Dizer que te conheço no escuro, no meio da multidão, é grave. Eu ainda não te esqueci. Ainda sei como te apoias no pé direito de braços cruzados, ainda sei as formas do teu rosto quando sorris e de como levantas o olhar por cima da minha cabeça quando o fazes. Ainda sei do charme que te transpira do corpo, do fumo que travas desenvolvendo cancros dentro do teu organismo. Cancro és tu em mim. Ainda sei de como te sirvo para as horas vagas, quem sabe se duas noites por mês. Ainda sei do teu andar e do choque da tua boca, da frieza das tuas mãos. Ainda sei dessa frustração emocional, desse Casanova que encarnas como se a vida fosse um jogo, como se eu fosse uma vítima. Dizer que ainda te conheço os tiques e as manias é grave. Ainda te descubro de olhos fechados, ainda ouço aos meus ouvidos a música que fazes com a voz desumana. Eu ainda não te esqueci.
E, ás vezes, ainda me deito a pensar que só gostava que aprendesses a lembrar-me.
E, ás vezes, ainda me deito a pensar que só gostava que aprendesses a lembrar-me.
Ainda saber o que já se devia ter esquecido é como ser arrastado para algo que não queres. Nem sempre faz bem lembrar alguém que não se lembrará de se lembrar de nós.
ResponderEliminarBeijinho :D
concordo plenamente com a purple!
ResponderEliminare gostei MUITO do texto =)
Amei. Muito verdadeiro, muito forte.
ResponderEliminarsempre com grandes textos Mara !
ResponderEliminarLembrar de se lembrar. Boa ideia. Mas acrescentaria: Lembrar de se lembrar com carinho.
ResponderEliminarGostei :)
simplesmente 'arrepiante'!!!
ResponderEliminarJ.M.