quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Sentada numa fria e desconfortável cadeira de metal , esperava por Sara.
Pedira um sumo de laranja que lhe punham agora sobre a mesa. O seu olhar não se desviou um milimetro sequer.
Tinha uns oculos grandes que a permitiam olhar o sol sem medos. Aquele quente sol de inverno sabia lindamente. Por isso, deixou-o acariciar-lhe o rosto, ganhando um tom luminoso.
Com a perna esquerda sobre a direita e com o copo alto e frio entre as mãos, a sua mente divagava a uma velocidade alucinante.
Levou o copo aos lábios e bebericou. Momentos como aquele despertavam-lhe os sentidos. Saboreava mais, ouvia mais e via mais. Chegava mesmo a sentir mais. Internamente, é claro. Abstraia-se do mundo. Esquecia-se que a Terra girava 24 sob 24 horas. E então deixava a mente voar. E como ela voava!
Recostou-se na cadeira e aqueceu as mãos nas calças de ganga escura.
Sentiu no ar um cheiro familiar. Sorriu e deixou-se embalar pelas memórias. Sentira aquele mesmo cheiro numa terça-feira, quando os seus...
-Desculpa, desculpa, desculpa! - pousou os sacos na cadeira e sorriu - Nem sabes o que me aconteceu!
Vera sorriu, Sara chegara. As recordações teriam de ficar para depois.

2 comentários:

  1. Os colectivos são uma excelente ideia.

    Acontece que, a par da minha poesia e astronomia,

    também tenho um.

    Saudações

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