domingo, 17 de abril de 2011

O Facebook, essa coisa do século vinte poucos e um.

O Facebook, essa coisa do século vinte poucos e um. Essa ferramenta que nos mostra tanta coisa, nos dá tanta coisa. Tiranos nesses mesmos instantes, o tempo. A vida. A todos os instantes os perfis são actualizados. Fotografias novas são adicionadas aos álbuns de cada pessoa. Pessoas carregam em botões com a palavra “iLike” ou “Gosto”. Partilham-se vídeos. Partilham-se histórias, histórias de amor, de tristeza, de vergonha, de mau olhado. Partilham-se músicas. Partilha-se a vida que se viveu num instante, que se registou em fotografias para sempre. São adicionados comentários. Formam-se amigos. Dão-se conversas. Discutem-se novas ideias. Procuram-se pessoas. Encontram-se familiares. mostra-se ao mundo o que se viveu. Dá-se os bons dias a uns, a outros beijinhos. A um em especial um amo-te bem grande. Há motivos para continuar a gostar de partilhar as coisas. Ora seja para se mostrar, ora por diversão, ora por prazer.

A cada dia, há um novo começo. Uma nova pessoa para conhecer. Um abraço para dar ao familiar que está longe. A um tio que nos encontrou por acaso no motor de busca. Os risos são constantes, principalmente sempre registados em fotos onde a diversão está sempre presente. Rapazes cobiçam os perfis das raparigas. Raparigas procuram o rapaz mais bonito da sua cidade. A saudade de ver o ex namorado, ex amigo, sobe ao peito quando se encontra as coisas que fez com os amigos. Cria nós no coração, cada instante que passa e se fica com a sensação de que ainda não se comentou a foto da amiga, o video do amigo, a música do primo, e a carta de amor da namorada(o).

A vida é-nos curta, e continuamos a perder algum tempo, a colocar na Internet, as coisas que nos fazem rir, sofrer, lutar, chorar. Achamos que vale sempre a pena, partilhar com o mundo a felicidade que temos com aqueles que não a têm. E as nossas lágrimas com quem ainda não sentiu as deles.

8 comentários:

  1. Estupendo, os meus parabens! Sem duvida adorei. E verdade tudo o que disseste.

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  2. E a ironia é que ninguém vê as coisas como nós as vemos e as sente como as sentimos!...
    E ainda assim tentamos freneticamente que nos entendam e vejam as coisas como nós as vemos.

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  3. Porque é que este texto me tocou tanto?
    Isso torna-se relativo a partir do momento em que falo em primeira pessoa e apenas de mim. Mas tocou, lá isso tocou.

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  4. Adorei, interpretei a minha maneira, e acho que perdemos demasiado tempo nisso, é impossível fazer ver aos outros realmente o que vivemos, o que sentimos, dor ou felicidade, são coisas abstractas, não podem ser tocadas. Mas mesmo assim procuramos quem nos entenda, quem veja o que vemos, quem sinta da mesma maneira, impossivel.
    Gostei imenso do texto, adorei a estrutura..:)

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  5. Luís Nuno Barbosa gosta disto!
    faltou dizer que também se fazem revoluções (:

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