quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Tu&Eu

"-O mais importante é que eu estou aqui, não é?" disse ele, enquanto ela se deixava lavar em lágrimas, sem controle, porque os seus lábios estiveram a milímetros de se tocarem, mas sem sucesso.
"-É" e abraça-o, como se aquela fosse a última vez que tivesse oportunidade de o fazer. Mas não era, e ela sabia disso, mas os abraços nunca mais foram os mesmos...
Ele olhou-a, e entre um beijo suave pediu-lhe que limpasse os olhos.
Ela assim o fez. respirou fundo e disse-lhe:
"-Já passou."
Mascarava a dor, o desejo e a vontade, mascarava tudo, pelo menos, à frente dele, visto que quando a noite chegava e as mantas aquecidas pelo seu coração gélido eram a sua única companhia, ela expressava-se.
Chorava, gritava e pedia para voltar. E assim se passaram dias, semanas...
Ele (ainda) não voltou. Ela já não chora (todos os dias). Ela tem saudades dele, ele, ela não sabe. Ela ama-o, ele diz adorá-la.
Talvez ela tente, talvez ele queira, talvez eles voltem a estar juntos.
E são os talvez que a mantêm naquela esperança eterna que ainda guarda, a esperança de que tudo volte, que os lábios se toquem novamente e que as mãos se entrelacem sempre que houver espaços vazios entre uma delas.
Mas são essas mesmas esperas que não a deixam viver, porque quando acorda e quer que tudo corra bem, o consciente encarrega-se de lhe recordar que não está.

Ela, espero que saibas que sou eu.

6 comentários:

  1. NOSSA! NOSSA!
    o_ó
    não sei o que dizer, sério...
    foi de uma profundidade tão grande, e de uma verdade também. Fora que eu acompanhei exatamente o diálogo, porque dá pra imaginar perfeitamente e se misturar na história. PARABÉNS mesmo.

    ResponderEliminar
  2. uao *.*
    deixaste-me com uma lágrima no canto do olho Sara :o está perfeito!

    ResponderEliminar

deixa tu também letras soltas no caminho