sábado, 3 de julho de 2010

O sentido do vento é sempre infiel aos nossos sentimentos. Quando damos por nós estamos perdidos numa montanha onde tudo nos parece igual. Temos medo. Um medo que se apodera de nós , que nos vai fazendo recear o pior e no final, ouvimos sons, o sol começa a cair, desfalecendo sob as ondas bruscas de um oceano antigamente sereno mas hoje distante. O vento continua a soprar, afugentando o silêncio.

A dança da noite desperta-se pelo anoitecer, onde os arbustos ganham forma e movimento, onde os pinheiros soltam as suas pinhas, onde o orvalho se prepara para cair.

Passamos a noite quase em claro (é sempre duro admitirmos que estamos cansado e adormecermos no silencio) mas o que é mais duro, é sentirmos a solidão da montanha. É então que os pensamentos nos perfuram o peito, é então que a necessidade de voltar se torna superior à de fugir dos obstáculos. Mas, haverá a oportunidade de não nos perdemos para sempre?

É então que as árvores lançam e nos abrigam, de manhã, prometem-nos um regresso a casa.

A casa onde deixamos o nosso coração.

2 comentários:

deixa tu também letras soltas no caminho