segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

"Tenho saudades que sejas minha."
- Eu queria ser tua. Para sempre.

A vida segue. O relógio não para. Fomos tudo. Agora nada. E eu, aqui parada, fico calada. Sentido escorrer lágrimas. Talvez seja apenas isso. Sentir escorrer. Perder.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

É complicado

Eu - Já não me importo!
Amiga - Mas devias. Devias importar-te, com ela!
Eu - E importo a sério que sim, mas prefiro dizer que não.
Amiga - Porquê?
Eu - Não sei bem, talvez porque me custa largar-lhe a mão.
Amiga - Então preocupa-te com ela! Tonto!!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Onde está a minha luz?

Onde está a minha luz? Onde está a alegria que devia ser contagiante? Acho que deixei que tu tivesses esse efeito em mim, essa vontade de viver que me inspira. São paredes como as que foram construídas à minha volta que me impedem de te ver melhor, são as paredes que construí que me dizem quem sou, que me dizem que dor é esta que sinto no coração. Poderia dizer que és a doença, que és ao mesmo tempo a vacina para o meu mal. Mas como posso eu falar mal de quem me trata tão bem? Como poderei eu falar de alguém como tu? Apaixonei-me pelo teu pecado, apaixonei-me pelo teu bem dotado sorriso e deste-me tudo sem te pedir nada em troca. Envolveste.me numa teia da qual me foi difícil endireitar, principalmente para sair.

Já não tenho nenhum lugar para me esconder, apenas me resta esta escuridão que me persegue dia e noite, que me invade os sonhos. Perdi-te.

domingo, 11 de agosto de 2013


Como que uma carta em branco;
Faltam-me as palavras para descrever a amargura que me corre pelas veias, o arrependimento que de mim faria jaz e apenas terra, se matasse.
Já não conheço o toque da minha pele seca ou sem sal, não me olho ao espelho, não mais, não para ver… nada. Sou um fantasma sem tempo, um copo de água turva mais suja a cada dia, a folha castanha na copa verdejante de uma árvore, em plena Primavera.

Vejo crianças, vejo-as sorrir, so… quê?

quarta-feira, 24 de julho de 2013

semtítulo#3

Escrevo. E apago. Perdi-me de todos os caminhos para a inspiração. O que é o mesmo que dizer que me perdi do amor. Ou no amor. Perdi-me tanto 'no meio do amor' que perdi o sentido dele. Aprendi a gostar, sem amar. Aprendi a sentir fogo, sem chama. Aprendi a sentir desejo, sem coração. Aprendi a chorar, sem tristeza. Aprendi a querer, sem lutar.
Amedrontam-me, agora, as paixões. Talvez a vida seja mais do que isso. E um dia hei-de encontrar por ai quem me faça reencontrar no amor. Quem me devolva a chama e o coração e a força. A tristeza dispenso-a. 
Com o tempo, percebi que estar apaixonado é bom. Mas ser livre de alma e de coração pode ser ainda melhor. Percebi que ter alguém na minha vida não tem de significar andar de mãos dadas pela rua, não tem de significar dizer a todo o mundo que há alguém que me faz feliz (à partida), não tem de significar 'ser comprometido'.
Mas, acima de tudo, percebi que a felicidade está no nosso ser. Está na nossa força e no nosso lar. A felicidade está nos momentos com os nossos amigos, com a nossa família. Está dentro de nós. No que somos e vamos sendo. Ao lado de quem não nos perdeu nem nos fez perder. 

domingo, 21 de julho de 2013

Keep your inner child alive,

otherwise you'll be poisoned by adulthood boredom .


E as responsabilidades de adulta acumulam-se em ondas enormes que fazem balançar esta pequena caravela. Cada escolha, cada decisão, é um rodar de leme, é mais uma onda rasgada por proa destemida. Só tens de aguentar com os salpicos consequentes e seguir, continuar a navegar até ao abismo inevitável.
À criança que carregas no peito, não lhe dês um barco salva-vidas contra as marés crescidas, dá-lhe antes uma âncora e liga ao teu farol.
É que o bote vira, mas âncora de confiança vai mantê-la lá, na tua alma de pé fincado contra adultez aborrecida. Um farol de crença irá guiá-la sempre a Casa, a porto seguro.



Borrega


This is a dedicatory song: A ti, âncora, farol, porto seguro, irmã ...
[http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=k9FCIyDh6_o]

quarta-feira, 10 de julho de 2013

perdi(-me)

Perdi(-me).

Como é viver? Perdi-me.

Como é sentir que o mundo é o lugar a que se pertence? Perdi-me.
Perdi as palavras para poder dizer que gosto da vida, perdi o gosto de acordar pela amanhã e o de cheirar a terra quente das manhãs de verão. 
Baixo a cabeça, acho que perdi o mapa pelo qual me guiei até então, o então que perdi palavras para explicar, o então que me deixou perdida. Perdi-me.
Perdi a rota e estou tão perdida para saber o quão perdida estou.
Perdi-me.

terça-feira, 9 de julho de 2013

- Desculpe, senhor, mas o seu relógio está partido. 
- Oh, obrigado, menina, talvez tenha batido ao entrar no autocarro.
A criança sorriu e dirigiu-se para um dos lugares do fundo, saindo assim do seu campo de visão. Não analisou quem mais pudesse estar ali no autocarro. Em vez disso, virou-se para a janela, encostou a cabeça ao de leve no vidro frio que lhe oferecia algum descanso. Parou para observar uma última vez o relógio, marcando um velho hábito. Era realmente uma peça fantástica, de cabedal e com vários arabescos decalcados. Contudo, o mostrador estava lascado, várias linhas se desenhavam a partir do centro e impediam a leitura. Os ponteiros estavam parados, desde as quatro em ponto de um dia qualquer. Na verdade, encontrara-o no chão. Muito tempo atrás, enquanto caminhava na cidade, pensava na vida que deixara ao fechar a porta minutos antes. Absorto nisto, sentiu algo debaixo do sapato. Pisara um relógio. Então parara para o segurar, com medo que fugisse. Vendo a sua figura desfigurada, notou que se assemelhavam, homem e máquina, ambos abandonados no mundo. Decidira guardá-lo, e ali estavam ambos, ainda sem reparo. A paragem do autocarro foi bruta e despedaçou todos estes pensamentos, e os esquecidos saíram para as ruas. 

domingo, 7 de julho de 2013

Néaltrú # 8

Eu?
Eu sou a minha alma e o meu coração.

(...) 

Uma cara bonita. Um corpo perfeito. Os olhos azuis. Ou os cabelos aos caracóis.
Porque não um coração puro?




[ Recomeço!? Talvez...
Who knows? ]

quarta-feira, 26 de junho de 2013

O que eu sinto (na verdade) não tem nome


Deixo o bichinho entrar, como que automaticamente. Trepa por mim acima – já conhece o caminho – e instala-se bem aconchegado na curvatura côncava algures situada na base da minha espinha, da minha coluna vertebral. Recebo-o calorosamente. Nada do que possa fazer alterará o seu habitat – nada o irá destruir, nada o irá afectar.
Não derivo de ninguém, ninguém deriva de mim. Mas alguém me originou e eu origino este âmago sôfrego onde ele se acomoda. Reconheço seriamente a sua capacidade de auto-conservação. Sobrevive sem mim, eu sim não sobrevivo sem ele (Porque o odeio tanto assim então?).
Nada faz sentido, nem o sentido o faz. Nada sei, não sei nada e sei de cor o trilho que ele segue, os sintomas que se manifestam notoriamente em cada poro do meu corpo. Altera-se o meu cheiro. Até a tez da minha pele; o seu toque, textura, traço. As curvas traços e planos que me constituem adquirem um outro tipo de consistência. Nada é o que parece ser. A ilusão instala-se no físico do humano que conservo em mim (Ou será que já o perdi algures no meio da calçada suja, entapetada de cigarros?).
A criaturazinha conhece-me melhor do que seria saudável - para mim - talvez (Porque a amo tanto assim então?).  O néctar alcoólico que destilo atrai-a. Entrega-se a mim, concebo toda a sua plenitude na palma da minha mão suada; e eu, sem que tenha outra alternativa, a ela me entrego, na totalidade de alguém amargurado. Não há qualidade na minha existência senão a que a ela lhe reservo, então porquê a tristeza que me assola? Alimento-a, à companheira na base da minha espinha, cumprimento-a diariamente, bom dia, como vai?, tudo bem e consigo? sem que dela me despeça quando o astro se dedica ao seu devido descanso.
Não derivo de ninguém, mas ela deriva de mim, da melancolia crónica de alguma coisa que tenho, como um pedaço de vidro espelhado partido infiltrado nos meus olhos (que refletem somente eles mesmos). Deriva sem autorização, sem que eu lhe permita derivar, o que não impede que o faça na perfeição.
Deixo o bichinho entrar, como que automaticamente. A mossa que ele fez já está demarcada, a ferida que ele abriu mantém-se por sarar. Porque o amo tanto assim, então? A criaturazinha constrói o seu próprio mundo e electricamente o envia ao meu sistema nervoso central. Porque a odeio tanto assim, então? Existe para além do que vejo e ainda assim não vejo para além do que existe. 

terça-feira, 4 de junho de 2013

vidas

Tantos dias, tantas memórias, tantas perguntas e sempre a mesma resposta: o silêncio.


domingo, 19 de maio de 2013


Já que o cordão do destino não me levaria até ao meu amor, 

levar-me-ia ele ao mundo dos mortos, 

onde as emoções não existiam

e poderia enfim cessar 

de existir?

Enrolei
o fio vermelho 
à volta do pescoço 
e deixei-me cair. 

O meu mindinho devia ter algum erro de fabrico e a linha já estava ocupada.

sábado, 4 de maio de 2013

Fossem os tempos outros...

Fossem os tempos outros que não poderia pintar as flores que te apresento a preto e a branco com as coras da vida. Fossem outros os tempos e talvez o amor nada tivesse tão forte como o sorriso no rosto de um anjo tão bonito como tu. Fossem outros os dias em que o sol raiasse acabando por fim de fazer suar os corpos que juntos trocam as palavras do amor. 

Fossem os tempos do passado tão bons como os de agora e fossem os de agora tão bons como os do passado. Por muitas horas que passe ao teu lado nada substituirá os minutos que perdi a olhar para ti, observando o teu rosto e os teus gestos, estudando cada movimento teu, para que um dia mais tarde me pudesse lembrar inconfundivelmente de ti.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Mais um jogo.

Espero que voltes, que entres por aquela porta e digas que está tudo bem, enquanto eu finjo que bem o estou também, pois suficiente foi o tempo de se secarem as lágrimas que sem te aperceberes deixaste que caíssem, uma por uma, enquanto te ausentaste.
E assim será ao chegares, um jogo de figuras em que eu interpreto o papel de dona da felicidade enquanto tu crês que essa é a minha pele, ou será que, tal como eu,  finges? Serás tu tão actor quanto eu e, afinal fazemos juntos, um jogo duplo?
Porque parece não perceberes o que te digo sem palavras?

Sinto-me fraca, o esforço é demasiado.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Sê tu.

O pior ponto (quase) sem retorno é aquele em que, em voz ténue, alguém te diz segundo sim, segundo sim: "Quem és tu?" . Tudo porque não conseguiste lutar contra o que te fazia deixar de ser tu mesmo.

sexta-feira, 22 de março de 2013

No outro dia, enquanto esperava pela minha vez na fila interminável que se forma na casa-de-banho feminina dos Armazéns do Chiado, uma mulher já idosa abordou-me e após dois dedos de conversa emocionou-me com um "Eu já tenho oitenta anos, mas tu és tão linda e tens a vida toda à tua frente".

Parece-me injusto, no entanto, que aos dezassete anos seja confrontada com o peso de uma vida toda à minha frente. Tantas portas abertas diante de mim, um milhão de caminhos que posso tomar e na minha casmurrice e teimosia sinto que apenas um posso tomar, ou tenho o direito de tomar. Talvez esteja relacionado com toda a minha maneira de encarar a vida, com as certezas e receios que tenho: aquela sensação intimidante do destino a espreitar. Há apenas um caminho e cabe-me a mim encontrá-lo.
Não tenho a vida toda à minha frente, tenho somente uma vida toda à minha frente e um medo profundo de não a conseguir ver. E isso consome-me noite e dia.

terça-feira, 12 de março de 2013

Ela queria morrer.

Ela queria morrer. Quer cair ao chão e nunca mais se levantar. Pergunta-se porquê, porquê a razão de a tratarem assim. Tratarem-na como se ela não fosse nada. Grita porque não quer realmente morrer, mas a vontade é de ficar sem sentimentos, sem qualquer tipo de moção, tornar-se naquela rapariga que não sente nada. Deram-lhe tantas promessas, tantos sonhos, tantas vitorias que iria conseguir ganhar, mas só a fizeram iludir de falsas esperanças, de falsos sorriso, de sonhos que nunca teve.

sábado, 2 de março de 2013

Naquele momento em que me encontro sozinha sinto todos os meus complexos a colapsarem diante de mim. Ressoa baixinho, aos meus ouvidos, uma pequena e suave melodia de um dia a nascer. Oh tristes olhos, cresçam um pouco e reconheçam o bom que há no mundo: a sensibilidade de um círculo que se completa, a brevidade de uma vida a despertar. Adeus companheiros, outra viagem me espera.

domingo, 10 de fevereiro de 2013


A vida é injusta. É um facto. Não há a mínima necessidade de o contornar.
Fazemos planos, desde pequenos, traçamos linhas com um pincel delicado, vamos ser astronautas, bombeiros, professores, artista. E de repente, esse mesmo pincel delicado borra a pintura. Desfaz tudo. Manda-nos ser Engenheiros Aero-espaciais e nunca sentir a gravidade zero. Manda-nos apagar o fogão e evitar pagar a conta dos bombeiros e remodelação da cozinha. Manda-nos aprender a detestar e desdenhar os professores porque sempre apanhamos os mais ressabiados a leccionar  Manda-nos ter uma profissão segura, e deixar a arte para uma sexta feira por mês, lá no teatro mais perto e se houver tempo.
A este quadro digno de ser queimado quando falta a lenha para a lareira podemos juntar muitas mais partidas da vida, muitos mais pincéis delicados são capazes de nos atraiçoar, naquele instante onde misturamos o azul e o magenta, metemos demasiado azul, fica um quadro escuro.
A vida não tem brilho, não é bonita.
Preferia-a a preto e branco. Peço que seja a preto e branco. Mas já isso é demais. Ela mete mais cores ao barulho. Porque ela é assim. Impossível de contornar sem sair dos seus apertados riscos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

o sem-abrigo

estava frio. a noite já ia adiantada e eu tinha frio. o manto que me cobria o corpo era pequeno de mais para me aquecer. encontrara nessa manhã um isqueiro ainda em bom estado, e acendia-o repetidamente. a chama já desaparecera há muito. e agora, eu repetia o gesto de acender o isqueiro numa tentativa desesperada de sentir algum calor.
passavam pela rua muitos olhares perdidos, sem sentido. alguns atravessavam-me sublimemente. tocavam-me de tangente. mas num ápice se afastavam como quem diz "não fui eu!". depois seguiam no seu caminho. sem destino. sem palavras.
eu ria-me da estupidez mordaz desses olhares. seguros no conforto de si mesmos. trocando os passos ao longo do caminho. mas seguros no conforto de si mesmos. sem nexo. sem direcção. sem vida. mortos já, antes da morte. seguros na insistência deles próprios.
eu ali. deitado ao relento. sem tecto nem pão. eu ali não podia ser real. era apenas um pesadelo deles. eu ali. sem-abrigo. morto ainda antes de ter vivido. desequilibrava a sua segurança. e só encontravam de novo o conforto uns passos mais à frente. perante a certeza absoluta de que eu era irreal. como as imagens que viam à noite na televisão, entre a garfada de arroz e uma coxa de frango.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

love letters.

O amor faz o mundo girar, e às vezes uma carta de amor pode funcionar como antídoto para um coração partido. 
O "pôr as letras a caminho" tem um novo projecto, chama-se "love letters" e pretende encher a vossa caixa de correio de palavras de amor!
Saber mais aqui




quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Significas um futuro diferente.

Quando os teus braços estão quentes, mais quentes que todo o meu corpo, sinto-me bem. Gosto quando te chegas a mim e me consegues aconchegar com aquele teu delicado carinho. A tua voz é, não sei como explicar o que a tua voz é para mim. Agora aquilo que sinto quando a ouço, é como um arrepio atrás das costas,ou aquela sensação estranha que nos percorre a espinha de alto a baixo, fazendo-nos tremer incontrolável-mente  Talvez seja isso que sinto quando estou contigo. É agradável poder abraçar-te, dar-te mimos, carinhos, suavizar as discussões no coração tão cheio como o teu. Sei que o dia mais difícil vai ser quando te perder, quando deixar de poder tocar no teu rosto, de te picar, de ouvir a tua voz a penetrar-me com tanta calma, com tanta suavidade pelos poros da pele que se abrem só para ti.

Tu para mim significas uma das mudanças na minha vida. Talvez a mais importante!

E depois?


E depois...
Ela volta atrás, aquele amor é demasiado forte para ser esquecido e terminado. Aquele amor que lhe gelava o sangue tinha voltado e com mais força que nunca. Então, ela volta atrás e ele promete-lhe o mundo. Confessa-lhe que nunca deixou de a adorar. Fá-la acreditar que é possível, que aquele é o caminho, que aquele amor é para sempre. Mas... num instante veloz, tudo muda e ele volta a magoá-la, mostrando que nunca iria resultar e que é melhor serem amigos, bons amigos. Diz que lhe guarda um carinho especial para sempre, que será continuamente a menina dele, mas que não dará mais. E ela, ela suplica-lhe para ficar, diz-lhe que juntos vão tornar o sonho possível, mas não conseguiu obter uma única palavra que desejava ouvir. Ele, ele dá-lhe um beijo na testa, sussurra-lhe "promete-me que vais ficar bem, por favor" e parte, sem olhar para trás. Ela entra no carro e olha-o, ao longe, até desaparecer entre a distância e a noite. Ambos seguem caminhos opostos... para sempre?

terça-feira, 29 de janeiro de 2013


«And I need you now tonight
And I need you more than ever»

Total eclipse of the heart - Bonnie Tyler,  1983
Acreditem quando digo que tenho muitas saudades.
Mas eu realmente não sei o que fazer com elas.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Despacha-te sim?

Os carros passam. As pessoas conversam e quase parece ensurdecedor todo o barulho que se desenvolve à minha volta. Estou num café à tua espera e há mais de vinte minutos que te enviei uma mensagem a perguntar se ias demorar muito. Disseste que só mais cinco minutos. Já passaram vinte meu amor. Onde estás tu? Foste raptada no caminho? Fugiste com outro? O teu coração ficou demasiado sensível ao frio? Não tens coragem de sair de casa sozinha? Meu amor despacha-te, começo a ficar preocupado.

dos autocarros.

- A menina está perdida?
- Estou sim. Não sei voltar a casa.
- Pode-se dar por feliz por ser dos poucos que alguma vez lá esteve..



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Amigas íntimas

"O mundo destrói a sensibilidade das almas mais delicadas, e enrija e bronzeia as almas mais mimosas. Chego mesmo a dizer que no mundo, nisto que se chama sociedade, não há nenhuma grande e sólida amizade indestrutível entre duas mulheres.
A vaidade, esse cancro da alma feminina, cancro hereditário, de que o demónio lançou a primeira semente no coração de Eva, e que dela para cá tem germinado com insólita energia - a vaidade não permite essas uniões desinteressadas, esses afectos feitos de abnegação e sacrifício.
Conheço mulheres que se querem fazer passar por amigas inseparáveis, e entre as quais não deixa de existir toda a rivalidade e toda a inveja que pode conceber-se entre duas inimigas.
Portanto, se a amizade verdadeira é apenas um sonho nesse meio artificial que se chama a sociedade, para que te hás-de tu cansar em procurá-la debalde?
Poupas-te a inúmeras decepções, e roubas o teu coração ingénuo e bom ao império de infinitas dores!"


Maria Amália V. de Carvalho , 1911

Incógnita(s)

Há coisas que serão para sempre uma incógnita. Há coisas que por mais que tentemos descodificar ficarão apenas pela tentativa falhada de não o conseguirmos fazer. E há histórias que serão continuamente um ciclo, até deixarem de o ser.
Há amores que nunca se esquecem. Há amores que duram mais do que algum dia tínhamos imaginado. Há amores aos quais é impossível virar a página e fazer um novo texto. Há amores que aparecem simplesmente porque sim e que permanecem quando dizemos continuamente que não.
Há amores que passado um mês, dois meses, um ano, voltam e com mais força que nunca. Há amores que temos a certeza que, de repente, vamos reencontrar: numa esquina, no meio duma multidão, no meio de uma rua isolada, mas vamos reencontrar, com toda a certeza. E nesse reencontro, nós abrimos as janelas da nossa "casa" e desejamos o mundo. Desejamos saber o que será daquilo que no passado não chegou a ser, desejamos recomeçar a história e escrever um novo final, desejamos atravessar os desertos e construir um paraíso. E, por momentos, acreditamos que é possível, que aquele é o caminho. Acreditamos e construimos um sonho real. Mas, num instante veloz, tudo muda e entramos de novo no ciclo vicioso. Tal e qual como antes. Tal e qual, mas deixando marcas mais fortes e difíceis de sarar. 
Ambos seguem caminhos opostos, num fim consolidado. Um faz o papel de forte, o outro o papel de quem não se importa mais, e assim vão tentando viver. Apenas fica a certeza que serão uma incógnita, tal como desde o dia em que a história começou.


Um dia, dizia-te "a minha incógnita és tu, e eu sinto a tua falta!". Hoje continuas a minha incógnita mas por mais que sinta a tua falta, penso que é um alívio estar longe... 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

perdidos no tempo

Agora penso em como nos perdemos no tempo. Nunca soubemos fazer as coisas na altura certa, tomar as atitudes correctas no momento mais indicado. Nada. Nunca soubemos, sequer, discutir quando assim deveria ser. A única coisa que sabíamos fazer era cair nos braços um do outro como se fossemos eternos. Como se o tempo se perdesse em nós.
Perdíamo-nos no tempo que se perdia em nós e nós perdíamo-nos um no outro. 
Por isso é que um ano depois cá estamos nós. A cada dia que passa, um bocadinho mais empurrados pela tentação para os braços um do outro. Por isso é que, um ano depois, ainda vivemos como se nunca nos tivéssemos separado. Como se o tempo não tivesse passado e como se amanhã não fosse 8 de janeiro de 2013 mas sim 8 de janeiro de 2012.

OHANA

Faz pouco mais de um ano desde a última vez que aquela menina deixou que os acordes da sua música se espalhassem neste cantinho.. Este espaço que é uma pequena família... de autores e leitores... Este espaço que a fez rir, sorrir, surgir uma pequena lágrima e até chorar.






Um ano depois, sabe que já não é a mesma pessoa que antes escrevia e brincava com a escrita. O que mudou? Bem, a reposta é simples: ela.
Durante o ultimo ano a corrida contra o tempo em que a vida se transformou, mudou-a. Deixou de ser aquela 'miúda' que sabia brincar e transformar as palavras. Agora, é apenas uma menina. Sim, continua a ser aquela menina "assustada" com as imprevisibilidades da sua história.. que tem um baú repleto de recordações e memórias... que guarda cada passo e cada encontro. 
E encontros são a a sua especialidade. Encontros que muitas vezes foram apenas [des]encontros. E entre encontros e desencontros, a sua vida girou. Girou, virou do avesso. Porém, ela não desistiu. Nunca desiste. A sua força é superior a dos super heróis e é capaz de mover a mais alta das montanha. E ela moveu. Nunca foi de contornar. E se assim o é, deve-o aos seus encontros... aos encontros que a alma lhe proporcionou.



Créditos: à sua força, o seu Mundo. À pessoa que uma vez lhe disse para nunca desistir e que fez com que "Kia Kaha" e "Never Back Down" fossem os seus lemas de vida. A ela: OHANA!
Ao som de: Tracy Chapman.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Dos seguidores desatentos - e desesperados.

Há uma coisa que detesto neste blogue: os seus seguidores desatentos! É verdade!
Dá cabo da minha paciência e da minha pouca inteligência vir aqui, ler um post, gostar e ir para comentar e deparar-me com comentários que (MUITO PROVAVELMENTE) se referem a outro post e a outra pessoa. (prova disto? vejam só os comentários deste post)
Queridos seguidores deste magnifico blog - da qual tenho o privilégio de fazer parte - notem que somos muitos publicadores.
Adoro quando alguém vem e diz (aqui) «adoro como escreves, adoro este teu blog». A sério? Se adoras, já devias ter notado que somos mais do que um, pois a escrita não engana! Isto faz-me lembrar os comentários que se fazem - igual ao referido - só na esperança de que passem no nosso blogue e nos sigam!
Tá certo. Por hoje é isto.


Grata pela atenção! ;)

De Vila Real [não a cidade, as pessoas.]

Que tenho saudades das piadas privadas, e das fotos descaradas.
Que tenho saudades dos cafés na madrugada e dos romances de cordel.
Que tenho saudades dos risos que não tinham hora marcada, e dos encontros em terceiro grau que me deixavam desnorteada.
Que tenho saudades de qualquer refeição improvisada, ou de idas ao cinema à muito planeadas.
Que tenho saudades, porra!
Pulga