Tive um presságio do infinito. se o tempo. como se o tempo me escapasse por entre as arestas polidas da minha memória. que diferença faria afinal?
ser um pedaço de nada entediado... qual seria a lógica?
sentei-me e escrevi.
consigo ainda respirar a eternidade das coisas imaterias e deliciar-me com o amparo das situações triviais. imundas mas deliciosas. tivera a saudade tantas razões como a necessidade...
ou mais ainda
muito mais ainda. cresceu medo nesta terra infértil. só a infertelidade pode produzir medo desta forma. suja.
mas onde e quando? quando chegaria afinal o meu embalo sofrido? qual seria o tempo e a época de colher os frutos
e talvez das flores
da minha ambiguidade?
tive medo. infértil seio de opcões, infértil motivação, infértil eu, eu infértil e sem mais nada para além do nada.
mas que nada? que nada?
não existe. a terra secou.
abracei a minha causa triste e sequei.
tentar conciliar o ser e o estar com o ser isto e aquilo e ignorar as certezas vãs das coincidências tristes. pudera eu tomar como certa a vida e deixaria de lado todas estas futilidades ignóbeis.
temo por mim. por não ter razão em nada e por precisar de tudo. por me agarrar a uma esperança e nela crer a minha salvação e a de toda a minha espécie.
Pergunto-me quando iremos acordar e quando iremos viver de facto. Quando deixaremos de lado o nosso ego para nos entregarmos à realidade de estarmos vivos e de não sermos escravos de nada senão da nossa consciência. Podíamos ser tanto e deixamo-nos ser nada. E porquê? Convenceram-nos a isto. A este enrolar e deturpar de alma. Pobres almas que somos, que caímos no engodo da razão.
mas existe. tudo existe. somos pó de estrelas que se convence diariamente que a vida não serve de nada e que o estar vivo pode ficar para depois.
tenho medo. e tenho amor. e de resto sou apenas terminações nervosas condenadas e extasiadas pela certeza plena da sua liberdade.
Nascemos para sermos felizes.
terça-feira, 16 de setembro de 2014
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
faço o que me apetece
Your heart is broken
And you don't seem to mind
I guess it happened
A little too many times, too many times
And you don't seem to mind
I guess it happened
A little too many times, too many times
Hoje fui eu que, ao olhar através da janela do carro, vi a lua e me lembrei de ti. Mas já não são tantas as coisas que me lembram de ti. Talvez porque eu não deixe. Talvez porque eu não queira. Acima de tudo tenho sempre de ser feliz. Acho que já não quero saber e só "faço o que me apetece".
Para ser sincera, acho que ambos sabemos que - passem semanas, meses ou anos - ninguém vai atrás de ninguém. Que o nosso tempo já foi. Mas, ainda assim, por muito que às vezes doa, por muito que "só faça pior", não me poderia nunca negar os pequenos prazeres da vida. E, naquela noite, por muito que soubesse que o amanhã ia ser diferente, quis estar contigo. Fazer de conta que estava tudo bem e que podíamos voltar a ser nós. Ali, num sítio que gritava saudade. Connosco a gritar saudade. Porque a verdade é que eu tenho saudades tuas. Tu tens saudades minhas. E assim estamos. Em eterna telepatia, como sempre.
Ficam as saudades. Podia-te escrever muito mais cartas, podia tentar escrever-te poemas, canções, sei lá. Ainda há muito que te podia dizer, que te quero dizer. Há coisas que só tu compreendes. Mas, naquela noite estranha de trovoada, consegui uma calma e uma paz que já não conhecia. Fiz tudo o que tinha de fazer. Disse tudo o que tinha de dizer. A bola agora está do teu lado. E há uma parte de mim que - contra todas as expetativas e rejeitando toda a lógica - vai ficar à tua espera.
Sabes, este tem sido um ano complicado. Saiu-me tudo ao lado. Houve muitas mudanças. Demasiadas até. E eu nunca soube lidar com mudanças. Não, este não está a ser o meu ano. Mas por muito difíceis que sejam os meus dias, tenho sabido reinventar-me. Respirar fundo, crescer mais um bocadinho a cada dia. Viver. Quando tudo falha, conto até três e recomeço. Arranjo sempre maneira, motivos, razões para continuar a sorrir.
Ficam as saudades. Podia-te escrever muito mais cartas, podia tentar escrever-te poemas, canções, sei lá. Ainda há muito que te podia dizer, que te quero dizer. Há coisas que só tu compreendes. Mas, naquela noite estranha de trovoada, consegui uma calma e uma paz que já não conhecia. Fiz tudo o que tinha de fazer. Disse tudo o que tinha de dizer. A bola agora está do teu lado. E há uma parte de mim que - contra todas as expetativas e rejeitando toda a lógica - vai ficar à tua espera.
Sabes, este tem sido um ano complicado. Saiu-me tudo ao lado. Houve muitas mudanças. Demasiadas até. E eu nunca soube lidar com mudanças. Não, este não está a ser o meu ano. Mas por muito difíceis que sejam os meus dias, tenho sabido reinventar-me. Respirar fundo, crescer mais um bocadinho a cada dia. Viver. Quando tudo falha, conto até três e recomeço. Arranjo sempre maneira, motivos, razões para continuar a sorrir.
E talvez, afinal de contas, este seja o meu ano.
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
effusus #44
Daqui a dez dias parto rumo a lisboa e isto vai ficar tudo para trás.
Tudo.
Para trás.
(e ainda bem)
Tudo.
Para trás.
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