" Pergunto-me várias vezes o que vi em ti, de onde veio este sentimento que tanto me assolou, e o porquê de eu não conseguir tirar o teu sorriso da minha cabeça…Desde sempre vi que tu eras tudo o que de errado existe, tudo o que eu não gosto em alguém para ter do meu lado, tens tudo aquilo que eu não quero para mim, no entanto, tens a capacidade de fazer com que todo esse errado pareça certo, porque é em ti, porque és tu, porque em ti tudo faz sentido e não o faria de outra maneira, não valeria a pena se não fosses exatamente da maneira que és, porque nada valeria a pena se tu não fosses tu, e é cada um desses defeitos e dessas linhas de caráter que fazem de ti a pessoa que és, que fazem de ti aquela pessoa única.
Não sei o que vi em ti, sei que o que me cativou em ti foi o teu sorriso e o teu olhar, a tua inocência e carência, a tua vulnerabilidade e sensatez, tudo aquilo que se sente num só abraço, num só olhar, porque o teu olhar é o mais meigo, inocente e incrível de todos, o teu abraço é de uma carência que dá vontade de não te largar nunca, que dá vontade de te ter para sempre nos meus braços…
Sei o que me cativou, porém não sei o que me prendeu, principalmente sendo tu tudo aquilo que eu não quero para mim, o que te fez ficar?
Tu não tens rigorosamente nada do que eu procuro, nada… No entanto és tudo aquilo que eu quero para mim… "
segunda-feira, 28 de dezembro de 2015
Néaltrú # 10
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
afinal, as pessoas também mudam.
As pessoas mudam.
E eu sou a maior prova disso.
Com o tempo, há coisas que deixam de importar, e outras às quais se aprende a dar o devido valor.
E é aqui que eu entro.
Sempre fui de fazer planos, todos e mais alguns que fossem possíveis, não se desse o caso de por algum motivo, todos falharem menos um. Fui sempre o típico "estuda, tem boas notas, tira um curso com emprego, e muda a tua vida", até que o tempo passa, conhecem-se diferentes pessoas, com diferentes pontos de vista, e começas a pensar, que, um dia, quando relembrares a tua vida, as coisas mais importantes passam por tudo, menos pelos números da tua conta bancária.
É aqui que entram as pessoas da minha vida.
Os anos passam, umas vão-se embora como sempre esperámos que aconteceria, e outras ficam, outras mostram-te que o lugar delas sempre foi ao teu lado, mesmo quando andaste demasiado ocupado para ver isso, começamos por perceber que aquilo que tanto achávamos ter de sobra, é na verdade, demasiado curto para acreditar.
É aqui que entra o tempo. E é aqui que eu volto a entrar, com as pessoas que, felizmente, fazem parte da minha vida.
É o tempo que as pessoas estão dispostas a investir em mim que me faz feliz, porque no final do dia, é realmente aquilo que temos de maior valor, ele acaba, um dia, mais cedo ou mais tarde, ele acaba. Não gosto de desperdiçar tempo, não o tenho para o fazer e, é por isso que aprendi a não deixar as pessoas erradas permanecerem muito tempo no meu espaço. É por isso que aprendi a valorizar-me, a não me submeter a alguém que não está disposto a apostar tanto e acha tão pouco.
É aí que eu saio por cima. Agarro-me às memórias que vou construindo dia após dia, na verdade, é por isso que eu sempre gostei tanto de fotografia, o que pode haver de melhor do que uma gargalhada intemporal?
A todas as pessoas que permanecem na minha vida, obrigado pelo vosso tempo, é, certamente, aquilo que de melhor sempre terão para me dar.
As pessoas mudam. Crescem. Fazem memórias, Riem perdidamente delas. Fazem-me feliz. Final da história.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
vamo que vamo
Há grandes amores. Há amores pequeninos. Há amores que duram e amores que se perdem. Mas o importante é que continuem a haver histórias. Que continue a haver vontade. E quando já não há forças para continuar, quando já se gastaram todos os corações, é preciso ir à procura. De mais de nós. De mais de nós para dar aos outros. Para dar a alguém. Porque parar é morrer. E vai sempre haver uma nova história. Um pouco mais à frente. Um pouco mais adiante. Logo ali. Sim.
Eu quis te conhecer, mas tenho que aceitar
Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá
Pode ser cruel a eternidade
Eu ando em frente por sentir vontade
quarta-feira, 8 de abril de 2015
effusus #57
8 de abril de 2015.
nossa. o que é isto? já passou quase um ano, isto cabe na cabeça de quem? de ninguém, muito menos na minha!
nossa. o que é isto? já passou quase um ano, isto cabe na cabeça de quem? de ninguém, muito menos na minha!
oh meu Deus, como é possível? já passou quase um ano e eu ainda penso p'ra mim que estou de férias, umas looooongas férias. estou de férias, não estou? alguém que me diga que sim. que alimente o meu coração daquilo que ele realmente quer. não vivo no passado, mas porra! quantas vezes na vida serei tão feliz quanto fui naquela cidade maravilhosa? quantas vezes na vida sentirei o coração tão cheio e tão confortável como naquele Reino Maravilhoso? são só umas férias, não é? umas férias de um ano, dois, três, quatro. umas férias que podem durar o resto da minha vida. deixei tanto de mim naqueles sítios, naquelas ruas, naquela colina fresca do Parque Corgo, na varanda daquela casa tão incrível, tão cheia de amor! deixei tanto de mim, sobretudo, nas pessoas que conheci, nas que trouxe comigo mas, sobretudo, nas que lá ficaram p'ra viverem aquilo que eu não posso viver. deixei tanto de mim... sei lá... parece que ainda lá estou, a apanhar sol no parque, a caminhar junto ao rio, a ouvir simultaneamente a natureza e os risos estridentes das minhas meninas.
quase um ano. quase um ano que festejei a minha licenciatura, que comecei a caminhar para viver os últimos momentos e estourar os últimos cartuchos.
Vila Real, por quantos mais anos da minha vida te desejarei? por quantos mais anos da minha vida ansiarei voltar p'ra ti... com todos aqueles que me acompanharam no meu percurso.
Vila Real, serás sempre minha.
quinta-feira, 2 de abril de 2015
Néaltrú # 9
Será saudável esta ânsia repentina de divagar e de nos perdermos nos nossos baús e coisas antigas?
Talvez deva apenas ficar quietinha à espera que a ânsia passe...
segunda-feira, 16 de março de 2015
effusus #56
Houve uma época em que sentia medo. Não tinha nada sobre os meus ossos que não pele eriçada e desgastada. Não tinha nada sobre a minha consciência senão um arrastar de imagens flácidas pelo chão poeirento.
Já tive medo e já deixei de o ter. Já senti e já deixei de sentir.
Penso que toda esta nossa necessidade de afirmar eternidades advém do nosso receio da injustificação e talvez um quê de falta de legitimidade de todas as nossas acções. Mas o nosso erro de raciocínio está justamente no não encararmos de braços abertos que tudo se mede relativamente e que, no final do dia, somos apenas almas radiantes que precisam tão somente de um pouco de calor e que qualquer que fosse a justificação que pudéssemos dar seria nada comparada com o que sentimos.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015
effusus #55
"Dois anos. Dois anos e tanto, tanto, tanto. És o homem da minha vida, ainda que não possas vivê-la ao meu lado. Obrigada pelos sorrisos, pelos olhares, pelos momentos. Obrigada por me teres feito feliz e por nunca teres perdido a capacidade de me cativar. Apaixonei-me por ti a cada novo dia que passei contigo, mas agora chegou o momento de ir. Não sei para onde, ir simplesmente. Se o mundo do amor for redondo, havemos de nos voltar a encontrar lá. Um beijo. Enorme."
sábado, 7 de fevereiro de 2015
effusus #54
(...)
Vocês os dois com a mania de me querer reconstruir e de me querer obrigar a falar de coisas que não sabia [e continuo sem saber] dizer. E, agora, tantas vezes quero e preciso fazê-lo mas não tenho ninguém que me ouça, que saiba ouvir!Vocês não estão cá!
Para que reconstruir-me se agora estou perdida e vocês não estão por perto? Para que tirar-me da cabeça a velha mania do "eu não preciso de ninguém" para depois irem embora? Porquê?
A verdade é: todos nós precisamos sempre de alguém!
Mas para quê fazer de mim Gente se agora isso não passa de uma palavra num papel?
Todos vocês seguiram com as vossas vidas... e eu? Por quê me deixaram sozinha?
Vocês os dois com a mania de me querer reconstruir e de me querer obrigar a falar de coisas que não sabia [e continuo sem saber] dizer. E, agora, tantas vezes quero e preciso fazê-lo mas não tenho ninguém que me ouça, que saiba ouvir!
Para que reconstruir-me se agora estou perdida e vocês não estão por perto? Para que tirar-me da cabeça a velha mania do "eu não preciso de ninguém" para depois irem embora? Porquê?
A verdade é: todos nós precisamos sempre de alguém!
Mas para quê fazer de mim Gente se agora isso não passa de uma palavra num papel?
Todos vocês seguiram com as vossas vidas... e eu? Por quê me deixaram sozinha?
... Onde ando eu?
A verdade é: Perdida.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2015
effusus #53
Pretendo exilar-me de mim mesma.
As arestas polidas entretanto encarquilharam
Como dedos muito dentro de água. Quente.
Pele velha recolhida sobre si mesma
E texturas amargas, tal qual vinagre na boca.
O eco propaga-se, como numa gravação,
Uma cassete antiga de rolo arrancado.
Fotografo memórias para as poder esquecer
E relembrar somente o que me dilacera
E carne arranca, o que explora os cantos recônditos
Da pesada envergadura de mim mesma.
Pretendo exilar-me. Caminhar eternamente
Por entre as florestas tribais do sonho.
Os vidros estilhaçados ferem-me a cortiça dos dedos,
Receio o embaraço do sangue pegajoso
O opróbrio dos fracos sofredores
Que gemem sonetos por lábios entreabertos
E recusam a salvação por masoquismo exímio.
Recolho-me a esta classe enclausurada
Em paredes e barreiras puramente ilusórias.
Não existe vida. Deus está morto.
A proclamação do inferno na Terra é um engodo.
Mas o eco continua a propagar-se,
Na atmosfera suspenso por cordéis cinza
Infiltrando-se como humidade nos poros.
O silêncio de tudo permanecer na mesma
E a depressão de tudo ser igual de outra maneira
Acalentam os demónios pessoais da minha existência. Desolada.
Desloco massas de água, que chovem sobre mim
E caio repetidamente, qual Alice sem direcção
Na trama imunda de uma sociedade viciada.
De mim fujo, de mim me quero afastar
E desta dor crónica de cassete repuxada.
Exilo-me de mim e, como se não bastasse,
Exilo-me do que a realidade à força me quer dar.
As arestas polidas entretanto encarquilharam
Como dedos muito dentro de água. Quente.
Pele velha recolhida sobre si mesma
E texturas amargas, tal qual vinagre na boca.
O eco propaga-se, como numa gravação,
Uma cassete antiga de rolo arrancado.
Fotografo memórias para as poder esquecer
E relembrar somente o que me dilacera
E carne arranca, o que explora os cantos recônditos
Da pesada envergadura de mim mesma.
Pretendo exilar-me. Caminhar eternamente
Por entre as florestas tribais do sonho.
Os vidros estilhaçados ferem-me a cortiça dos dedos,
Receio o embaraço do sangue pegajoso
O opróbrio dos fracos sofredores
Que gemem sonetos por lábios entreabertos
E recusam a salvação por masoquismo exímio.
Recolho-me a esta classe enclausurada
Em paredes e barreiras puramente ilusórias.
Não existe vida. Deus está morto.
A proclamação do inferno na Terra é um engodo.
Mas o eco continua a propagar-se,
Na atmosfera suspenso por cordéis cinza
Infiltrando-se como humidade nos poros.
O silêncio de tudo permanecer na mesma
E a depressão de tudo ser igual de outra maneira
Acalentam os demónios pessoais da minha existência. Desolada.
Desloco massas de água, que chovem sobre mim
E caio repetidamente, qual Alice sem direcção
Na trama imunda de uma sociedade viciada.
De mim fujo, de mim me quero afastar
E desta dor crónica de cassete repuxada.
Exilo-me de mim e, como se não bastasse,
Exilo-me do que a realidade à força me quer dar.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2015
effusus #52
"Não me parece que, finalmente, tenhamos tomado caminhos diferentes. Parece-me, sim, que esta é mais uma fase para descobrirmos que não somos nada. Não somos sequer donos de nós próprios. E se achamos isso, um dia aparece alguém nas nossas vidas (como tu apareceste na minha) e leva-nos consigo para sempre. Conquista-nos para sempre. Foi isso que fizeste comigo. Conquistaste-me para sempre. E agora quem vier que se aguente. E eu que me aguente também.
Devolve-me. Espera! Não sei se quero..."
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