domingo, 26 de junho de 2011

Cócegas nas orelhinhas.

Já se conheciam. Bem de mais. Mas nunca tinham estado juntos, pelas mais diversas razões. Naquele dia, sem mas nem porquê, conseguiram. "Estou aqui. Vens ter comigo?" e ele foi. Encontrou-a sentada, à espera dele, naquela paragem de autocarro. Foi ele que a viu ao longe, ficando a admirar a sua beleza antes de ir ter com ela. E quando se viram, os olhos brilharam. Trocaram um sorriso. Ele abraçou-a com toda a força do mundo, como quem diz que quer ficar ali, com ela, para sempre e nunca mais largar. Nenhum deles falou, não era preciso.
Agarrou-a pela mão e puxou-a ali para o lado. Tudo nela era perfeito. A saia que nem lhe assentava nada bem, as unhas pintadas que ele nunca gostou. Mas o sorriso, os olhos onde ele se podia perder durante todo aquele tempo, até a pequenina cicatriz ao pé do nariz... Deu-lhe um mimo, mexeu-lhe nas orelhas pequeninas fazendo-a contorcer-se de riso. Memorizou cada pequenino gesto.
Pegou-lhe na mão e pousou-a no seu peito para ela sentir o seu coração pequenino a bater intensamente. E ela corou.
Falaram e falaram. Riram juntos. Ela lá lhe deu uma de tia e apertou-lhe as bochechas.
Despediram-se com um beijo.

Ele? Ficou a sonhar com uma próxima vez.

2 comentários:

  1. Escreves bem. Escreves mesmo bem.

    ResponderEliminar
  2. Gostei muito! Você fez um tipo de escrito que nos impulsiona a desejar ver o fim.
    Bjs.

    ResponderEliminar

deixa tu também letras soltas no caminho