quarta-feira, 29 de junho de 2011

Acordei ao teu lado, deitados na areia. O cheiro a maresia e um crá crá constante tentava invadir o espaço onde na noite anterior tinha sido espelhado o amor em doces tragos debaixo de um pequeno cobertor. Os meus braços. O teu leito.
De mãos dadas a passear na rua. Uma vendedora ambulante com mil e uma maçãs do amor. E tu, lambona, agora a comer uma sem me ligar nenhuma. Eu rio-me a olhar para ti. Um babete. É isso! Um babete.
Sentado numa pedra à beira de um lago e tu a mergulhar, nua. A cascata ao fundo a fazer aquele barulho característico e o arco-íris para culminar o cenário. Espera por mim. Mergulho em busca desses seios perfeitos, dumas ancas onde possa encaixar as mãos duns lábios para me perder, puxar-te para mim, amo-te. Tal como eu gosto, perco-me no teu sorriso inocente que vejo surgir por entre duas bochechas coradas de vergonha.
Debaixo desta água salgada é onde me procuras. Vens sentar-te ao meu lado enquanto observo um peixe balão, ao qual prendo um fio e te ofereço. Vamos passear. Ver as algas, as alforrecas, as baleias! Olha ali um navio afundado. Vamos ser caçadores de tesouros?
Hoje está lua cheia, pedi-lhe para brilhar para nós. Anda senta-te. Escreve os nossos nomes aqui onde nunca poderão ser apagados. Vamos! E lá vamos nós em correrias, eu a correr atrás de ti e tu a tentar fugir do que também desejas intensamente. Lá em baixo tiram-nos fotografias. Apetece-me ficar aqui contigo até que elas fiquem a preto e branco.

Se eu fosse Deus, teria feito o mundo mesmo assim. E não diferente. Assim tinha-te a ti.

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deixa tu também letras soltas no caminho