As ondas engoliam as rochas, e os pássaros voavam em círculos à procura de peixe. Ocasionalmente mergulhavam para depois voltar à superfície com o que haviam apanhado no bico. As árvores ondulavam ao vento, a primeira brisa de primavera. Ela estendia-se encostada a uma cerejeira, acompanhada apenas pelos seus pensamentos e um bom livro. 
Até que alguém abriu o ralo e tudo começou a ser arrastado para os céus. Primeiro foram as nuvens, depois os pássaros, que batiam as asas desesperadamente numa tentativa fútil de se salvar. As folhas cederam logo, e depois troncos foram arrancados e sugados. 
E ela deixou-se ir. 
Seguida de um fio vermelho que parecia nunca terminar, até que o puxou a ele.
E ali, naquele lugar desfeito, fizeram-se amantes, almas-gémeas para sempre ligados através do fio vermelho que une os destinos daqueles que pertencem juntos.
 
perfeito *.*
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