sábado, 31 de dezembro de 2011




Hoje vou deitar-me e vou esperar por ti. Para voltares ao que eras. Para te deitares ao meu lado e afagares-me o cabelo enquanto me adormeces. Quero pousar a cabeça no teu peito e ouvir o teu coração a bater bem depressa. Sentir o teu corpo quente. Sentir os teus pés pequeninos a brincar com os meus. Sentir-te simplesmente. E adormecer a cheirar o teu cabelo com aquele leve aroma adocicado. Sentir que quando estou contigo posso sonhar em mil e uma coisas boas.
Ou então vou ter contigo. Vou eu adormecer-te. Não tens escolha, eu quero. Olhar bem para ti enquanto dormes, ver como ficas linda. Encostar o meu nariz no teu pequeno nariz ou tactear os teus lábios. A tua cama é mais pequena que a minha. Mal cabemos os dois. Não importa pequena. Procura o espaço nos meus braços.
Mas dorme. Calma e serena. Dorme...



happy new year

Bom ano companheiros. Um dos meus desejos para o próximo ano é receber inspiração para voltar a ser uma colaboradora assídua aqui do Letras. Perdoem-me.
Sejam felizes e não se deixem derrotar por nada.


Beijinhos do tamanho do mundo

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fui-me deitar. Estava cansado mas apesar de tudo chamei-te. Chamei-te para vires ter comigo. Para te ver, para te tocar, para te sentir. Para poder ouvir a música que tens dentro de ti, esse rimbombar de tambores que provoca alterações rítmicas nos meus.

Disseste-me que não.

Eu não percebi. Não percebo o que te faz negar constantemente o meu olhar. Será medo? Não sei. Por mim? Por ti? Por alguém terá que ser.

Deitei-me. No escuro abracei-me à almofada. Fechei os olhos para te poder ouvir mas tu não estavas lá. Esperei uma brisa que me pudesse mexer os cabelos. Mas ela não apareceu. Esperei uma gota vinda de nenhures que me pudesse molhar a face que tanto anseia pelos teus lábios. Mas ela não apareceu. Procurei a companhia nos braços dos lençois. Mas ela não apareceu.

Diz-me... quem sou eu? E quem és tu? E o que é isto?

Aparece e faz desaparecer tudo o que eu procuro em outrém. Tu!




“E em África quando há fome as crianças comem terra. Quando se tem fome, come-se o que há. O simples acto de mastigar e engolir seja o que for pode não alimentar o corpo, mas alimenta os sonhos. E os sonhos com comida são como os outros sonhos – pode-se viver deles até morrer.”


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Um dia vais acordar no meio do oceano, sem saber como lá foste parar ou como podes sair. Aí só te restará uma coisa: nada. Pode ser que um dia chegues à costa.
E agora perco-me por sítios que já não têm o nosso cheiro e caminhos que já não são os nossos, e fujo-te querendo refugiar-me em mim, mas nunca me encontro. E acabo sem casa. Sem abrigo. Sem o amor que, de tão grandioso, cobria todos os átomos do meu ser.

Os anos que nós (não) temos.

Pedem-me o tempo, pedem-me a vida. Pedem-me as histórias, pedem-me as palavras. Pedem-me tudo.

Quando tudo começou, eu era apenas uma criança. E que criança! Aos cinco, pediram-me para ter dezoito. Aos cinco, roubaram-me o chão e mandaram-me aprender. Para muitos isso acontece aos seis. A mim foi aos cinco.
Aos nove voltaram-me a pedir para ter dezoito. Nem foi preciso tanto. Aos catorze, aí sim. Pediram-me para ter quarenta, quiçá cinquenta.
Não continuemos sem relembrar que aos doze me pediram para ser velho e enfrentar a morte que, ao meu lado, me cumprimentou.
Aos dezoito, pediram-me para ter muitos mais. Entregaram-me ao mundo. Eu não fui ter com ele.

Muitas vezes pedem-nos para ser grandes. Antes custava mais. Agora? Agora é fácil! Agora, os 5 anos continuam lá, nos momentos de brincadeira. Os cinquenta precisam-me em cada difícil decisão. Os noventa, esses, muitas vezes sinónimos de sabedoria, são constantes.
E eu cá estou. Com vinte e dois anos feitos, vinte e dois para o mundo.
Os outros anos, esses, são apenas um baloiço. Amanhã lá estarei eu à espera do que há-de vir.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

No repouso da minha inocência

Quando fecho os olhos vejo o mundo de impossibilidades que a vida nos dá.
Vejo a confusão na minha cabeça e a lingua presa, que me sufoca a garganta e que me deixa sem movimento, paralisada nas ideias e incapacitada nas minhas possibilidades. 

Então, quando abro os olhos, decido ver um mundo de hipóteses e amostras de concretizaçao, onde o impossível é apenas o que negamos ser concretizável, onde por mais que queira não pondero o amor nem a razão.
A razão pondera-me e decide se vai utilizar-se de mim ou não,
O amor é a constante independente da minha vontade ou do meu coração.



E há que diga que sou de Marte, mas estou bem ao teu lado.
Senta-te aqui, no repouso da minha inocência, descansa no meu abraço. 
'Se alguém perguntar onde pára o pecado direi que engoli a maça.'

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

a incansável espera..


Já repararam como estamos sempre à espera de algo, de alguém?

Uma palavra carinhosa, um café nas manhãs frias de terça-feira, um abraço forte na hora H daquele dia menos aguardado, um beijo demorado enquanto esperamos o comboio de regresso a casa, uma viagem que nos leve para onde sempre sonhamos estar, uma melodia que nos toque a alma e nos recorde o quanto eramos simples e felizes, uma carta de um amigo distante, um passeio que nos lave por dentro e nos torne, quem sabe, melhores! Ou então, um simples "olá" digital de um desconhecido que encontramos, um "boa noite" habitual do nosso vizinho do quarto andar, um "está na hora de ir dormir" que nos recorde a voz da mamã nas noites da nossa infância longínqua, um "adoro-te" dos nossos amigos de sempre ou um "tenho saudades tuas" de alguém que ainda ausente nos traz cá dentro, nos recorda e nos ama.
Inevitavelmente, a nossa vida torna-se uma sala de espera, em que aguardamos algo: dos nossos pais, dos nossos amigos, dos nossos vizinhos, dos nossos conhecidos, dos menos conhecidos, da vida, e até de nós mesmos. Esperamos, esperamos e voltamos a esperar! Esperamos que amanhã esteja bom tempo, esperamos tirar boa nota no exame de matemática, esperamos não ter problemas, esperamos não ficar doentes, esperamos realizar os nossos objetivos, esperamos alguém que nos faça tocar na lua e voltar, ou então que nos ponha a viver nas nuvens, um lugar certamente confortável e acolhedor...

E assim, vamos carregando a nossa vida, e a dos outros, com uma imensidão de sonhos, ambições, desejos, pequenos nadas que esperamos e voltamos a esperar... E em cada espera, a nossa angústia cresce e a nossa esperança é dissolvida, gota a gota, no vazio do fracasso... E novamente, voltamos a esperar mais e mais, dos outros, de nós mesmos, pequenas coisas que se tornam grandes na infinita espera da campainha que toque, do novo dia que nasça, ou da tristeza que passe...
Porém, o coração anda no compasso que pode e a vida não é uma sala de espera, mas uma questão de escolhas!

A sempre vossa,
Catarina Costa

domingo, 25 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal 2011

Hoje é que é mesmo dia de Natal, por isso deixo aqui, para todos os meus amigos, autores e leitores do letras no caminho, e os outros que por aqui passem, os votos de um Feliz Natal, cheio de esperança, amor e felicidade!

Este ano, o nosso presépio, ornado de pequenos cartões com versos e poemas relacionados com o Natal, tem peças de todos os cantos do mundo; na árvore, em vez de uma estrela, temos um astro diferente: o Planeta Terra. Porque afinal, foi na Terra que Jesus decidiu nascer, e nasceu para todos nós. é por isso que também figuram no pinheiro bonecos com caras de crianças de todo o mundo.


Fica aqui também um poema que sempre marcou o meu dia de Natal, desde que me lembro, porque o meu pai o costumava ler todos os anos. Aqui fica, desta vez lido por mim:

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Olá sarcasmo.


Mais tarde ou mais cedo a ilusão acaba, e sim, os sentimentos continuam a ser bonitos, para quem é imune, claro está. É triste vá, é triste que seja tudo nesta óptica do será eterno… até acabar, pois sim. Corações em todo o lado, contar estrelas, adormecer junto, procurar a mão, abraçar de forma verdadeira, até pode aquecer, isso eu concordo. Mas dá trabalho, e ouvi dizer que a Zara tem toda uma colecção de roupa quentinha que faz (quase) as mesmas vezes e vem com garantia.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

No momento em que me apercebi...

No momento em que me apercebi que a vida são dois minutos e estou ainda a passar o primeiro, fiquei com falta de ar. Um ataque de pânico dentro de mim soltou-se, virando tudo contra mim. A ideia de que depois de morrer nada mais terei para sentir, dá-me um pequeno mau estar. Quero dizer, nem é bem um mau estar, nem é tanto um desistir de viver, é mais de sentir um grande e enorme vazio. Porque na realidade, poderei viver uma vida inteira de diversas maneiras que nada do que fizer me irá tirar do caminho da gente de preto com a sua foice. Por outro lado, mesmo que este vazio se solte dentro de mim por breves instantes, é imediatamente silenciado quando me ponho a pensar sobre as coisas que me fazem sentir, como viver com a namorada, ter filhos, ensinar-lhes a viver, dar-lhes amor e carinho. Sentir o mundo de baixo dos meus pés. Sentir as pedras, a relva fresca e a chuva molhada. Tudo o que me faz sentir vivo, são as poucas coisas que me dão ainda aquele pequeno orgulho, aquela enorme vontade de viver mais, muito e muito mais. De poder sentir tudo e aprender tudo. Mesmo que depois de muitos e longos anos poder vir a ser enterrado, apenas a tristeza de ir perder tudo isto me irá estar no coração, assim como todas as coisas que fiz em vida.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sorella Cordis *

 


Porque foi isso que te prometi.. que não [fug]iria... que não te [deixa]ria... Que todas as tuas tempestades seriam nossas. Que o meu abraço seria a tua segurança e o meu ombro o teu apoio. 
Disse-te, uma vez, que seria capaz de correr a cidade toda até te encontrar. E faria. Porque sabes? Não [d]es'x'isto d's'e'm' ti! Não desisto de quem amo. Não desisto de quem me cativa.
E mesmo que um dia pareça fazê-lo, não te assustes... estarei apenas a recuperar o fôlego para mais uma corrida...
É que... sinto as tuas dores como se minhas fossem... ao ponto de chorar abraçada a ti (sim, sei que não sabes disso), enquanto tu desabas em mim...
Mudaste[s]-me.
Tornaste-te porto seguro, abrigo, casa.
Redenção!

Cativas-me... assustas-me... E eu tento [fug]ir...
... tu não deixas.



Obrigada por tudo, [S]orella Cord[is] *

(re)encontro

Um vazio... Uma luz... Um aviso… Um proibido... Uma esperança... Uma desilusão... Um obrigado... Um até nunca mais…

A vida é assim: um turbilhão de momentos adversos, uma imensidão de erros e de fracassos aliados a um milhão de vitórias e conquistas! Encontros e desencontros, em que nos vamos (des)encontrando com o que fomos, o que somos e o que seremos, um dia…

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Caros leitores, peço desculpa pela minha ausência prolongada, mas houve um tempo em que a escrita deixou de fazer sentido para mim. Foi necessário um reencontro comigo mesma e espero estar de volta, em força, e definitivamente.
A sempre vossa,  
Catarina

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Tenho medo de ter medo. E os medos dão-se bem. Podia jurar que no outro dia, quase, quase! que lhes vi um beijo! Agora esperemos que não vão mais longe do que isso, porque eu não tenho vontade nenhuma de dar guarida a mais medos.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Hoje o Mundo acordou maldisposto.
Girar 24h por dia deve deixá-lo tonto.

Sono, sono, sono, luta, luta, luta, o desespero, o coração no sitio longe, há pessoas, é para correr, não dá, está escuro, tropeças, está frio, desconhecido, sono, olhos fechados, luta!, abre os olhos, liga liga liga, voicemail, estás sozinha, há vozes, havia uma mala, não há mala. Há dor, porque é que a dor não foi com a mala? Sono sono sono, arvores, chão, liga, ninguém ajuda. Sono, não há luta... Ultimo suspiro. 

terça-feira, 6 de dezembro de 2011


Sinto que me tornei mais honesta, mais directa e com isso as palavras escritas já não me saem facilmente. Não gosto. Acho que vou voltar ao pequeno ser introvertido que sempre gostei de ser.


Pulga

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


Se há algo que me irrita mais do que o normal, que me faz bater o pé com mais intensidade, morder a língua até magoar e contar até cem, é falta de inteligência nos seres que me rodeiam. Não me venham cá com a história que a inteligência é muito relativa que no que toca a sua parte emocional até os meus bichinhos se munem dela quando efectivamente fazem asneira. Por isso, porque raio de motivo de outra realidade é que os tristes seres humanos deste planeta não se apercebem que quando magoam alguém não convém virar o jogo e respirar-lhe a porcaria que fizeram directamente numa artéria qualquer do coração? Valham-me os raios e coriscos, valha-me a falta de sensatez, valha-me o alprazolan, vulgo Xanax, que por hoje eu não me valho a mim própria.