quinta-feira, 7 de julho de 2011



Era um dos dias mais quentes do ano. O dia em que nasceu o Tomás. Podia ser um bebé como qualquer outro. Aliás, era. Por fora. Agora que penso nisso, até era um bocado diferente. Estava-se sempre a rir, sempre a sorrir. Isto porquê? Porque dentro de si sentia sempre qualquer coisa a fazer cócegas. Sempre. Coisas que a ciência não explica. Enquanto cresceu, foi feliz. Tinha muitos amigos e era conhecido principalmente por isso. O Tomás do bom humor.
Um dia, conheceu o amor. E sofreu o primeiro desgosto amoroso. Ultrapassou, por meio de risos e sorrisos.
O segundo...
O terceiro foi diferente. Não que a pessoa fosse diferente. Ou o sentimento. As pessoas que viam por fora viam o que se deve ver. Felicidade.
Mas ninguém lhe olhava para os olhos. Por dentro morria.
Um dia, não aguentou. As pessoas perguntavam-se como é que uma pessoa tão feliz, tão contente, sempre a rir-se, poderia morrer assim. O suicídio não combina com pessoas risonhas.

O mal está em pouca gente querer aturar quem sofre.


2 comentários:

  1. O mal está nas pessoas só quererem os amigos para os momentos em que são felizes e construtores de sorrisos viciantes quando se trata de sentar, ouvir, calar e aparar lágrimas que não chegam a cair muitas vezes escapamo-nos, talvez nem demos por ela. Mas ser amigo, verdadeiro amigo não é apenas sorrir é ralhar, discutir, avisar, amparar sofrimento...é estar lá...simplesmente estar. (:

    ResponderEliminar

deixa tu também letras soltas no caminho