quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um dia, ainda não sei bem qual, acho que o perdi por aí ou então nem me apercebi da sua passagem. Mas um dia em que bati com o pé e pude chegar às prateleiras lá de cima. Fiquei orgulhoso e vi muitas faces a contemplarem-me, sorridentes, em pleno contentamento pelo meu grande alcance.
Esticava-me e percebia que tinha chegado onde, infelizmente, muitos não chegam. Fiquei contente por mim. Foi para te dar o que está ao alcance de poucos que me estiquei ao máximo. Ao máximo, ainda não sei.
Sei que esse grande esticão me obrigou a virar a dor do avesso, totalmente ao contrário. Virei-a para dentro, onde ela já, subtilmente, residia. Pânico. Não sei lidar tão bem com ela e ela já comeu um bocadinho do que me resta. Mas ninguém me disse que eu não era capaz e mesmo que dissessem, eu seria na mesma. Por isso, vou sair por aí e mostrar ao mundo que não há nada, nem ninguém, que me pare e me faça baixar os braços. Porque os meus sonhos estão ali ao virar da esquina e sei que os consigo alcançar. Sozinho.

4 comentários:

  1. "porque os meus sonhos estão ali ao virar da esquina e sei que os consigo alcançar. Sozinho." AMEI!

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  2. sozinho? não me parece que seja possível alcançar-se o que quer que seja sozinho!

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  3. "Mas ninguém me disse que eu não era capaz e mesmo que dissessem, eu seria na mesma. Por isso, vou sair por aí e mostrar ao mundo que não há nada, nem ninguém, que me pare e me faça baixar os braços. Porque os meus sonhos estão ali ao virar da esquina e sei que os consigo alcançar. Sozinho."

    quem fala assim não é gago! ;)

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