domingo, 10 de fevereiro de 2013


A vida é injusta. É um facto. Não há a mínima necessidade de o contornar.
Fazemos planos, desde pequenos, traçamos linhas com um pincel delicado, vamos ser astronautas, bombeiros, professores, artista. E de repente, esse mesmo pincel delicado borra a pintura. Desfaz tudo. Manda-nos ser Engenheiros Aero-espaciais e nunca sentir a gravidade zero. Manda-nos apagar o fogão e evitar pagar a conta dos bombeiros e remodelação da cozinha. Manda-nos aprender a detestar e desdenhar os professores porque sempre apanhamos os mais ressabiados a leccionar  Manda-nos ter uma profissão segura, e deixar a arte para uma sexta feira por mês, lá no teatro mais perto e se houver tempo.
A este quadro digno de ser queimado quando falta a lenha para a lareira podemos juntar muitas mais partidas da vida, muitos mais pincéis delicados são capazes de nos atraiçoar, naquele instante onde misturamos o azul e o magenta, metemos demasiado azul, fica um quadro escuro.
A vida não tem brilho, não é bonita.
Preferia-a a preto e branco. Peço que seja a preto e branco. Mas já isso é demais. Ela mete mais cores ao barulho. Porque ela é assim. Impossível de contornar sem sair dos seus apertados riscos.

4 comentários:

  1. Se a vida fosse "contornável" depressa se tornaria monótuna, demasiado simples e sentiriamos falta da cor.
    Experimenta colocar um pouco de branco para clarear o "quadro" da vida, nem tudo tem de ser P&B ;)

    ResponderEliminar
  2. entendo-te em cada palavra que escreveste mas a verdade, é que é nas fugas da realidade "chata e triste" que a beleza aparece e se elas não fossem só fugas a vida seria monótona com elas (:
    um beijinho*

    ResponderEliminar
  3. a vida é injusta ou seremos nós que somos hipócritas?

    ResponderEliminar

deixa tu também letras soltas no caminho