E assim foi. Sem olás nem bons dias, saiu um pequeno amo da minha boca. Um pequeno, pequenino, lutador, sufocado pela timidez. Infelizmente, para mim, a palavra amo-te têm um hífen lá pelo meio. Um belo de um hífen que não passa de um pequeno traço de escrita, que nem se nota quando falamos. Mas naquele momento notou-se. Foi um pequeno amo que me permitiu respirar antes de te dizer o resto. E dizem que se não se disser nos primeiros três segundos, não se consegue dizer mais. Eu não consegui. Nem nos primeiros três, nem nos restantes quando ficaste à espera de saber o que me enche o coração. E eu não fui capaz de dizer que és tu.
Vou riscar a palavra da minha cabeça e inventar uma nova. Uma sem hífen. Até posso roubar o hífen à que já existe. E assim fica, um amote sem hífen, dito de uma vez só, sem respirar. Um amote sem nada que o separe no meio para nos roubar o ar todo de uma vez. Um amote.
Engraçado que há já algum tempo atrás vi texto do Fernando Alvim sobre o 'Amote ou a grafia dos afectos'(este:http://esperobemquenao.blogspot.com/2011/08/amote-o-grafia-dos-afectos.html)
ResponderEliminarE fiquei enternecida porque o amo-te assim separado não tem graça porque a verdade é que o dizemos sem respirar porque quando amamos verdadeiramente alguém não há espaço para mais pessoas, não naquela relação. E quando dizemos amote deve ser dito sem hesitar, sem respirar e todo de seguida. Assim. :D
adorei :)
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