Vida de mar, rebentar e continuar.
Tenho um coração de porcelana,
Preso nas rebentações do mar...
Tenho um nó na garganta
E uma vontade louca de gritar.
Então grita para que o mundo te ouça,
Não tenhas medo de gritar...
Porque embora com coração de louça,
Tu tens o direito de lutar
Eu grito... mas quem me ouve?
Desfiz a minha alma e toda a gente soube.
Eu grito... mas quem me ampara?
Toda a gente olha, mas ninguém, da dor, me dá a mortalha.
Ouve quem te for fiel, amigo e companheiro
E essa pessoa será, para ti, o mundo inteiro
Mas não desistas de gritar...
E mesmo que a louça se quebre,
E em pedaços de dor se converta,
Lembra-te que nunca o mar se perde,
Nem quando uma onda rebenta
A onda rebenta e traz-me o futuro.
A onda rebenta e traz-me o passado.
E neste presente, tenho do nada, o tudo.
No hoje, perdi o sorriso e ganhei um olhar cansado.
Senta-te frente ao mar, e vê como ele vive
Com avanços e recuos, mas sempre sobrevive...
Sente a brisa que paira no ar
E quando alguém, um dia te perguntar
Responde que queres levar, uma vida igual ao mar!
Com a brisa, construir os sonhos
Com avanços e recuos, enfrentar lugares medonhos.
Com a força, lutar pela felicidade num mundo de loucos
E com o seu rebentar... seres tu, feliz aos poucos.
Sou coração de porcelana. Sou pedaços de pó.
Sou rebentação de mar. Mas sou eu e eu sou uma só.
Sou de estações do ano e, por vezes de sorriso no olhar.
Sou de alma desfeita, mas nunca deixo de lutar.
Desistir não é o meu verbo, o meu verbo é perdoar.
Sou olhar risonho, feito da espuma do mar.
[14\11\2010]
Poeta & Poetisa