sexta-feira, 11 de junho de 2010

Mesmo que eu queira muito tu não voltas. As minhas noites andam em branco, o meu coração enche-se de suspiros vazios e tu mesmo assim não vais embora, não bates á porta, não entres, não sais. Estás aí parado, na mais bela sala , a porta encostada e tu não te mexes. Continuas com o mesmo cheiro, com o mesmo sabor. Continuas com a mesma feição. E já passou demasiado tempo... Disseste-me adeus num silêncio profundo que eu não escutei, e tu sabias que eu era de escutar. Tu sabias que para mim ouvir não bastava, escutar é a palavra chave do coração, é um esboço a carvão que deixa sempre os seus contornos. Só gostava de saber como estás, ver-te já não é importante, ver-te não basta. O que tínhamos era um laço demasiado forte. Tu sabias cuidar de mim, eu sabia cuidar de ti, e agora ? Tudo se esbateu no silêncio. Fiquei eu aqui, e tu continuas quieto no meu coração. Talvez a tua alma tenha voado... Talvez o meu coração não te deixe partir. Precisava de ti agora aqui, tu sabes ... Ou talvez não saibas. Mas eu também erro, eu também errei. Não me podias ter só pintado com as cores mais belas da tua mala, não me podias ter encaixilhado no cavalete por viver só para vocês, eu também respiro, eu também tenho o direito de errar. Ao primeiro erro, disseste-me esse adeus tão incompreensível.
Todos os dias te relembro, e no fim, fica esta saudade...
Já passou ''algum tempo'', muito, para quem não sabe quando pode partir... Mas hoje, hoje tenho imensas saudades de te escutar , amigo.

6 comentários:

deixa tu também letras soltas no caminho