sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

effusus #51 - os inícios dos fins

O velho ano está prestes a terminar. Aqui bem perto, já espreita o novo que todos desejam esperançosamente.
Quando começamos a aproximar-nos do final, cada um de nós começa a fazer balanços: a ver os momentos positivos e negativos do tempo que passou, a planear o que quer manter e o que pretende mudar...
Mas, afinal, para quê esperar pela aproximação do "fim" para o fazer? E se não houvesse um "novo" início, depois das badaladas sonantes do relógio gigante? E se, depois das doze, no espetáculo de fogo de artifício entre as pontes do Douro, todos os teus desejos não tivessem tempo para se tornar reais?

Irias aguardar pelo fim ou mudar a tua vida a qualquer momento?

domingo, 21 de dezembro de 2014

sou grande porque quero ser

2014 não foi um ano fácil. Era previsível, comecei-o de pijama, no sofá, a ver o E tudo o vento levou na rtp1. Com apenas 21 anos, tive uma passagem de ano típica de alguém que já viveu uma vida. E eu com a vida toda por viver.

É, 2014 não foi fácil. Caí de cabeça muitas vezes. Dei por mim sem chão outras tantas. Perdi aquilo que achava que era um grande amor. Fui perdendo amigos. Quase perdi um dos grandes. Tive de deixar aquele que era já o meu lar. Foi difícil. Senti-me sozinha muitas vezes. E quis desaparecer.

Mas, todos os dias, acordei com uma certeza: Hoje só não és feliz se não quiseres. E por muitas cabeçadas que tenha mandado, por muito não que tenham sido alguns dos dias, fui feliz. Mesmo quando tudo me queria manter no fundo, arranjei forças para me levantar e lutar. Por mim.

E é isto. Este não foi, de todo, o meu ano. Mas aprendi muito. Aprendi sobretudo a ser sozinha. Deixei de ter medo do escuro, do silêncio, da solidão. Aprendi a gostar um bocadinho mais de mim. E só por isso valeu a pena.

O próximo ano? O próximo ano vai ser melhor. Não sei porquê, mas quero muito acreditar que sim. Não sou de superstições nem nada do género, mas tenho a crença pateta de que, como vou entrar em 2015 com os meus - os verdadeiros, os que ficaram, os que valem a pena - vai correr tudo bem.

E se não correr não faz mal. Se todos os anos forem tão maus como este acho que me aguento bem à bronca. Afinal de contas, ninguém nunca me vai impedir de ser feliz. Porque eu quero ser.

Em suma: In your face, 2014.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Não

No mesmo instante em que esticaste o teu braço, tremi. Não sei se por receio de te ter tão perto, se pela angústia passada que me causaste, mas tremi. Como se o inverno vivesse em mim, como se as roupas não chegassem para me acalentar de ti. Queria-te tanto quanto uma criança de cinco anos anseia uma guloseima. No momento em que as cartas são lançadas, conseguimos trocar o rumo do jogo. Eu, que há tanto tempo te imaginava ali e sempre soube que seria improvável. Nunca impossível. Aconteceu. Pediste-me para sair de mim, para soltar o cabelo e envergar nessa aventura tua, só tua. Contive os meus impulsos, engoli em seco sem nunca me perder. 
Disse não.
A negativa que te salvou. Que me fez crescer dez anos sem ter saído do mesmo sítio. A negativa que me soltou de ti.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

do amor

Estar contigo foi (e é) uma opção minha! Não te escolhi, é verdade. Mas isso só prova que gosto ainda mais de ti. Apaixonei-me por ti porque me fizeste apaixonar por ti. Quando te conheci nem sequer me passava pela cabeça. Mas agora, depois de todo este tempo, a minha maior vontade continua a ser estar contigo. Por favor, entende uma coisa: se eu quero, eu quero! E não posso permitir que estejas constantemente a dizer que não és o melhor para mim. Não suporto que aches que mereço mais ou melhor. Eu não preciso de mais nem de melhor! Eu preciso de ti. Assim, como tu és. Com todos os teus defeitos e qualidades. Com todos os anos, um por um, que passaram por ti. Com tudo o que tens.
Por favor, deixa-me ser feliz. Mas perto de ti.