quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

amor-morte



o amor é um mar de rosas
frias, suaves, deliciosas.

há lá dois corpos unidos sem pudor.

e cuidam das rosas com todo o carinho,
retiram com zelo espinho a espinho.

há lá dois corpos, que sonham com ardor.

em cada sorriso, há uma criança.
em cada palavra, um passo de dança.

há lá dois corpos, vestidos de fervor.

mas vem o ciúme, a raiva, a incerteza,
vem a mentira que lhes estraga a beleza.

há lá dois corpos, juntos a decompor.

e se esquecem o cuidado, e se desfazem o nó
as rosas murcham e morrem, ficam espinhos, só.

há  lá dois corpos, abafados pelo pavor.

e no desespero fogem, para qualquer um dos lados
e os espinhos se cravam, nos corpos abandonados.

há lá um corpo. e outro mais ao longe. há dor.

e ao tirar o espinho, fica um vazio gigante
é um pedaço de si, que deixou no amante.
sem cor.

há uma lágrima, por ter havido amor.

há lá dois corpos, mortos, no chão

6 comentários:

  1. Uma pena que o amor, muitas vezes, caminhe pelos piores caminhos. Acho que o causador de tudo é a mentira, que quando descoberta, leva a perda da confiança, ao ciúme exagerado, as constantes brigas, as palavras atravessadas. Pra mim é isso, é a mentira que mata o amor.

    Lindo post!

    Abraços.

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  2. 'há lá dois corpos, mortos, no chão'
    Os corpos poderão estar mortos no chão mas as almas amantes essas estão vivas talvez presas a um passado intemporal de um passado mas existem. O final não é o fim. E o amor nunca acaba há-de haver sempre um pedaço de nós que lhe pretence ainda que noutra época.

    Adoro a intensidade e profundidade das palavras a confundirem-se com a subtileza e naturalidade de petalas de rosa como se isso fosse acalmar a intensidade das palavras e sentimentos. No final tudo se confunde num resultado final subtilmente intenso - just like love.

    (:

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