sexta-feira, 3 de junho de 2011

(Ouçam, ausentes do mundo. No final da leitura, fechem os olhos)





Mesmo que não te tivesse não sonharia um dia sonhar-te. Não fosses tu alguém diferente. Tenho-me esquecido de dizer que gosto de ti. E tu deixas! Como se não te fizesse falta ouvi-lo, principalmente sendo a minha voz a segredar-to!
Penso que lá no fundo tu tens bem a certeza disso. Dou-te corda não dou? E permito-te viver outro e mais um dia.
Tenho-me esquecido de dizer que gosto de ti. Entendo perfeitamente a necessidade de tanta distância. Não queremos dar uso ao que é bom com medo de gastar. Olha só, somos perfeitos conhecidos e não nos tocamos.
Tenho-me esquecido de dizer que gosto de ti. E passamos as noites de mãos dadas. Tu aconchegada a mim. Os dois debaixo daquele cobertor velho que já não sabe mais nada a não ser o nosso cheiro. Pobre cobertor. Era dispensável, mas nós sentimos tanta pena dele que juntos aquecemo-lo.
Gostava de me perder nesses olhos castanhos. Mas amedronta-me o facto de não saber de cor o caminho para a saída.
Tenho-me esquecido de dizer que gosto de ti.

Dás-me a mão? Só porque sim.

Meu sonho, Meu sorriso.



6 comentários:

deixa tu também letras soltas no caminho