segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
S[ab]es[?]!
Ama[s]-me[?]!
Pega em mim.
Despe-me.
Tira-me este cheiro a solidão d'alma, est'amargura do corpo!
Beija[s]-me[?]!
Anima-me meu corpo gelado, desperta o ardor que no meu âmago jaz calado.
Torna rubros meus lábios cianosados pelo d'uso. Torna-os encarnados cravos desabruchados, maduros!
Abraça[s]-me[?]!
Daquela maneira que pega a alma ao colo.
É qu'ela é menina mimalha largada numa passadeira.
Está em pranto, está numa choradeira.
Ama[s]-me[?]!
Créditos:
Imagem: Angelina Jolie
Publicado: a 19/08/2010, in Zoo.Lógico.
(texto fictício!)
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Retrato
«Acho que complicas demasiado o que é simples. Às vezes é preciso deixares-te levar.»
Eu sou assim: demasiado lógica. Mas sou apologista de que nem tudo tem uma explicação. Mas procuro sempre achar o ponto da questão, embora me deixe vencer pelo: “só porque sim”.
Preciso de entender as entrelinhas da tua boca e as falas do meu coração. Preciso de ouvir as badaladas da minha cabeça e seguir os movimentos do meu corpo.
Gosto de te analisar; Gosto de te compreender. Preciso de ver como é a correlação entre ti e os teus. É necessário para saber a diferença em “nós”. É um processo meu – analisar-te em particular; analisar-te em interacção; e por fim analisar-te em mim.
Não complico. Apenas estudo as situações.
Faço-o, porque me deixo levar demasiado pelas sensações. Adoro agarrar os momentos e pensar em consequentes só em casos extremos.
Sou de contrários. Não me concilio em meios-termos; ou é 8 ou 80. Mas sou uma metade!
Gostava de me saber balançar, mas tudo o que peso são opostos divergentes – realeza e fantasia.
Tenho duas dualidades; dois olhares que se cruzam mas não se tocam. Não sei identificar “o melhor” – cada um tem o seu tempo, o seu espaço e a sua estação. Escolher um, era abdicar de um ponto de vista, de uma direcção.
Não gosto de preferir. Não me sei decidir. Enrolo, volto a arrolar e mastigo o assunto. Faço uma bola de pastilha e fico a triturar o conteúdo até ao longínquo. Deixo que tudo atinja o ponto máximo: bola de neve, e não calculo seguintes.
Sob pressão, faço um “dolitá” e deixo que a ventura me abençoe.
Em tudo o que escrevo, deito-lhe um pouco de fé. A credulidade dos meus sentimentos.
Sinto; sinto muitas vezes ao dia. Sinto as formas, os moldes e as figuras. E sinto a dor.
É pela mágoa, que prefiro que tudo se prolongue em mim. Amparo tantos golpes, que não posso deixar tudo se quebre “em ti”. Mas preciso simultaneamente de protecção, de auxílio e de socorro.
Adoro esta dependência de abrigo de sentimentos; mas preservo toda a liberdade que deixo em margem.
Por consequente, não gosto de me sentir demasiado desamparada. Mas como gosto de me encontrar no meu espaço – em que analiso o tempo e as figuras; crio amizade com tudo o que cogito; Sou amiga das minhas ideias.
Em jeito de desabafo.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Não é fácil trocar o certo pelo incerto.
Agora que a despedida estava cada vez mais perto ela queria passear pela cidade à que tantos anos chamava de sua. Queria passar nas ruas que já tinha percorrido centenas de vezes, contudo, queria faze-lo de forma diferente, queria olhar com outros olhos, queria passar andar devagar e reparar em todos os pormenores que ignorava, queria saber as frases que andavam escritas nas paredes, queria saber o nome das ruas que calcava, queria olhar para as pessoas com quem se cruzava, queria sentir tudo como se fosse o inicio do fim. Horas depois, parou num dos seus sítios predilectos, dali podia avistar parte da cidade, a parte que mais lhe dizia. Ali sentiu que tudo estava a perder o sentido, sentiu o futuro não lhe parecia certo, sentiu que se é verdade que cada um de nós tem um lugar onde se encaixa aquele era o dela e que só ali poderia ser verdadeiramente feliz. Nesse momento, completamente envolvida pela nostalgia do passado e pela incerteza do futuro, percebeu que iria ser tudo menos fácil dizer Adeus Coimbra.
terça-feira, 24 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Os porquês do meu amor
Amo-te, simplesmente, amo-te. Amo-te porque sim e porque não, e também te amo sem porquês.
a minha última carta.
Fui a culpada de tudo por muito tempo e este é o ultimo texto que vou redigir, pelo menos para já, é melhor parar com a escrita. Acho que as palavras nos levaram aquilo que sempre temi, mas que fui superando aos poucos, agora tornou-se demasiado vizinho da minha casa, e não sei, mas acho que é melhor acabarem-se os textos longos e as listas de desejos. Não posso exigir nada de ti, nada de nós, porque se te quero dar e sempre que dou renasce algo novo para dar, não posso exigir receber o mesmo da tua parte. Houve um tempo, que hei-de guardar sempre no meu coração. Um tempo em que nos abraçávamos em lençóis brancos, um tempo em que ainda havia sonhos e ainda havia sorrisos. Tive de parar um bocado, sentar-me a um canto deste chão frio e escrever-te, como se fosse a última vez em que o fizesse ou em que o pudesse fazer.
Talvez um dia a nossa história já não exista, já não seja relembrada nem sequer vivida, mas sei que eu vou relembrar, porque é algo forte demais. Como te disse uma vez, desculpa partir todos os pratos da nossa casa, mas pelo menos nunca te fechei a porta, nunca te pedi para saíres, só queria que superássemos e apanhássemos os cacos juntos, porque não sou só eu que parto , não sou só eu que grito. Sempre me disseram que gritar era bom, que gritar libertava a alma mas eu agora não consigo gritar mais, acho que engulo em seco e nem vontade tenho. A minha vontade é enfiar-me na cama e não acordar já, acordar daqui a uns dez , vinte anos e ter passado isto tudo. Mas não sei. Acho que tenho de parar de chamar o teu nome, deixar de ter o teu número decorado e parar de exigir o que tu não queres. Desculpa. Nunca te quis magoar, nunca quis que isso acontecesse, mas parece que sim. Parece que o fiz mais que algum dia podia imaginar, só quero poder guardar a boa imagem que tenho de ti no meu coração e queria esquecer. Mas a garganta ainda está com um nó cego, o coração já não me vem visitar e foi contigo, e eu já não sei onde é que ele está. Já não sei abrir a caixa do correio porque sei que não vai ter nada teu, porque sei que (infelizmente) as cartas deixaram de existir, os sorrisos deixaram de ser trazidos pelas andorinhas e o sol encobriu-se. Sei porém que o amor é algo que não se esquece, que podemos ter dito muita coisa mas só nestas alturas é que medimos a altura daquilo que sentimos , e hoje sei que é amor (de verdade) aquilo que sinto por ti. Talvez um dia eu consiga parar de chorar, de relembrar o teu cheiro na minha almofada ou de sentir o teu toque na minha cara como a última vez em que os teus olhos mergulhavam nos meus, mas eu sei no fundo que para já é impossível exigir isso de mim própria. Achei que talvez fossemos eternos mas ontem tive a certeza que não. Não da minha parte, mas tive a certeza que o teu maior desejo era um ponto final e um final no livro. Eu queria escrever mais , mas agora sinto que serão só estes monólogos. Sinto que de qualquer maneira foste embora, que o teu sentimento pertencerá a outro momento, a outra história e o meu maior desejo, é a tua felicidade. Não sou orgulhosa nem egoísta, eu errei, de qualquer das maneiras , fui eu. Por isso, estou a fazer figas, estou a fechar os olhos e a olhar para as estrelas, com a chuva a cair-me na cabeça e a pedir para ser feliz. Eu não tenho mais força para me levantar, acho que desta me cortaram as asas, não sei se foram as palavras , ou a maneira que as disseste mas as palavras conseguem ser brutas. Prometo que um dia vou deixar de ter a necessidade de dormir com o peluche, prometo que um dia vou deixar de ser a menina ciumenta, a menina que causou todas estas confusões entre nós. Mas prometo também deixar de ser esta menina. Porque perdi demais por ser assim, por gostar das pessoas, por dar tudo por quem vai sempre embora. Acho que já não sei onde vou estar, passei o tempo a ajudar os outros, a ir a correr a sítios que ninguém iria por mim, a dizer coisas que nunca achei fáceis, a sonhar e a ajudar nos sonhos. Achava-me capaz de ajudar toda a gente, hoje já não. Hoje , já não sou capaz de me ajudar a mim mesma, precisava de me levantar, mas hoje não tenho força. Desculpa por ter sido assim, por ter sido parva, egoísta, ciumenta, falsa, estúpida , criança, infantil, causadora de todas estas coisas. Desculpa se não pensei em ti, se não te dei o suficiente , se não te fiz sentir o suficiente, mas dei muito de mim, dei tudo de mim. E se não acreditares, se tiveres dúvidas, se algum dia te perguntarem por mim, antes de responderes lembra-te de tudo o que passamos juntos, pode não ter sido muito, mas também não merece ser pintado de negro. Não te peço por mim, peço-te por aquilo que fomos, porque acho que é algo que pelo menos, merece respeito.E eu gosto de ti, gosto demasiado de ti. Mas agora está na altura de descalçar os sapatos e ir contar estrelas, falar com a lua, ou imaginar-te a ti. Porque é a única coisa que consigo fazer direito, sonhar contigo. E saber, que te amo, é a única certeza que tenho.
Desculpa por não ter sido capaz de ficar .
Foste a melhor coisa que me aconteceu até hoje; Posso não ter sido o teu primeiro grande amor, mas eu tenho a certeza que foste o meu, e não sei o que vai acontecer a seguir, mas agora, agora está a acontecer isto.
Amo-te muito (nunca te esqueças)
ps: sem exigências, podes não responder
domingo, 22 de agosto de 2010
Dúvidas.
Já aconteceu o mesmo a alguém?
estou intrigada.
P.S.- Pr[o]cu[rações]
- Traduz-me um "quero-te".
Deita um esgar agridoce ao quarto. Inspira e responde:
- "Quero-te" forma conjugada do verbo querer, que traduz desejo a, ou ânsia de.
O telemóvel põe novamente o quarto numa vibrante meia luz:
- Ahah. Boa explicação! XD
Adormece.
Imagem: by Alena Chendler, in here
[Pro]c'u'rações
Com esse teu jeito desajeitado de menino mimado, procuras-me.
Fechas um pouco os olhos e fazes aquele teu ar de criança pequena, sedento de carinho, de calor.
Procuras-me.
Mas afinal porque me procuras tu?
Não sabes tu que tenho defeitos? Não sabes tu que não sou boa pescaria?
Mas tu queres-me.
Nas noites mais escuras, lá vens tu procurar-me. Sedento. Atento. À procura.
O que procuras afinal? [Quem...]
[O] [que]m [quer]es tu, afinal?
Carinho?
Não há!
Afecto?
Não [to] sei dar.
Amor?
Não tenho! Esgotei-o quando tu mesmo [que agora me procuras] me deixaste ficar para trás.
Deixaste-me sem amor [mas plena de Amor] quando me atiraste para o teu espaço fechado.
Mas, ainda assim, procuras-me!
[Saberás tu que já não sou essa menina sedenta de afecto?]
Procuras-me.
Mas eu não tenho nada para te dar!
Tu fechaste a porta!
Queres-me.
Ou serei eu que te quero e na minha cabeça toco a melodia errada?
Queres-me?
Porque me queres tu?
Quem queres tu?
A menina de outrora ou a mulher de agora?
Procura[s]-me! [procuro-te!]
[Quer]es-me..
Porque [me quer]e[s t]u?
Lenço Azul
Era uma saia amarela com flores azuis, em tecido de ganga.
Era uma saia que lhe assentava pelos joelhos e lhe deixava a descoberto as pernas roliças.
Era uma menina de 6/7 anos, com uma saia amarela com flores azuis. Tinha na cintura, a segurar a saia, um lenço azul...
Os anos passam, deixa de usar saias, o lenço passa de cinto para a mochila.
Uma mochila azul de bombazine, às costas duma jovem.
Uma mochila azul de bombazine com uma estrela de ganga cozida e um lenço azul atado à alça.
Calor infernal, lá vai ela e um rancho de cachopos. Uma perde o chapéu e ela, tola!, desata o lenço azul da mochila e põe-lo na cabeça.
Ao fim da tarde a miúda achou o chapéu.
O lenço azul, esse, padeceu naquela tarde de Verão...
(06/07/2010)
(13/07/2010)
sábado, 21 de agosto de 2010
decalcando sensações
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
estranha solidão
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
pooh bear,
Winnie the Pooh
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Às vezes acho-me demasiado insistente para contigo.
Às vezes acho que deveria dizer mais.
Eu vivo de dia e tu de noite.
A mim roubaram-me a liberdade à nascença, a ti, sempre ta deram de mão beijada.
Eu choro enquanto tu dormes.
Eu sinto saudades enquanto tu te divertes.
Eu aguento enquanto tu... também sentes saudades?
Temos diferenças, mas somos distantes?
Sinto-me culpada por não te poder proporcionar um conto de fadas, por ser uma boneca de trapos tão minuciosa que a qualquer momento rasga.
Peço-te desculpa por não ser uma princesa mas peço-te que um dia te finjas de criança e me leves.
Agarra-me bem a ti como se outro qualquer brinquedo nunca tivesse existido. (As bonecas não são só para meninas).
Guarda-me num local onde te possa contemplar e onde o teu olhar se cruze infinitas vezes com o meu sorriso. Por fim beija-me.
Agora espera que me torne humana tal como os sapos se transformam em príncipes.
Feito isto posso falar-te.
Queres ouvir uma coisa?
(um sussurro e já te disse tudo)
domingo, 15 de agosto de 2010
sábado, 14 de agosto de 2010
[B]an[co] d[e esper]a
Porque não vens?
Estou sentada à tua espera: o sol já desespera, a tarde já exaspera, eu já suspiro, aperto no peito, mal respiro...
Onde foste?
Porque não voltas?
Perguntas com resposta! Retóricas desnecessárias que ponho a mim mesma.
Ninguém fica... Só eu, eu!
In[sist]ê[ncia]s, tola[s], tão tola[s]...
O sol abraça o parque, acarinha as crianças que correm atrás das bolas, dos pais, umas das outras. Eu aqui sentada, flor ao vento aba[ndo]nada, tenhop o fantasma de ti no colo, do teu beijo no meu rosto sendo pegado.
Onde estás?
Porque foste?
Sem sentido, foste nesse teu chinelo vagabundo. E eu estou aqui, a espera de ti, sabendo que não vens.
Porque nunca to disse?
Porque de meus lábios nunca o ouviste?
Borrega
(02/05/2010)
Foto: Parque Corgo, Vila Real@todos os direitos reservados
[Fin]ais.
Eu bem fui ao palco, mas não houve cortinas a fechar nem aplausos no final. Não houve um happy ending, mas também não foi um drama. Não houve uma última música, última dança ou frases feitas na despedida. Não houve lágrimas e, nem sequer, houve um 'adeus'. Apenas houve um abraço, um sorriso e um feliz desenlace. E um 'até amanhã'.
Só que nós sempre soubemos que o amanhã não viria.
Então é isto o fim?
Não há direito a 'desforras' como nos jogos de cartas que tanto gostamos? Nem moeda ao ar para decidir o destino que não sabes escolher?
É só isto?
É isto o fim?
Assim, simples, concordante, banal... É isto o fim?
Então é isso.
É assim que se acabam as histórias de amor que mal tiveram tempo para começar...
É isto o fim?
a bombeira devorada pelas chamas
esperança
despontava como o nascer do sol, qual ramo de oliveira.
ardia-lhe no peito uma chama de amor imenso.
era um sorriso - talvez um pouco mais.
oferecia em cada dia o que era e o que tinha.
ardia-lhe no peito uma chama de amor imenso.
era uma heroína - talvez ainda mais.
e fazia da vida uma eterna luta, contra a dor e a injustiça.
ardia-lhe no peito uma chama de amor imenso,
mas a chama que lhe devorou o corpo foi acesa por outras mãos.
foi de apenas vinte e um anos, mas a tua vida valeu a pena. obrigado, Josefina.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
apaixonar
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Calcando velhos amores.
Alerta!
- crónica: uma vez infectado, é para toda a vida.
- contagiante: quanto mais amor há, mais amor se cria.
- recíproca: quanto mais se dá, mais se recebe.
- degenerativa: se mal tratada, pode corroer o corpo e a alma
- geral: ninguém está imune a esta doença.
- palpitações fortes na zona esquerda da caixa torácica.
- cócegas na zona abdominal – sensação geralmente descrita como “borboletas na barriga”.
- excesso de timidez.
- estado de ataraxia com cara de parvo/a.
- criar barreiras aos outros, não os deixando conhecer o verdadeiro “eu”.
- viver demasiado concentrado em si mesmo.
- inseguranças e medos vários.
- felicidade plena.
- segurança (por contradição ao 1.º efeito secundário, também se sente no amor segurança muitas vezes).
- lamechice
- romantismo
1.ª fase: desejar
Caracteriza-se pelo desejo de conhecer alguém que mude a sua vida e pela crença no/a “Príncipe/Princesa Encantado/a”.
2.ª fase: apaixonar-se
Caracteriza-se pela aproximação sentimental de dois indivíduos, que acabam por identificar-se um com o outro, culminando na decisão de se unirem.
3.ª fase: fase cor-de-rosa
Caracteriza-se por uma extrema e exagerada felicidade, passando quase o tempo todo a pensar no indivíduo com quem se uniu na fase anterior. Tanto pode ter duração de poucas semanas, como de vários meses ou até anos.
4.ª fase: fase negra
Caracteriza-se por uma enorme quantidade de inseguranças e medos, com períodos de maior instabilidade. Nesta fase deixa de se acreditar em Príncipes/Princesas Encantados/as.
5.ª fase: plenitude
Caracteriza-se pela ultrapassagem de todos os obstáculos impostos pela fase anterior, uma felicidade grande e uma certa sensação de segurança e comodidade. Nesta fase volta a acreditar-se e a saber-se que existem Príncipes/Princesas Encantados/as.
6.ª fase: degenerativa
Esta fase é evitável e é a pior e mais difícil de superar de toda a doença. Caracteriza-se por um rompimento total com a união da 2.ª fase, acompanhada amiúde de uma série de erros estúpidos e de uma fase de negação da doença como tentativa de a superar, sendo esta tentativa quase sempre infrutífera e resultando em infelicidade crónica. Esta fase pode, porém, ser superada, mas apenas com uma luta intensa pelo regresso à 5.ª ou mesmo à 1.ª fase.
Um conselho do “letras no caminho” e do Ministério da Saúde.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
1, 2, 3: respira fundo, (re)começa outra vez
Vinham eles dois da azáfama hospitalar, querendo apenas uma cama para se deitar, pé ante pé até à cidade, naquela quente tarde.
Cruzam-se...
O cavalo, a passo ritmado, puxava o velho na carroça sentado e o cão, à sombra da carroça, os acompanhava.
Ali, apesar da citadina envolvência, nada destoava. Comensalismo natural, pautado por cascos de metal...
O cavalo avançava.
O velho do destino se aproximava.
O cão a sua fresca sombra acompanhava.
Eles, eles olharam especados, embasbacados com tal momento, com tal procissão...
1, 2, 3...
Respira fundo...
Aqui vai outra vez: com calma continuará atrás da sua fresca sombra, perseguindo a carroça da vida.
Borrega
(07/05/2010)
Caminho: Lordelo - Vila
Música: Karen Elson - Stolen Roses (apenas porque a descobri hoje [07/05/2010] e viciei!)
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Love is..
desvaneio nocturno.
A noite vai cada vez mais longa e aproxima-se o dia. As horas passam e a vontade de dormir tarda a chegar. Ao longe, a lua continua cheia e vislumbram-se milhares de pontos de luz, que na realidade são corpos celestes magnificamente deslumbrantes. Ao fundo, outros tantos pontos de luz demonstram a dimensão actual da humanização. Lá fora, a noite avança e ouvem-se os sons que pronuncia, lentos e vagabundos, misteriosos e incessantes. Cá dentro, o silêncio do vazio e os instantes que passam, levam-me até ti. Levam-me em direcção a ti, vezes e vezes sem conta, para depois me tornarem a levar. E novamente, entro no ciclo avassalador em que me deixes, no ápice momentâneo sem limites, no furação sem medo em que me queres prender.
Resisto, a pouco e pouco, aos teus actos, às tuas promessas, ao que deixaste para trás sem piedade e prometo a mim mesma que não fracassarei. Continuo, na guerra virtual com as palavras e tento encontrar as respostas que tu nunca foste capaz de dar. Escondo, o medo do vazio e defendo ofensivamente a minha dignidade.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Balão
Pulga
domingo, 8 de agosto de 2010
'Estória' de cordel
Era uma vez, uma mulher à beira mar acorrentada.
Vocês sabem, não é mesmo acorrentada, mas presa a uma promessa, presa a alguém...
Então todos os dias ela se levantava e, junto a um barco que a praia enfeitava, o seu terço de contas rezava.
Caracóis longos voando ao sabor da brisa, bailando com a maresia. O seu pequeno corpo para ali ia, todos os dias, quer o tempo carpa ou sorria.
Ela, uma mulher de pele curtida pelo sol, de singela altura e saia pelos largos e morenos tornozelos, acompanha aquele barquito de madeira na espera pelo novo amanhã que cada novo dia, cada nova onda, cada nova maré promete...
Acabam-se as contas, suas mãos estão agora prontas para mais um dia a lutar.
24/05/2010@enee
Imagem: daqui
leve.
O vento que nos leva algo que amamos, é o mesmo que nos traz algo que aprendemos a amar, nunca se esqueçam.
por vezes, merecia ser colocado no lixo,
fez-se dia.
outro dia, fez-se noite.
e houve um "eu e tu" em vez de um "nós".
e essa noite, fez-se dia.
o teu nome continua a ser a minha caixa de segredos.
e se todas as noites fossem à luz do sol?
sábado, 7 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
"I'm here and I love you"
Vem desconhecido, vem tu também bela forasteira.
Venham perder-se nos vastos oceanos desta terra de interior, que nada mais são do que searas e searas de interminável e vigoroso milho.
Vem e trá-lo pela mão, forasteira de olhos sagazes. Trá-lo pela mão, a esse desconhecido de cabelo cacheado e olhos verde vivo.
Vem e caminha nestas ruas direitas de curvas escassas e pouco estreitas. Por entre estas casas brancas de barra ocre e portadas verdes. Por entre as velhas e velhos que às suas portas se sentam esperando que a sombra amene o calor que afogueia o dia.
Caminha tu e ele de mãos entrelaçadas, sintam o sol a torrar cada centímetro da vossa pele descoberta, a queimar-vos a alma e a toldar-vos a vista.
Esta terra não tem muito para além da paz e sossego que o Verão avassalador lhe sopra d'entre as searas e o Inverno lhe reza d'entre as chuvas ventosas.
Mas, mesmo assim, venham, tu e ele, e fiquem sentados num qualquer banco de jardim. Vejam as ceifeiras levarem o milho e o Outono trazer os nabos, couves e que tais.
Esperem então, já dentro duma casinha de barra ocre e portadas verdes, embrulhados num cobertor multicolor, embalados pelas labaredas, que cantam crepitar e dançam calor e virá a azáfama das andorinhas e os bandos de garças pelas lavras.
Aí saiam de novo às pequenas e nada estreitas ruas, às mesmas ruas direitas e sintam o cheiro da terra remexida, pronta a ser renascida. O cheiro das gotas matreiras no alcatrão e no cimento, na terra e no vento.
E, num piscar dos teus olhos sagazes, Forasteira, e num brilhar dos teus verdes olhos, Desconhecido, estarão de novo de mãos suadas, coladas, caminhando na estiva brasal desta aldeia mesmal.
Nesse momento corram sobre o sol do meio-dia, passem as fronteiras desta terra e olhem para trás. Vejam bem na placa as letras negras que dizem: "Azinhaga".
Beijem-se em despedida, um beijo fervoroso sobre o sol escaldante, e fujam gritando: "Até um dia!".
"This is a dedicatory song"
Música: Blue October - "Brother"
Título: do livro"New Moon" de Stephenie Meyer
Imagem: daqui (penso eu, tenho tantas pelo pc que às vezes já nem sei)