio pode ser esquecido por ela enquanto não fixarmos essa ideia.
E numa noite de quarto crescente ouvimos vozes em sintonia pelas colinas e sentimos que é o momento certo. Pegamos no barco, frágeis após tantos naufrágios e soltamos as amarras que nos ligavam à terra e a uma sensação de sol. Partimos numa noite qualquer, onde só a Lua nos indica o rumo a seguir, num rasto quase de tinta derramada pelo oceano. Lá à frente, vejo um horizonte banhado por um Luar tão sereno e inato que nunca chego a duvidar dele.
Contrariamente ao que seria de esperar, o Luar vence-me o frio, o medo, as vozes, a música que ecoa nas colinas e estou só eu. Eu e um pequeno barco, construído a árvores frágeis e iluminado por uma Lua. Não por uma Lua qualquer, mas por essa mesma Lua que do outro lado do mundo tu também contemplas, procurando que ela te ajude a vencer o frio e o medo, numa noite qualquer, onde o seu rasto no oceano é simplesmente a coisa mais perfeita que poderiam reservar para nós, humanos.

domingo, 30 de outubro de 2011

encontro.

há dias em que Te encontro, suspenso na imediata exaltação das sombras.
como se houvesse algures essa Tua chama, ardendo as ramagens secas do outono.


deixo-vos aqui um convite para visitarem o meu novo blogue: http://diariodeumencontro.blogspot.com/
(relatos de uma procura constante por um encontro. comigo. com o próximo. com Deus.)

domingo, 23 de outubro de 2011

Dear John Movie Clip "I'm Not Scared of You"



Sentes que apesar de tudo, nada foi em vão. E um dia aprendes que sentir saudades nem sequer significa que queres estar com alguém. Ou que alguém queira estar contigo.
A apatia relevada para primeiro plano permite-te perceber que afinal talvez as coisas não fossem como pensavas. Como desejavas que fossem.
Mas apesar de tudo sentes-te bem.
Não tenho saudades tuas. Das coisas que me deste, saudades não foram uma.
Mas sinto.
Sinto, pois sinto. Saudades daquele carinho partilhado entre duas pessoas que não sabem mais do que podem no verbo amar. Um erro.
Como diria o meu amigo Tiago, um verdadeiro sábio, onde tudo morre tudo pode renascer.
Talvez mude. Quando deixares de sentir saudades.
Quando sentires falta.

sábado, 22 de outubro de 2011

Ser feliz é tudo o que me resta. E com esse tudo me retiro.


E então dava por mim a percorrer as ruas à procura do mais belo girassol. Encontrava-o, olhava em volta à procura dos seus olhos protetores que já não estavam e lá me punha, com o coração aos saltos, não sei se da adrenalina se por ser para ti, a fanar algo que era de outrem.
Bons tempos, aqueles em que arriscava pouco por apenas mais um bocadinho.
Agora passo pelos sítios onde cometi tais criminalidades e sorrio. Roubei dali um bocadinho do nosso amor. E que amor.
Para o ano eles lá estarão outra vez. E eu cá estarei para eles.
Talvez os seus donos os plantem já à espera que os apaixonados lá passem.
É isso. Só pode ser isso.
Quando eu for grande vou plantar girassóis à espera que alguém mos roube.
Talvez um dia passem à minha porta e digam: "Aqui mora um senhor que gosta de cultivar o amor."


quarta-feira, 19 de outubro de 2011



Chegou o momento de fazeres aquilo para o qual nunca tiveste coragem. Ou mesmo vontade.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011


Sabes quando o mundo lá fora e o mundo dentro de ti se dessincronizam e tu sentes que, apesar de lá fora todos sorrirem debaixo de um dia lindo de sol, dentro de ti rebentam nuvens grávidas de água, inundando tudo à tua volta? Nesse momento escuta a chuva. Ela pede-te que mudes de roupa, de casa e de vida. Vai à rua, corre atrás dos carros, mergulha numa fonte no meio da cidade, fala com estranhos, perde-te por ruelas estreitas, tira fotos a coisas estranhas, apanha um autocarro para um sítio desconhecido e perde-te por lá. Dessa maneira garanto que te vais encontrar, mesmo que estejas perdido.

Afonso Costa

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

reencontro.

reencontrei um sopro preso à minha voz
levava um sorriso meu e uma esperança,
reencontrei um sol, e atei-o com dois nós,
reencontrei talvez o sonho de ser criança.

reencontrei em ti um fogo que me abraça
que trazia preso ao olhar uma quimera
reencontrei a luz na sombra de quem passa
reencontrei-te a ti, na vida que me espera.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

domingo, 9 de outubro de 2011

nada e tudo e nada, chove
cá dentro, lá fora
em mim.

um aparte.

Hoje quando o cometa passou desejei que voltasses. Pensei melhor e apercebi-me que vais estar sempre nesta casa. Faz hoje quatro meses que decidi dar a volta ao destino e passar-lhe a perna. E sabes que mais, Avô? Consegui! Estou no caminho certo e, desta vez, vai correr bem. Eu sei que tinhas um grande orgulho em mim e vou continuar a dar-te razões para isso.

Da tua neta que não te conheceu por inteiro, mas que te vai amar eternamente.




(quando se fala em caminho gosto de vir aqui escrever. um beijinho a todas vocês, letras!)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Às vezes sinto uma vontade louca de ir para a rua e apaixonar-me.
Depois lembro-me que não sei se acredito no amor.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Das relações.

Quero, através de algumas palavras, tentar explicar uma pequena visão que tenho acerca do final de cada relação. Uma pequena crítica construtiva, vá!
Deixem-me dizer que desprezo todo e qualquer pensamento de fatalidade numa relação. E com isto, não quero dizer que sou um belo de um sonhador que acha que todas as relações que construímos duram para sempre. Não, não é isso.

Acho que quando arriscamos ir mais longe em qualquer relação, criando logo uma certa cumplicidade, essa pequena noção que temos que um dia tudo irá acabar deverá desaparecer.
Vivam como se a relação fosse durar para sempre! É isso que interessa. Se é isso que querem porque não corresponder a essa expectativa?

Se entrarem numa relação (seja de amizade ou mesmo de amor) e ficarem a olhar lá para a frente, para o fim (se é que ele existe), vão esquecer-se de dar o máximo cá atrás. E o máximo cá atrás é que pode fazer toda a diferença para que esse fim se prolongue ou deixe mesmo de existir.

Caramba... As certezas, embora odiadas, também são precisas. São as nossas pontes, os nossos suportes. E se eu não tiver a certeza que vou ficar contigo para sempre, que é isso que quero, quem sou eu para dizer que me entrego e tento manter esta relação? Todo o ímpeto e entrega desaparecerão à partida.
Agora escolham. Querem viver à espera de um fim (como se isso magoasse menos) ou querem pensar que amanhã eu vou estar aqui?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011


"O fruto proibido é o mais apetecido."


És o sorriso que transportas no rosto.

És o sorriso que transportas no rosto. És o resto do sol quando dorme. És os buracos da lua quando não se vê. És o dia quando a noite se põe. És o dia quando a noite me devora a alma. És a alma que me aquece o corpo quando preciso de mimo.

Tu mudaste-me.

Imagem por ERIC SAY HI

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

se o meu coração é fogo, a tua voz deve ser feita de gasolina.
é que a cada palavra tua, ele acelera, sinto-o fervilhar, e por vezes explode.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

É incrível o quanto me deixo perturbar por todas as tuas insignificantes acções, como se cravejadas a diamantes fossem, como se tudo o que dizes, tudo o que tu fazes tivesse um significado superior, algo aproximado ao divino e não meramente humano. Confesso que chega a ser quase ridículo o modo meticuloso como analiso todas as promessas que não me fazes e todos os sorrisos que não me esboças. Quase patética toda esta minha obecessão pelos cantos que se delineam na tua cabeça contagiante e sem dúvida contagiosa. Não sei se lhe poderei chamar perda de tempo, porquê tal coisa quando me sombram segundos e minutos, se para ti eles servem, se para ti sou eu?
Apenas lacunas, falta que me fazes não preenchida pela tua ausência súbita, não física mas sim de cabeça, de coração. Quem és tu? Tens nome sequer? Mas o teu rosto ainda o sei eu de cor, decorei instantaneamente todas as covinhas, sombras e sorrisos que se denotam na cor dos teus olhos, decorei sem dúvida as palavras que dobras e as palavras que cospes. Guardei cá dentro, nas utopias submersas em ti do meu orgão central tudo o que calaste subitamente depois de teres dito a primeira frase da tua reprimida sentença.
Não sei o que queres, não sei quem és e sinceramente desconfio que tu mesmo não o saibas mas isso já me afectou mais, neste momento apenas me contorço em dúvidas existênciais e em penúrias, lamentos e lamúrias de pancadas fortes e agúdas no meu cérebro. "Não sei quem sou mas sei muito bem quem não quero ser" e será que tu o sabes ou será que apenas o finges, que mentes mais uma vez como se não te custasse nada, mas eu sei que custa eu sei tão bem que te dilacera quem és uma e outra vez. Mas continuas implacável não te cansas de mentir, não te cansas de reprimir de ser quem não és, tu não sabes quem não és, quem não queres ser.
Mas as palavras confundem-se (outra vez já se começa a repetir) e um deixa-me torna-se num nunca me deixes, o desprezo converte-se, desabrocha e desaparece como se nunca tivesse existido, nunca tivesse estado lá ou não fosse sequer digno. Mas adoro-te sem o saber e odeio-te um pouco sem querer e apesar de não admitir eu estou pronta a esquecer, perdoar e seguir.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um e um são um e um 
Dois
Não são, nunca são
Nada. E o escuro
Aperta o dentro que
Escondido vive debaixo
Da cama vazia que foi
Que fomos que és
Serás sempre o que não foste
Nunca. Um e um são
Dois não.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Tal como eu confio em ti...

Ter medo é normal meu amor. Atreve-te a seguir-me. Dá-me a mão para que possa partilhar tudo o que viver. Mostrar-te como a vida nos mata de susto quando caímos, ou pegar numa mochila com pouca coisa e arriscar sair de casa e caminhar em direcção ao desconhecido durante um fim-de-semana inteiro. Vamos viver a nossa geração. Se não a tivermos que a inventemos. Namoriscar nos cantos que o mundo nos oferece. Nas cidades em que o barulho dos carros se atira à parede e por lá fica agarrado como um eco. Ficam lá uma vida inteira, duas, três.


Se eu aceitei a tua mão, aceitei-te a ti como a única pessoa que me podia conhecer o coração pelo interior e com isso poder magoá-lo, é porque alguma coisa eu sinto por ti meu carinho. Se arriscaste dar-me a tua mão para te poder guiar até onde pudesse querer ir, é porque sentes alguma coisa por mim. É porque confias em mim. Tal como eu confio em ti e dou metade do que for meu ao teu coração. De ti apenas preciso do teu carinho, dos teus lábios e da tua felicidade na minha vida.

Justin Beiver não é nenhuma geração... Ele nem sabe o que é fazer a barba.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sentir e não mentir
Amar e querer ficar
Que pena é ver-te assim,
Já sem saberes de ti.
Amor Electro.

sábado, 3 de setembro de 2011

principezinho,

As perguntas mais simples são sempre as mais complicadas. Uma vez encontrei um ‘posso dormir contigo esta noite?’ perdido numas escadas. E decidi levá-lo comigo.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

eu morro, mas regresso a ti


"Todas as noites te morro nos braços e nas mãos e na pele. Perco-me vezes sem conta no fumo do teu cigarro que me esforço para não inalar. Mas regresso sempre a ti. Um regresso com hora marcada e dias escolhidos a dedo. A minha vida começa às segundas e acaba às quintas. Isto é, quando não morro pelo meio.
Mas tu nunca morres em mim. Eu posso só viver de segunda a quinta, mas tu vives em mim de segunda a segunda. Morro. Mas levo comigo a recordação do teu toque suave, da tua pele macia e dos teus braços de homem crescido e sábio. Morro. Mas regresso. Regresso a ti e ao meu amor por ti. Que morre comigo. E quando digo que morre comigo quero dizer que vai comigo."

Amêndoa

Eu também preciso te ver senão vou morrer de amor insatisfeito de desencontro de saudade com sede insaciada. 
Caio Fernando Abreu
"Dizes que és no fundo aquilo que eu sempre soube. Um ferry boat. Isso mesmo, um barco que parte à hora certa, com o destino marcado, sem poder esperar por ninguém, sem nada que o impeça de partir."

Fernando Alvim, 'No Dia Em Que Fugimos Tu Não Estavas Em Casa'

Pulga

sábado, 27 de agosto de 2011

- Não quero que nada meu seja teu.
- Sabes que te dás sem querer, não sabes?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Espero que um dia consigas sentir saudades minhas sem que a nossa validade expire.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Que tontos, nós os dois. Não me deixaste ir embora sem um abraço, como sempre fazes. Gostas demasiado de mim, suponho. Um abraço há muito pedido, por nenhum de nós, os nossos corpos exigiam-no e o sentimento apelava por algo muito nosso. Foi quase como um reencontro, arrisco-me, senão um mesmo! Depois de muito foi assim tanto? tempo longe, de alguns problemas ultrapassados andas à procura de um chão para descansar e eu apenas te dou tecto para ficares de pernas para o ar não me deixaste ir embora sem um abraço, como sempre fazes.


Desculpa, reparo nas coisas, como já sabes. Pequenos pormenores. Abraçaste-me com força cuidado com a cabeça! e começaste a brincar comigo com o que mais gosto em ti. O nariz. Cheiraste-me uma, duas e três vezes como quem pensa que à terceira é de vez. Como quem quer guardar o cheiro com medo de o perder no segundo seguinte.



Criaste toda uma bola por onde rebolámos os dois e que olhares tu lançaste, que vi numa face de medo que não a tua, quando se tentaram intrometer no meio de nós. Gosto de te sentir junto a mim, um donut, deixa roubar tempo ao tempo para não ficarmos sós.



Já te conheço o cheiro, sabes? Para mim, cheiras a torradas com manteiga com um toque de melancia. Sim, é isso. É a isso que cheiras. E se por acaso algum dia deixar de te ver porque não prometo amanhãs embora sejam necessários, lembrar-me-ei sempre de ti quando sentir esse cheiro no ar. E vou ficar feliz e sorrir muito. Porque vou perceber e como eu gostava de o partilhar contigo! que os meus para sempre fazem sentido.


E tu vais estar comigo.

domingo, 21 de agosto de 2011




Desculpa. Quero pedir-te desculpa. Porque gostavas de mim tal como eu gostava de ti. Tu nunca disseste nada e eu nunca me achei suficientemente bom para ti para to dizer. Podíamos ter sido felizes. Bastante felizes até.
Mas não fomos.





De que serve a preocupação quando somos a causa da tristeza?



sábado, 20 de agosto de 2011

Conversas com Ela.

Ela - Queria estar contigo neste momento.
Eu - Também eu. Queria chorar no teu colo e dizer-te ao ouvido tudo o que tenho para te dizer e não há simplesmente tempo suficiente para o fazer.
Ela - Chorar porquê coração?
Eu - Porque é quando choro que te sinto mais perto de mim. É quando choro, que os teus braços me rodeiam e tu me aconchegas no teu colo com esse teu sorriso fofo nos lábios.
Ela - Oh amor, não é preciso chorares. Gosto mais de te ver a rir.

És um carinho. <3

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

(entre) paragens.

Vejo foguetes da minha janela, não sei bem por que razão, deve ser alguma festa da terra.

A tua vinda vai ser sempre uma surpresa agradável. Foi bom (voltar a) encontrar-te no café do costume, sem encontro marcado. Nada mudou, a não ser o teu sorriso sem ferrinhos. O charme continua lá, o olhar de quem quer a coisa e o perfume também. Sabe tudo a Primavera. Flui um silêncio agradável e a timidez pairou na nossa mesa. Tudo volta a ser como antes. Conto-te os meus planos mais próximos, de como ia dar mais uma volta de 180º à minha vida e que “tinha que ser, porque eu não aguento muito tempo sem mudança”. A maior mudança da minha vida, naquele momento, era o abandonar daquela mesa e do café. Mal soube que visitaste finalmente as cidades que querias, esbocei um sorriso orgulhoso e ficámos por ali. O meu coração jorrou foguetes e fez uma festa – tal e qual as crianças. Toquei nos assuntos que estavam pendentes e poli as feridas. Foi bom ouvir-te dizer que estou cada vez mais segura do que quero e como o quero. Fizeste-me sentir grande. Concordámos que o passado estava resolvido e, se pudéssemos, viveríamos todas as cenas de filme que nos faltavam – mesmo ali, porque antes das palavras vêm as mãos e as nossas estavam entrelaçadas. De antemão, sabia que irias ficar cá mais um ano, por isso, desejei-te o melhor do mundo (como todo o triunfo que sei que vais ter!) e tirei um postal que comprei no ano passado, da minha cidade-natal. Sorriste e pegaste numa caneta. “Reencontro no fim do próximo ano. Talvez, no Porto. Quero ver-te a cumprir tudo. Eu sei que és capaz. Com todo o carinho, D.” sorriste e devolveste-mo. Sorri também e guardei-o no bolso de trás da malinha branca. Disse-te que ia ver um jogo do Porto e que me decidi mesmo começar a assistir a desporto (coisa que sempre me aconselhaste a fazer). Despedi-me de ti com um abraço – coisa mais que habitual – e um beijo e o toque dos teus dedos de pianista pela minha cara. Virei-me e escorreu-me a lágrima pela face abaixo, aquela que tocaste mesmo há segundos.

Devo dizer que o Porto ganhou e sempre que me lembram que não vai ganhar ao Barcelona, fico com um aperto no peito, tal como fiquei quando fui embora do café. Estou de malas arrumadas e vou partir em breve. O teu postal fica entre o autógrafo do Manel e do David (para te pedir outro, um dia mais tarde.) Quero chorar todo este ano que passou, mas a campainha toca. Sei que é hora de ir e de entrar numa nova estação. Até logo, meu amor, quando estiver mais crescida. Agora tenho de viver o Verão.

Fim do Acto I.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

As nossas vidas podiam ter sido tão mais perpendiculares e tão menos paralelas uma à outra.
Calhou assim, e calhou ter falhado por ter sido assim. Gostava que não tivesse calhado. Ou melhor, gostava de ter tido bases para lutar mais por nós para que não tivesse calhado assim. Mas calhou. E agora ao meu coração calhou ter ficado intacto no tempo, ainda por cima com a porta aberta e com feridas cheias de crosta coladas no chão.
O que não nos dizem em pequenos é que o tal amor verdadeiro é bem mais raro do que um trevo de quatro folhas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Na vida, não há otimistas nem pessimistas. Há, simplesmente, bons e maus mentirosos. Nós não estamos bem, nunca estamos bem. Vivemos nessa eterna ingratidão para com a vida porque somos mesmo assim, insatisfeitos. O que nos obriga a puxar uns cordelinhos da nossa veia mentírica para deixarmos o que vai lá dentro em bom ou mau estado.

Não vale a pena mentir. É assim e assim terá de ser sempre. Quando perdemos alguém, por exemplo... "Agora, só tenho que continuar. Não vale a pena ficar a viver lá atrás". É numa típica frase destas que começa uma das muitas maiores mentiras da nossa vida. Ao segundo dia, voltamos a pensar o mesmo. E assim vamos alimentando o nosso bem-estar. Porque somos bons mentirosos. Ninguém fica bem depois de perder alguém importante. Isso é estúpido. Mas, infelizmente, é necessário. "Everybody lies" como diz o House, é o estritamente necessário para uma relação saudável. Uma relação minha para com o mundo, o meu mundo.

Sim, há bons e maus mentirosos. E é por isso que passado um certo tempo, ficamos bem. Porque uma mentira mil vezes repetida, torna-se verdade. Mintam! Não sejam sinceros convosco próprios, porque não vale a pena. Ou sejam, à vontade.. O tempo encarregar-se-á do resto. E quem não conseguir mentir... Não vai ficar cá para contar a história. Ficam as marcas. Infelizmente, ficam as marcas.

domingo, 14 de agosto de 2011

Não sabes o que sentes, nem sabes mesmo se sentes alguma coisa. Mas gostas. Gostas e muito. Talvez a diferença esteja no teu relutante pequeno passinho... O passo que não se sabe certo ou errado. Mas o que é que é certo ou errado? Pontapeia a eterna ingratidão para com a felicidade para outro lado e arrisca. Eu vou estar aqui, sempre. E sempre é palavra que consta no meu dicionário.

Faz-me só um favor... Deixa de viver onde não fazes sentido.
Na vida ganha quem tem mais certezas... ou quem menos julga saber?

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O tempo vai passando,
enquanto cresce um vazio,
que nos preenche tão bem,
e que até provoca um arrepio.

Um arrepio que se transforma,
num simples sorriso apagado,
que só a vida sabe formar,
por aquilo que nos tem negado.

O tempo vai passando,
tão vagarosamente,
porque não há nada para saborear,
muito menos, o sabor de antigamente.

E o vazio que vai crescendo,
está preenchido de um doce passado,
recheado de recordações,
e acalentado por uma eterna saudade.

Um arrepio que se transforma,
num nada que passa a existir,
quando a vida nos leva o chão,
enquanto ficamos a ver tudo partir.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Imagine

Imagina-me sentada na beira de um lago frio, molhando apenas os tornozelos. Imagina depois que acabei de fumar um cigarro solitário para dar à memória todo o romantismo que precisa para te escrever.
Imagina tudo isto para que possas perceber o tom em que te escrevo. 
E lê cada palavra ao som de uma qualquer música romântica. 
Imagina que apago agora o cigarro mal fumado no chão, como se aquele fumo que deixo sair da minha boca tivesse encontrado ali uma casa.
Uma casa que já fora tua, lembras-te?
Mudaste o meu mundo, a minha casa, o meu coração. Fizeste de tudo isso o teu mundo, a tua casa, o teu coração.
A água gelada fez-me puxar os joelhos para o peito e escrevo-te agora (ainda) mais do coração.
O céu estava cada vez mais carregado de nuvens. 
É este o céu que me recorda com mais facilidade aquilo que fomos. Não porque fomos tempestade, mas porque fomos vida no meio da chuva. Porque partilhámos foi o frio. E porque o sol que, regra geral, acompanha os apaixonados nunca foi grande patrocinador.
O último foi num dia de sol. O primeiro num de nuvens.
Tiro o último cigarro e dou ao vento o prazer de me gelar ainda mais os dedos. Deixo sair o fumo e apago-o. Rasgo a folha e deixo-a ali. Era grande demais para ti.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

segunda-feira, 8 de agosto de 2011



Quem escreve constrói um castelo, e quem lê passa a habitá-lo.

sábado, 6 de agosto de 2011

não podia ser sempre assim

Todos os dias acabava por fazer a mesma coisa, levantava-me, ia até ao espelho e verificava mil e uma vezes antes de te encarar nesse teu mundo incapaz de penetrar, se o meu sorriso estava no lugar, às vezes, quando me apercebia que já estava mais descaído, voltava atrás e lá tentava de novo instalar essa tão dura expressão em mim. É cansativo tentar colocar-te como se ainda tivesses vida em mim, é um projecto condenado ao fracasso, no inicio foi até entusiasmante e encheu-me da luz que tu levaste, mas dia após dia, apercebi-me que isso não ia trazer o teu orgulho de volta. Não era por agora, que já não estás, e que finalmente deixei de ser um merdas, que tu vais gostar de mim. Sempre fui o típico tipo do estou-me-a-cagar-para-isso e foi o que te desiludiu, querias que te fizesse frente, que me impusesse, mas eu fazer tudo isso agora não te vai trazer de volta. Às deixo-me a imaginar se não podíamos ter sido diferentes, abraçar mais vezes, falar mais vezes, mas percebi que isso quebraria tudo o que somos, e hoje liberto-me da tentativa de impugnar a tua memória em mim. Não podia ser sempre assim, não podia correr sempre ao tentar ser como tu. Hoje quando acordar, vou ter a certeza que não estive apenas a sonhar, vou largar o fato, pendurar a gravata, deixar os jornais de economia na papelaria e vou calçar uns ténis, vestir uns calções, e voltar a ser aquilo que tanto tentavas odiar e amavas em mim - uma criança.

Dormir contigo...

Dormir contigo faz os monstros do meu armário fugir de medo.
Adoro contadores de histórias. Sei contar as minhas mas infelizmente não primo pela espontaneidade. Histórias perfeitas exigem tempo. Histórias boas imediatas só estão ao alcance de alguns. Eu não sou um deles. Mas serei um dia! Quando tiver um pequeno gatafunho irrequieto ao meu lado, na hora de deitar.
Sim, adoro contadores de histórias. Gosto de quando me dão a mão e me abrem uma janela para visitar outros mundos! Adoro perder-me por reinos encantados, ogres mal cheirosos, pinguins piratas ou até mesmo dragões!
Sou fácil de conquistar. Basta um comum Era uma vez e eu sou fisgado para dentro do encanto criado.
Claro que também adoro quando me contas da tua vida. Coisas pelas quais passaste. Embaraços teus! Parvoíces tuas. Não tens jeito para contar histórias, não tens não. Mas olha...

As histórias, mesmo as mal contadas, são sempre uma boa companhia.
Na verdade, não escrever corrói-me. É como se tirassem um pedaço de mim para não mais mo devolver.






[Post completo aqui.]

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

cem perguntas.

espera, o que fizeste? o que fizeste para o meu coração se ter lançado de novo no teu enlace e desta vez não querer partir? pára, o que fizeste? sabes que te amo até ao último defeito? sabes que o mundo gira com mais convicção quando te tenho perto? espera, o que é que eu disse? que te amo? que eu te amo? não é verdade, pois não? oh, tu sabes que é, não sabes? tu sabes que eu te amo, não sabes? sabes que és para mim o mundo? pára, o que fizeste? sabes que eu sei que não suportas a minha maneira de ser? e sabes que às vezes também me irritas? é por isso mesmo que eu te amo, sabias? e sabes que tenho medo? sabes que tenho medo que me deixes escapar de novo? sabes que te quero? sabes que te amo? sabes que às vezes dás comigo em doido? eu acho isso delicioso, sabias? sabes que sem ti não me sei encontrar? sabes que és parva? sabes que gosto muito de ti? sabes que me fazes falta? sabes que esta noite sonhei contigo? sabes que és linda? sabes que dei o teu nome ao meu sorriso? sabes que me apetece saltar todas as barreiras? sabes que quero beijar-te? o que dirias se o fizesse? até onde me deixarias levar-te? espera, o que fizeste? o que fizeste para o meu coração se ter lançado de novo no teu enlace e desta vez não querer partir? pára, o que fizeste? sabes que te amo até ao último defeito? sabes que o mundo gira com mais convicção quando te tenho perto? espera, o que é que eu disse? que te amo? que eu te amo? não é verdade, pois não? oh, tu sabes que é, não sabes? tu sabes que eu te amo, não sabes? sabes que és para mim o mundo? pára, o que fizeste? sabes que eu sei que não suportas a minha maneira de ser? e sabes que às vezes também me irritas? é por isso mesmo que eu te amo, sabias? e sabes que tenho medo? sabes que tenho medo que me deixes escapar de novo? sabes que te quero? sabes que te amo? sabes que às vezes dás comigo em doido? eu acho isso delicioso, sabias? sabes que sem ti não me sei encontrar? sabes que és parva? sabes que gosto muito de ti? sabes que me fazes falta? sabes que esta noite sonhei contigo? sabes que és linda? sabes que dei o teu nome ao meu sorriso? sabes que me apetece saltar todas as barreiras? sabes que quero beijar-te? o que dirias se o fizesse? até onde me deixarias levar-te? espera, o que fizeste? o que fizeste para o meu coração se ter lançado de novo no teu enlace e desta vez não querer partir? pára, o que fizeste? sabes que te amo até ao último defeito? sabes que o mundo gira com mais convicção quando te tenho perto? espera, o que é que eu disse? que te amo? que eu te amo? não é verdade, pois não? oh, tu sabes que é, não sabes? tu sabes que eu te amo, não sabes? sabes que és para mim o mundo? pára, o que fizeste? sabes que eu sei que não suportas a minha maneira de ser? e sabes que às vezes também me irritas? é por isso mesmo que eu te amo, sabias? e sabes que tenho medo? sabes que tenho medo que me deixes escapar de novo? sabes que te quero? sabes que te amo? sabes que às vezes dás comigo em doido? eu acho isso delicioso, sabias? sabes que sem ti não me sei encontrar? sabes que és parva? sabes que gosto muito de ti? sabes que me fazes falta? sabes que esta noite sonhei contigo? sabes que és linda? sabes que dei o teu nome ao meu sorriso? sabes que me apetece saltar todas as barreiras? sabes que quero beijar-te? o que dirias se o fizesse? até onde me deixarias levar-te? onde puseste as minhas respostas, meu amor?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Gostava de descobrir até que ponto os teus dias estiveram ligados aos meus.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um dia, ainda não sei bem qual, acho que o perdi por aí ou então nem me apercebi da sua passagem. Mas um dia em que bati com o pé e pude chegar às prateleiras lá de cima. Fiquei orgulhoso e vi muitas faces a contemplarem-me, sorridentes, em pleno contentamento pelo meu grande alcance.
Esticava-me e percebia que tinha chegado onde, infelizmente, muitos não chegam. Fiquei contente por mim. Foi para te dar o que está ao alcance de poucos que me estiquei ao máximo. Ao máximo, ainda não sei.
Sei que esse grande esticão me obrigou a virar a dor do avesso, totalmente ao contrário. Virei-a para dentro, onde ela já, subtilmente, residia. Pânico. Não sei lidar tão bem com ela e ela já comeu um bocadinho do que me resta. Mas ninguém me disse que eu não era capaz e mesmo que dissessem, eu seria na mesma. Por isso, vou sair por aí e mostrar ao mundo que não há nada, nem ninguém, que me pare e me faça baixar os braços. Porque os meus sonhos estão ali ao virar da esquina e sei que os consigo alcançar. Sozinho.

domingo, 31 de julho de 2011

Custa-me saber que vês ao contrário de mim.
Mas custa-me ainda mais esconder que penso ao contrário de ti. 

sábado, 30 de julho de 2011

Quando não conseguimos mudar-nos a nós, mudamos o que está à nossa volta, certo ?

Pulga
Ser criança é tapar os olhos
e acreditar que ninguém te vê.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O amor pode ser pequenino mas encontrar-se em perfeito estado. Porque há carinho, tempo e dedicação para assim o manter. Não se encontram muitos desses por aí, dizem. Até que começas a viver um...
O amor também pode ser grande. Quando arriscares tirá-lo da sua zona de segurança ou tu própria saíres da tua zona de segurança. O tempo existe. O carinho existe. Não se encontram muitos desses por aí, dizem.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quando for grande, quando for grande quero ser um girassol.

Meu mundo meu.

No fundo, sempre me achei dono e senhor do mundo. Um pouco com o nariz empinado, não satisfeito com os limites impostos por ele, vou continuando a fazer de conta que só eu é que tenho importância e quando quero, posso e mando.

Porque razão terei eu que ceder à distância? Não me conformo que duas pessoas não se possam amar, nem que seja por um dia, apenas porque estão longe de mais. E eu nunca fui pessoa para absurdos. Sei que não vai ser uma simples viagem de três horas que me vai impedir de estar contigo. Aliás, não foi.

Mas o que me levou a escrever foi mesmo o facto de ser dono do tempo. O tempo pode ser como eu quiser, e se eu te digo que vai ser para sempre, que vamos ser felizes para sempre, acredita em mim, porque é assim mesmo que vai ser. Porque é isso que eu quero para nós. Um final como nos contos de fadas.

E, para além disto tudo, também me faço dono de sorrisos. Oh, tonto! Dono de sorrisos. Quem ousaria tal proeza, senão eu? E quem fala de sorrisos, fala de abraços. Fala de mimos, de momentos, de lugares. Ouso torná-los meus e transformo-os para partilhar. Contigo. Ou já tinhas tido noção que uma mão se pode apaixonar?

Quero deitar-me contigo e acordar contigo.

Um pouco de paciência meu amor. Relaxa os lábios e repousa os braços no meu peito. Aperta-me sempre que quiseres contra o teu peito. Quero senti-lo. Não me quero sentir sozinho. Faz-me sorrir contigo. Desperta-me com um carinho, daqueles carinhos que só tu sabes dar. Vamos até à praia, fiquemos por lá, ter-te a ti a dormir ao meu lado a apanhar banhos de sol. Irei eu até à água mergulhar o corpo e voltar a correr ainda a pingar atirando-me para cima de ti. Não preciso de toalha quando te tenho a ti.

Quero deitar-me contigo e acordar contigo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

sábado, 23 de julho de 2011

Somos da geração do Harry Potter...

Se hoje somos da geração do Harry Potter, os nossos filhos não irão perceber grande coisa, e apenas verão isso como mais uma coisa que aconteceu na história da civilização. Como nós com o Star Wars, ou outras coisas que já aconteceram e marcaram uma geração. Um dia, os livros do Potter, serão os livros mais estranhos na casa. Os livros com mais de 20 ou 30 anos numa estante a ganhar pó, e iremos falar e mostrar como aquele livro e filme nos maravilhou durante 10 longos anos.

Morreremos e assim a vida continuará. Virão ao mundo novos filmes e novos livros que marcarão uma geração. 

Quando gostamos realmente de alguém, chegamos a uma altura em que pensamos realmente em superar algumas barreiras que criámos. Para mim, e digo-o repetidas vezes, não há ninguém que não saiba fazer tudo. Pode fazer mal e tal ser confundido com o não saber fazer, mas no fundo há diferença e nós sabemos realmente fazer tudo.

Quando me dizem que não sabem ou que não conseguem, não deixo de sentir uma leve nostalgia por existirem pessoas que não se achem capazes de mudar o mundo comigo ao lado. Não me interessa que as coisas saiam mal! Eu também não sou um artista nas artes plásticas! No entanto, desenhava já uma história aqui, onde entrássemos os dois e o final seria como o dos filmes de animação! Afinal, a nossa parvoíce intrínseca não começa a fazer sentido à frente da pessoa que amamos? Não é à frente dela que baixamos as barreiras que criámos para a sociedade e nos entregamos por completo?

Deu-me vontade de escrever este texto quando pedi para me fazerem algo e me responderam que não sabiam. Conseguimos perceber o quanto significamos para outrem, assim. Se os pedidos foram feitos, foi porque lá dentro a pessoa sentiu que a outra era capaz, algo foi desperto. E quando se repara que não há um mínimo esforço dessa pessoa para corresponder com essa recente curiosidade, reparamos que afinal não somos assim tanto como pensávamos.

Também é algo bastante curioso. Quando aprendemos a amar alguém pelo que essa pessoa é, mesmo não preenchendo as nossas necessidades. Mas as necessidades existem. E agora, falando por mim, quando te peço para o fazeres, gostava que o fizesses mesmo, de bom grado e não só porque te pedi. Gostava que me surpreendesses e volta e meia te lembrasses que eu realmente preciso disto. Que o facto de gostares de mim te fizesse ir para onde nunca antes foste. Para descobrires que realmente és capaz, porque eu sei que és.

Às vezes é assim que o amor funciona. Não se dá corda fazendo simplesmente o que gostamos ou que queremos. Dá-se corda fazendo o que o outro gosta ou precisa. Dá-se corda mesmo não sabendo dar-se corda.

tomorrow will never come,

Os hoje são apenas antigos amanhãs cujo prazo de validade expirou.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Para a Inês. Com amor, sem cera.



Nós crescemos de um mimo teu.
Foi aí que eu te dei a mão para juntos percorrermos o mundo.


terça-feira, 19 de julho de 2011

Somos fortes...


Em todos os momentos eu espero que sorrias. Em todos os momentos espero que sejas feliz. Em todos os bocados que passo contigo, um bocadinho todos os dias, espero salvar uma pequena parte de ti. Porque não quero que o que és aí dentro, mude por minha causa. Porque nós não conseguimos voltar para o passado. Por isso temos de tentar ser os melhores agora, para não nos preocuparmos ou olharmos para trás e vermos que fomos maus nisto ou naquilo. Mesmo assim irá sempre acontecer. Mas contigo parece que o que quer que faça de mal, logo é remediado com uma ternura vinda de ti e de uma compreensão vinda de mim, que nos faz contentes. De sorrir um para o outro, só porque nos apetece.

Somos fortes, seja no que for, meu amor.

domingo, 17 de julho de 2011

Verão

Verão é ver o Sol embater-te sem alterar um único traço do teu rosto. É ver como as ondas se curvam perante a tua presença e como cada grão de areia é apenas um bocadinho do teu coração esmigalhado. Verão é amar-te com a mesma leveza com que carregas o teu ser.
Tenho um novo blogue, são 100 dias de amor da maria e de mim, a render-me à fotografia. 

quinta-feira, 14 de julho de 2011

terça-feira, 12 de julho de 2011

segunda-feira, 11 de julho de 2011

a tal estupidez,

Acabei de me aperceber, ao ler Inêses passadas, que passo demasiado tempo à espera. Não é que não lute pelo que quero ou reivindique o que é meu por direito. O problema é que, feito isso, fico sempre demasiado tempo à espera, presa pela esperança, que o outro lado se ilumine em certezas e desejos de finais felizes. Presa pela esperança, que parvoíce.

Amizade, a estrela mais bonita.

Naquela noite estavam perdidos entre a multidão. Olhavam para o céu. Brilhavam seis estrelas que formavam a constelação mais bonita de todas. Uma sem nome..! O olhar dela oscilava entre o azul de águas claras e um cinzento qualquer. O dele mantinha-se no castanho, um terráqueo idealista. Plim! Uma fotografia. Sobressai o batom vermelho dos seus lábios, os sorrisos cheios de tudo e os cabelos, sem esquecer as cabeças viradas para o céu.

A primeira vai ser para a minha avó. – disse ela, porque sempre foi o seu exemplo de vida. As outras ficaram para os que os rodeavam - os amigos - e para o avô que ainda estava vivo e por quem era capaz de dar a vida. Ele escolheu uma para o avô, para os amigos e para o irmão – o seu orgulho, talvez.

Conheceram-se na hora, porque os que os rodeavam acharam que até teria a sua piada juntar estas duas personagens. Ela envolveu o braço à volta da sua cintura, embora não o conhecesse. Ele deu-lhe um beijo na cara e sorriu. O coração dela bateu um bocadinho mais rápido. “Falta a quarta estrela. Ou talvez não. Está aqui ao meu lado.”

A quarta está ao meu lado – disse ele, como se lhe tivesse lido a mente.

Naquela noite estavam perdidos na multidão. Foi ali que nasceu o amor chamado amizade. Repousaram naquele espectáculo de segundos que parecia ser de horas. Passaram-se horas de caminho até casa que pareciam segundos. A partir daquela noite, brilharam todos os dias, desde o estrelar até ao amanhecer.

Obrigada.

domingo, 10 de julho de 2011

foge foge,

O amor é um bandido estúpido que nos ataca quando andamos distraídos.

Corda bamba

Noites calmas, amordaçadas, com os perigos presos por cordas lassas.
Segunda-feira noctívaga, caminho só[zinha] nas ruas de sons amordaçados e perigos à espreita por cordas vãs, lassas.
E porque simplesmente não me é ceifada a vida?

"Não preciso de alguém como tu."

Alguém como eu... Alguém a quem nem a vida merece ser ceifada.


Numa silenciosa noite de segunda-feira, numa madrugada muda, uma rapariguita passa a estrada sem olhar e o camião do lixo não tem tempo de travar.


Houve uma luz e um chiar.
Um cheiro a borracha a queimar o alcatrão.

E a luz engoliu-me.

Alguém como eu...

Borrega

Mil e um sonhos.


"Gostava de te poder ter aqui,
tudo seria diferente,
dar-te a mão e irmos por aí,
falar de ti a toda gente."


Acredita, tenho saudades. Vamos buscar redes para apanhar estes sonhos que pairam. Venham! Isto aqui em baixo é bonito. E vamos rir, vamos chorar, quando por alguma razão um cair esparramado na cabeça de cada um. É doce. Sabe a rebuçado!
Anda cá, sê chão e dá-me a mão para sairmos por aí a tentar domar uma nuvem. Nuvem essa que, coitadinha, acabou de perder um bocado. Um bocadinho pequenino que eu, com arte e engenho e muito origami, transformo numa flor para te dar. Agora mais um bocadinho! Uma borboleta.
És tu.
Já te apercebeste para onde ela nos trouxe? Uma lua de papel. Vamos escrever aqui o nosso nome. Esta não tem fases. Está sempre cheia.
Toma, uma estrela. Escreve.
Vruuuuuuuuuum! Parecemos malucos a descer cá para baixo. Eu em cima da minha pasteleira e tu na cadeirinha atrás a agarrar-me a cintura.
Não tenho travões. Deslizamos chão fora, mas tu pousas os pés em terra firme enquanto me vês a entrar disparado numa poça de água.
Puf! Puf! Cabeça de fora. Tu a rires. Eu com cara de parvo.
E eu só no fim digo que gosto muito de ti.

Obrigado pelos sonhos.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

As aranhas.

Sabes ? As aranhas não são assim tão feias e gordas e peludas e más como tu as fazes parecer. Um dia pedi a uma para estender um fio de teia a unir duas flores ali do jardim. Um fio. Um baloiço. Vem e de mão dada vieste agarrada como quem já não espera nada. Pois não, não querias nada de mim, tinhas-me como adorado. Senti-te tremer quando ainda nem nos tínhamos baloiçado e já tu com medo olhavas para a pequenina aranha nossa amiga que sentada estava no cimo de uma pequena tulipa lá ao longe. Nunca te pedi para confiares em mim, confia agora e lá vieste debaixo do meu braço, agarrada. Pequenina escanzelada.

Ela não faz mal, queres ver? e eu como te conheço os gostos e encolhidos que estávamos entre as duas flores e sentados num fio de teia, lá peguei num pequenino pau que estava no chão, parecia um daqueles que costumam segurar as maçãs. E olhei para a pequena aranha. Ela sorriu. Já sabia o que eu queria. Entre fios e fios e doces e doces que a mesma tinha comido, enrolando à volta do pau, ofereci-te um algodão doce. Gulosa.

Apetecia-me fazer magia. Sou apenas um aprendiz mas já dou uns toques sabes? Sim, tu percebeste isso quando te tirei uma moeda do ouvido, cócegas na orelhinha, e quando ias acreditando que também te tinha roubado o nariz. Quem te dera! Que te tirassem esse nariz feioso que tu tens e trocassem por outro.

Mas não vamos parar por aqui, sabes que sempre gostei de tocar e cantar. É óbvio que não te ia deixar os olhos sem brilho. Comecei a aprender na segunda feira. Elton John - Your song. E eu gosto tanto de te ver sorrir. Não me chega. Tu mereces tudo. Foi por isso que em dia de pequeninos, encolhi este malmequer e roubei uma estrela lá em cima para o pôr brilhante. Cheira bem não cheira? Mas não encostes o nariz. Queima. Brrrr


Não te chega. E tu não sabes dar valor. Empurras-me do fio de teia à espera que eu me esparramasse no chão de terra. O problema, é que embora eu nutrisse este sentimento por ti, já sabia do que esperar. A pequenina aranha não se foi embora porque só ela me podia salvar de uma coisa destas. É campeã de tiro ao alvo! E lança-me outro fio, puxando-me para ao pé dela. Olha-te com desdém.

As aranhas são nossas amigas.