Fui desenhando, entre soluços, pequenas palavras, construindo frases repletas de pudor.
Cheguei até a ter receio reler tudo o que (te) tinha escrito, talvez tenha sido essa mesma a razão porque não o fiz.
Despedi-me de ti não da maneira mais pertinente porque me mostrei fraca "Não quero que voltes, mas tenho saudades tuas, meu amor" e, enquanto os meus dedos te desenhavam (porque tu, ficas tão bem espelhado na palavra amor) eu olhava a rua, estava a chover; A chuva sempre me fez (re)acordar ao teu lado.
Abri a desgasta porta de madeira e descalça, ainda de roupa interior (da forma que tu mais gostavas de me contemplar, dizias que era assim que te sentias em mim), com a (minha/tua) carta de despedida na mão fui sentir cada gotícula de água deslizar sobre a minha pele demasiado quente (a chuva sempre soube ter o mesmo toque no meu corpo que tu).
As palavras entrelaçavam-se umas com as outras, diluídas pela chuva de forma semelhante aos nossos corpos fundindo-se.
Peguei num pouco de tinta dessa (inútil) carta e deixei que ela se incorporasse na minha face molhada.
Nunca me vou conseguir despedir de ti e, desta forma, agora que me olho ao espelho, percebo que sempre fui a palhaça desta história.
Cheguei até a ter receio reler tudo o que (te) tinha escrito, talvez tenha sido essa mesma a razão porque não o fiz.
Despedi-me de ti não da maneira mais pertinente porque me mostrei fraca "Não quero que voltes, mas tenho saudades tuas, meu amor" e, enquanto os meus dedos te desenhavam (porque tu, ficas tão bem espelhado na palavra amor) eu olhava a rua, estava a chover; A chuva sempre me fez (re)acordar ao teu lado.
Abri a desgasta porta de madeira e descalça, ainda de roupa interior (da forma que tu mais gostavas de me contemplar, dizias que era assim que te sentias em mim), com a (minha/tua) carta de despedida na mão fui sentir cada gotícula de água deslizar sobre a minha pele demasiado quente (a chuva sempre soube ter o mesmo toque no meu corpo que tu).
As palavras entrelaçavam-se umas com as outras, diluídas pela chuva de forma semelhante aos nossos corpos fundindo-se.
Peguei num pouco de tinta dessa (inútil) carta e deixei que ela se incorporasse na minha face molhada.
Nunca me vou conseguir despedir de ti e, desta forma, agora que me olho ao espelho, percebo que sempre fui a palhaça desta história.
"sempre fui a palhaça desta história" Não, amor, nunca foste palhaça nenhuma. Foste a heroína que acabou por sofrer.
ResponderEliminarE chamo-te amor com todas as letras, todos os tons e tonalidades porque tu, Sara Rosário Pereira, és um anjo, uma Amiga e um Amor para mim. Não é preciso namorar-mos para ser-mos considerados de amor. Basta que alguém nos ame como eu te amo.
não creio que tenhas sido palhaça. pelo contrário, desististe, julgo eu, depois de uma grande luta. tens bastante força.
ResponderEliminarescreves muito bem e obrigada pelo elogio!
Está lindo man , está lindo :O
ResponderEliminarIdentifiquei com tantas palavras deste texto :x
ResponderEliminarExiste sempre algo que nos faz regressar ao passado, algo que consegue ser mais forte que o esquecimento que desejamos.
Percorremos todos os caminhos para nos depedirmos eternamente, mas estamos sempre presas ao que já não está connosco.
eu não te considero a palhaça da história, mas sim a lutadora!
ResponderEliminar"Nunca me vou conseguir despedir de ti e, desta forma, agora que me olho ao espelho, percebo que sempre fui a palhaça desta história."
ResponderEliminarPalavras para quê? Está perfeito..
* és uma lutadora :)
Não posso dizer que não foste a palhaça. Não conheço. :\ Mas achei lindo, infelizmente achei lindo.
ResponderEliminar«fui sentir cada gotícula de água deslizar sobre a minha pele demasiado quente (a chuva sempre soube ter o mesmo toque no meu corpo que tu).»
ResponderEliminarTambém eu nunca vou conseguir dizer adeus...
este texto está PERFEITO :O
ResponderEliminaradorei mesmo mesmo :)
(só um pormenor, "vontade de há muito" é com h)
continua assim *
este texto é completamente transparente! isso cativou-me cada vez mais, à medida que o ia lendo. gostei, mesmo! gostei da frontalidade, do turbilhão de sentimentos e (infelizmente) da dor.
ResponderEliminarparabéns *
palhaça não, lutadora. Mereces todo o mérito.
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