O texto que se segue poderá ferir as susceptibilidades de quem (ainda) sofre por amor, perdoem-me por isso, e peço que tomem em consideração o facto de também eu ter passado pelo mesmo.
Clamem o amor eterno, gritem, façam os vossos corações ser ouvidos, lutem por vós e pelos vossos sentimentos (se forem justos convosco mesmos, evitarão mais sofrimento), e não lutem por quem amam, e principalmente, por quem dependem. Não lutem por ninguém, mas sim pelo vosso sorriso e pela vossa felicidade - isso evitará que se magoem a partir de determinado ponto. Nunca dêem como certo alguém na vossa vida, pois 'ter' é a pior forma de amar - nem sequer o é, senão a forma mais fácil de completar um vazio dentro de vós. Por vezes a tristeza torna-se um hábito e a luta a única forma de poderem gostar da vossa própria pessoa, amor-próprio que vai perdendo brio a cada dia que passa, a cada falsa palavra de amor que ouvem, a cada rasteira que sofrem. São tantas as pessoas que nestes blogs, e não só, sofrem por amor. E a cada dia que abro um blog, mais um texto escrito em lágrimas... Quem não sofreu já por amor? Todos nós acabamos por sofrer desse 'mal', seja de amor-próprio, seja de amor por outrem. Mas não tomem nada como certo, não acreditem num facto só porque ele vos aparece à frente como a verdade, pois a verdade não existe, e transforma-se. Por vezes nunca foi senão uma mentira de cabeça pra baixo, fazendo-se passar pela verdade.
O amor existe? Existe. Mas para saber amar é preciso sabermos amar-nos a nós próprios primeiro e saber reconhecer limites. Se quiserem lutar por alguém, façam um favor a vocês mesmos e certifiquem-se de que têm amor-próprio para o fazer.
"Segundo alguns psicanalistas quando se apaixona você não se relaciona com alguém de carne e osso mas com uma projecção criada por você mesmo e a projecção que fazemos é a de um ser completamente perfeito. Mas depois de um período a projecção acaba e você passa a enxergar de verdade a pessoa com quem está se relacionando; invariavelmente algumas virtudes do parceiro ou da parceira vão embora com a projecção, outras ficam... Se o que ficou de cada um for suficiente para os dois, a relação perdura. Caso contrário...
Ninguém sabe o que faz o botãozinho ligar e iniciar uma nova projecção. O amor é inexplicável. Mas tem coisas que você pode entender..."
Sigmund Freud
Afonso, :o, finalmente alguém escreve o que ninguém tem coragem para escrever. é essa mesma a realidade actual, amamos esperando uma atenção, depositamos em alguém toda a responsabilidade de nos fazerem felizes, atribuímos qualidades que a pessoa não tem mas que desejaríamos que tivesse. eu olho para os lados e visualizo queixumes de amor não satisfeito, eu mesma o faço! mas digo-te, duvido que algum dia isso vá mudar. por mais que apareçam pessoas geniais como tu fazendo estes textos. Adorei o gesto, o texto, tudo. (choco-me por o fazer, mas é real.)
ResponderEliminarMas que texto :o Que grande verdade . E é como diz a Gabriela "finalmente alguém escreve o que ninguém tem coragem para escrever. " É um texto que dá bem para reflectir , mas que sem duvida retrata toda a verdade . Parabéns (:
ResponderEliminarDizes tantas verdades aqui Afonso, mas tantas. Admiro a tua coragem de dizeres tudo isso aí :$
ResponderEliminarsem dúvida que, em muitos casos, isso é verdade. Mas devo dizer que, no meu entender, em muitos casos, uma outra pessoa pode ser aquela que nos faz ter amor-próprio, e, se o amor não se tornar obsessão, isso pode ser a forma mais bonita e pura de amor.
ResponderEliminargostei do texto =)
Claro, 'ti em mim', há pessoas que nos fazem ter esse amor-próprio. Aliás, nós não o teríamos sem a ajuda das pessoas à nossa volta. A questão que salientei no texto tem mesmo a ver com aquelas pessoas que, sem esse amor-próprio, tentam agarrar-se a uma pessoa que acredita que lhes pode trazer felicidade. A presença dessa pessoa acaba por preencher o 'buraco' da auto-estima, e a ausência acaba por se reflectir num grande tombo na vida da mesma. Por isso é que a maioria diz que a alma morreu depois da separação, e que se parar de lutar, morre o corpo. É um escavar de buraco quase sem fim.
ResponderEliminarÉ preciso saber ver onde estão os limites, e saber essencialmente até que ponto estamos a gostar mais da outra pessoa do que de nós próprios.
Obrigado pelos comentários :')
posto dessa maneira concordo mais com o teu ponto de vista, ainda assim, acho que é bom gostarmos da outra pessoa pelo menos tanto como de nós próprios, desde que isso seja recíproco (o que raramente é)! Só assim nos podemos tornar part um do outro =)
ResponderEliminarestá LINDO! *.*
ResponderEliminarE aí também concordo contigo. Desde que gostemos de nós, podemos gostar igualmente da outra pessoa. Mas também sou da opinião de que só gostamos verdadeiramente de alguém quando gostamos de nós. A falta de auto-estima muitas vezes leva à dependência do outro, e vez de levar ao amor.
ResponderEliminarTambém concordo quando dizes que raramente é recíproco. Numa relação, essas duas pessoas sentem de maneira diferente, em proporções diferentes :)
bem, então no fundo estamos de acordo =)
ResponderEliminarTexto tão arrebatador como este só podia ser teu, Afonso.
ResponderEliminarObrigado pelas tuas palavras, por nos abrires os olhos e nos protegeres os corações.
Concordo com cada vírgula tua. Também eu passei e passo por uma história difícil. Lutei muito, choei muito. É verdade. Mas conservei sempre o meu amor-próprio, os limites que hoje me fazem levantar a cabeça e sentir que fiz tudo o que devia ser feito e saber que, no final, a minha posição está bem marcada e bem clara. E é isso que faz a diferença. O respeito por nós próprios.
Adorei*
Adorei o texto, não podia concordar mais ...
ResponderEliminarninguém tem o que é nosso, e assim sendo, ninguém nos tem. o amor deve ser querer para o outro o que ele quer para si mesmo, e isso, precisa de muita luta com o nosso amor próprio. ou então não, porque como diz Freud, o botão nunca está à vista para todos.
ResponderEliminargostei do blog.
bem verdade; mas existem as suas excepções.
ResponderEliminarmas gostei do texto. podia abrir os olhos a muitos daqueles que não querem ver que andam por aí.
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