Tive um presságio do infinito. se o tempo. como se o tempo me escapasse por entre as arestas polidas da minha memória. que diferença faria afinal?
ser um pedaço de nada entediado... qual seria a lógica?
sentei-me e escrevi.
consigo ainda respirar a eternidade das coisas imaterias e deliciar-me com o amparo das situações triviais. imundas mas deliciosas. tivera a saudade tantas razões como a necessidade...
ou mais ainda
muito mais ainda. cresceu medo nesta terra infértil. só a infertelidade pode produzir medo desta forma. suja.
mas onde e quando? quando chegaria afinal o meu embalo sofrido? qual seria o tempo e a época de colher os frutos
e talvez das flores
da minha ambiguidade?
tive medo. infértil seio de opcões, infértil motivação, infértil eu, eu infértil e sem mais nada para além do nada.
mas que nada? que nada?
não existe. a terra secou.
abracei a minha causa triste e sequei.
tentar conciliar o ser e o estar com o ser isto e aquilo e ignorar as certezas vãs das coincidências tristes. pudera eu tomar como certa a vida e deixaria de lado todas estas futilidades ignóbeis.
temo por mim. por não ter razão em nada e por precisar de tudo. por me agarrar a uma esperança e nela crer a minha salvação e a de toda a minha espécie.
Pergunto-me quando iremos acordar e quando iremos viver de facto. Quando deixaremos de lado o nosso ego para nos entregarmos à realidade de estarmos vivos e de não sermos escravos de nada senão da nossa consciência. Podíamos ser tanto e deixamo-nos ser nada. E porquê? Convenceram-nos a isto. A este enrolar e deturpar de alma. Pobres almas que somos, que caímos no engodo da razão.
mas existe. tudo existe. somos pó de estrelas que se convence diariamente que a vida não serve de nada e que o estar vivo pode ficar para depois.
tenho medo. e tenho amor. e de resto sou apenas terminações nervosas condenadas e extasiadas pela certeza plena da sua liberdade.
Nascemos para sermos felizes.
incrível, Leonor, para não variar!
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