sexta-feira, 12 de setembro de 2014

faço o que me apetece

Your heart is broken
And you don't seem to mind
I guess it happened
A little too many times, too many times


Hoje fui eu que, ao olhar através da janela do carro, vi a lua e me lembrei de ti. Mas já não são tantas as coisas que me lembram de ti. Talvez porque eu não deixe. Talvez porque eu não queira. Acima de tudo tenho sempre de ser feliz. Acho que já não quero saber e só "faço o que me apetece".

Para ser sincera, acho que ambos sabemos que - passem semanas, meses ou anos - ninguém vai atrás de ninguém. Que o nosso tempo já foi. Mas, ainda assim, por muito que às vezes doa, por muito que "só faça pior", não me poderia nunca negar os pequenos prazeres da vida. E, naquela noite, por muito que soubesse que o amanhã ia ser diferente, quis estar contigo. Fazer de conta que estava tudo bem e que podíamos voltar a ser nós. Ali, num sítio que gritava saudade. Connosco a gritar saudade. Porque a verdade é que eu tenho saudades tuas. Tu tens saudades minhas. E assim estamos. Em eterna telepatia, como sempre.

Ficam as saudades. Podia-te escrever muito mais cartas, podia tentar escrever-te poemas, canções, sei lá. Ainda há muito que te podia dizer, que te quero dizer. Há coisas que só tu compreendes. Mas, naquela noite estranha de trovoada, consegui uma calma e uma paz que já não conhecia. Fiz tudo o que tinha de fazer. Disse tudo o que tinha de dizer. A bola agora está do teu lado. E há uma parte de mim que - contra todas as expetativas e rejeitando toda a lógica - vai ficar à tua espera.

Sabes, este tem sido um ano complicado. Saiu-me tudo ao lado. Houve muitas mudanças. Demasiadas até. E eu nunca soube lidar com mudanças. Não, este não está a ser o meu ano. Mas por muito difíceis que sejam os meus dias, tenho sabido reinventar-me. Respirar fundo, crescer mais um bocadinho a cada dia. Viver. 
Quando tudo falha, conto até três e recomeço. Arranjo sempre maneira, motivos, razões para continuar a sorrir.

 E talvez, afinal de contas, este seja o meu ano. 

1 comentário:

deixa tu também letras soltas no caminho