terça-feira, 22 de setembro de 2009


Eu não sei quem sou.
Não sei quem sou, porque não sei quem são vocês.
Olham-me com desdém só porque a minha mentalidade não colabora com as vossas. Se a minha pede massa a vossa pede batatas, se a minha quer água a vossa quer vinho, se a minha quer verdade a vossa quer mentira. Ninguém é o que julga ser nem ninguém é o que os outros dizem. Então o que somos ? Nada, limitamo-nos a achar-nos algo, mas nunca somo nada em concreto.
Ninguem nos conhece nem nós conhecemos ninguem.

So queria voltar a ser criança,
onde era o que era e sabia que era,
e todos sabiam que eu assim era.

4 comentários:

  1. simplesmente delicioso (:

    é verdade que todos julgamos ser algo completamente diferente do que somos, e gostamos de moldar os outros à nossa própria imagem e semelhança. é ridículo fazer isso, enganamo-nos a nós mesmos!
    E nada melhor que a inocência e a modéstia das crianças e dos loucos. Nunca me esquecerei da passagem do Parvo no "Auto da Barca do Inferno", que representa os loucos, quando ele é o único que, ao apresentar-se, quando o Anjo lhe pergunta quem é, tem a modéstia de responder "Samicas alguém" (Samicas é talvez em português arcaico). Isto para dizer que, se virmos bem, ninguém é mais lúcido que as crianças e os loucos!

    e tenho que dizer, que fantástica escritora se juntou ao "letras no caminho" :)

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  2. dos melhores textos que vi neste blog.
    subscrevo o ti em mim, enganamo-nos a nós mesmos, sem dúvida.
    bem-vinda!

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