
Vagabundo olha o azul céu
Escuta atentamente o eco que soa
Enquanto cobre o seu rosto com um véu
O eco que se encontra a escutar
É a voz de culpa, mágoa interior
O véu que faz o rosto apagar
Faz-lhe amenizar o passado, a dor
Quando ao espelho se olha
Revela negro, triste e vazio olhar
E, quando consegue vê-la
Vê também, numa luz desvanecida
A sua mulher, em seu coração perdida
Naquele corpo sujo, suavemente a tocar
Ela humedece-lhe os lábios
Olha-o nos olhos e dá-lhe a mão
Murmura-lhe, ao ouvido, versos sábios
Os que só na voz dela assentam bem
Os escritos pelas lágrimas, no coração
Lágrimas que lhe humedecem os lábios
Quando ao espelho, ele não a pode ver
Lágrimas que lhe dão voz para soluçar
Tais versos que nela eram o maior poder
E nesses momentos, abandonado
Palavra a palavra o podemos escutar
A ler o que está escrito no seu coração
Como se ela ainda estivesse ao seu lado
Pronta para o beijar e agarrar-lhe na mão
temos poeta :)
ResponderEliminaradorei :)
não sei muito bem por quê, fez-me lembrar a poesia de Florbela Espanca *.*