quarta-feira, 16 de julho de 2014

effusus #36 - do passado

Agora navego por outros mares. Esperavas isto, não esperavas? Não tão cedo, eu sei. Mas só fazia sentido que esperasses. Não quero a tua tristeza (a forma como me deixo levar pelo deslizar dos dedos sobre as teclas ainda me quer fazer chamar-te 'meu amor', e até que ficava bem na frase). Não quero o teu olhar triste, como dizia Miguel Sousa Tavares: "Não, meu amor. Não quero ver o teu olhar triste e magoado que me acusa, sem defesa, que me condena, sem entender." Há muita, muita coisa que não te disse. Muita coisa que um dia ainda te direi. Não temas. Eu nunca temi estar ao teu lado. E ainda estaria, se pudesse. Nunca temi estar ao teu lado, sabes o que é isso? Não temermos o maior desafio que a vida alguma vez nos fez?
Choro-te. Choro a tua ausência, o teu afastamento. Choro a nossa separação. Porque sei, com todas as certezas que algum dia tive, que se a vida fosse fácil tínhamos atravessado o mundo, tínhamos ultrapassado todas as tempestades para podermos, para sempre, estar ao lado um do outro.


3 comentários:

deixa tu também letras soltas no caminho