Quase dois anos volvidos e ainda não soube lá voltar. Nem sei se saberia dar contigo, sabes? Nunca gostei daquilo, é só um monte de terra e um monte de terra não me parece suficiente quanto mais digno. Merecias pelo menos uma lápide, uma pedra com o teu nome - Fábio. Se bem que Fábio não serviria de muito. Muitos provavelmente nem saberiam de quem se tratava. O melhor seria talvez ter o teu, digamos, verdadeiro nome. Nem eu sei a quantidade de vezes que te disse "És tão Pazito, Pazito". Às vezes ainda sonho contigo. As aulas já começaram e tu entras de rompante, como quem nem viu a porta, como se não houvesse porta. E depois o teu telemóvel toca e tu desapareces do mundo ao som dos Metallica. Fui ao teu funeral e depois só consegui voltar lá a onze de setembro desse ano, data na qual deverias ter feito dezoito anos. Por vezes imagino que nada daquilo aconteceu, que te chegaste a candidatar à universidade e que estás neste momento algures no interior do país a estudar história. Há dias em que parece que te vejo no meio da multidão. E depois apercebo-me que não pode ser porque tu simplesmente deixaste de existir. Costumávamos dizer, em jeito de brincadeira, que tu tinhas sido o primeiro atentado. Lembras-te disso? Nós ainda nos lembramos. Quase dois anos volvidos e ainda não soube lá voltar.
segunda-feira, 9 de julho de 2012
starry, starry night
Quase dois anos volvidos e ainda não soube lá voltar. Nem sei se saberia dar contigo, sabes? Nunca gostei daquilo, é só um monte de terra e um monte de terra não me parece suficiente quanto mais digno. Merecias pelo menos uma lápide, uma pedra com o teu nome - Fábio. Se bem que Fábio não serviria de muito. Muitos provavelmente nem saberiam de quem se tratava. O melhor seria talvez ter o teu, digamos, verdadeiro nome. Nem eu sei a quantidade de vezes que te disse "És tão Pazito, Pazito". Às vezes ainda sonho contigo. As aulas já começaram e tu entras de rompante, como quem nem viu a porta, como se não houvesse porta. E depois o teu telemóvel toca e tu desapareces do mundo ao som dos Metallica. Fui ao teu funeral e depois só consegui voltar lá a onze de setembro desse ano, data na qual deverias ter feito dezoito anos. Por vezes imagino que nada daquilo aconteceu, que te chegaste a candidatar à universidade e que estás neste momento algures no interior do país a estudar história. Há dias em que parece que te vejo no meio da multidão. E depois apercebo-me que não pode ser porque tu simplesmente deixaste de existir. Costumávamos dizer, em jeito de brincadeira, que tu tinhas sido o primeiro atentado. Lembras-te disso? Nós ainda nos lembramos. Quase dois anos volvidos e ainda não soube lá voltar.
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sentido e inspirador!!!
ResponderEliminareu gostei deste por estar tão sentido... força!
ResponderEliminaradorei!
ResponderEliminaróhh agora já querida,
obrigada pela preocupação *.*
obrigada linda! ao tempo que não sabia de ti...como estás?:)
ResponderEliminarAinda bem :) Não precisas de agradecer *
ResponderEliminarMuito obrigada, linda, eu também gostei imenso do teu blog ♥ Muita força , minha linda, muita mesmo !
quem disse que ele deixou de existir Inês? ele continua por aí, a balançar entre a memória e o que resta dele no teu coração.
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