Olá lembras-te de mim sou um pedaço de qualquer coisa enraizado em coisa nenhuma e tenho saudades do passar das horas e do contar dos minutos e das coisas mundanas que os seres humanos tanto gostam e que eu não gosto assim tanto mas causam-me aquela melancolia de saber que não pertenço e só por isso sinto saudade
Saudade sim saudade essa que detesto por não ser minha quase tanto como detesto amar por esse amor não ser meu mas eu não detesto amar que tolice que parvoíce que estupidez é claro que eu não detesto amar como poderia ser como seria eu amo amar não amar não tem sentido nenhum
Amar pedras e estrelas e animais e a poeira que se vê quando o sol incide em ar estagnado e aquele pedacinho de pele na curvatura do pescoço naqueles ossos salientes beijar aqueles ossos salientes percorrer com a língua aqueles ossos salientes e a cova na base do pescoço a cova na base do pescoço
Poeira que percorre o céu cinzento e amar esse céu cinzento como quem ama aqueles ossos salientes e as mãos e as veias e os dedos endurecidos e gastos pela vida que tão mal os trata amar as mãos a parte mais humana do corpo humano amar as mãos de quem nos ama com as mãos.
adorei Leonor, para não variar :)
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