sexta-feira, 16 de novembro de 2012


Tenho imensos abraços guardados. Alguns marcados levemente como gravuras, tal e qual pedra granítica, gastos pelo tempo, mal cuidados, órfãos de toda e qualquer preocupação maior. Apesar de tudo, pequenas letras sulcadas ainda se fazem notar... Um pequeno J ali, um A acolá...
Também existem aqueles marcados a ouro. Têm nome, data, e alguns pormenores interessantes. Quem diria que o simples cheiro a chocolate no ar podia perpetuar um abraço numa tarde de verão de 93. Chocolate, sim. 
Mas são aqueles que guardo, sem nome nem senhor, que me são demasiado. São aqueles que cá ficaram, abandonados, frutos do temor, à espera de alguém que lhes possa dar nome. Sentam-se ali sozinhos, invejando inocentemente os outros, os que tiveram a sorte de marcarem a história e não se acagaçarem perante a felicidade. 
É isso. Tenho abraços à espera de um nome. Do nome e da história. Abraços. São abraços.

in umadosedetemáticas;

7 comentários:

deixa tu também letras soltas no caminho