quarta-feira, 29 de julho de 2009

Chão

Dou por mim quieta, sentada no chão frio da casa pouco iluminada. Dou por mim parada no tempo, recordando-te em cada esquina deste espaço. Furaste a minha intimidade, o meu lugar por direito. Devias ter feito por ficar. Não fizeste e, por isso, fecho o portão de entrada atrás de ti e vejo-te desaparecer de vez na escuridão cerrada. Carrego o teu peso comigo: não tenho vergonha de admitir que te pus fora do meu caminho mas não do meu coração. Ficaste calado, mas por pouco tempo e o que me dizes chega-me com suavidade invulgar. Não sei se me acreditei tormenta. Mesmo que fales verdade. Eu quero actos, provas, factos. Só lido com o palpável e o amor também o é. O amor não são só palavras e nem nessas tu és bom comigo. Mas tu não dás actos, tu não dás nada. E se não me dás, então não te quero. Amor, como já disse, nunca foi sinónimo de ímpar para mim. Convicções dessas o tanas. No amor as convicções são poucas e só são permitidas aquelas que nos permitem proteger. Convicções como a minha.

3 comentários:

  1. É preciso saber quando é tempo de deixar os outros partir, é preciso também que eles saibam quando é ainda tempo de ficar. E o amor não tem tempo, por isso é sempre uma constante dúvida entre tempo de partir e tempo de ficar.

    Beijinho

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  2. Amor não é sinónimo de ímpar :') Gostei

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  3. acho que já todos nos sentimos de alguma maneira identificados com esse texto. nem que mais não seja em momentos de insegurança :x
    adorei =)

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deixa tu também letras soltas no caminho