sexta-feira, 16 de março de 2012

O problema de muita gente é querer que a paixão dure para sempre. Por motivos nem sempre psicológicos, mas também biológicos, há como que uma adição às feniletilaminas, libertadas quando qualquer um de nós está apaixonado: aquele aperto no coração, as comuns "borboletas na bariga", aquele sorriso que nos desenha também a nós um sorriso na cara, aquela vontade de correr mundo fora ou de cometer loucuras com a pessoa que nos desperta esta intensidade de sentimentos... Não obstante, a paixão subverte-se paralelamente ao avanço dos tempos, à medida que a rotina toma conta de uma relação. E eis que um dia, a relação termina, porque esfriou. O problema, hoje em dia, é perder-se a coragem, a esperança, a vontade, a criatividade para manter a chama acesa. Emocionalmente estável, o melhor companheiro saberá, por certo, que amor e paixão não são a mesma coisa e que o caminho para manter uma relação viva é o caminho da amizade, assim como dizia em tempos o grande Aristóteles. Porque envelhecer juntos ainda é uma realidade possível para algumas pessoas.

Afonso Costa

5 comentários:

  1. Concordo a 100%. Gostei bastante do texto :)

    ResponderEliminar
  2. como ouvi hoje: 'Não pensem que ao fim de 35 anos de casados se sentiram amados por essa pessoa todos os dias. Mas acreditaram nisso. Daí a importância da inteligência emocional. Daí a importância de se conciliar: razão e emoção.'

    ResponderEliminar
  3. wise words, my friend. Há sempre algo que se perde, por vezes tudo. Todos nos teremos de conformar que a paixão dá lugar ao companheirismo, ou então ao tédio dos dias em que um deles parte.

    ResponderEliminar
  4. Gostei do texto e do comentário da Paula (:

    "Porque envelhecer juntos ainda é uma realidade possivel(...)"

    ResponderEliminar

deixa tu também letras soltas no caminho