quinta-feira, 29 de abril de 2010

já-nem-quero-saber


Nasci burra , ingénua e apaixonada . É por isso que me podes partir o coração uma e outra vez que eu só demorarei o tempo necessário para juntar todos os pedaços para poder voltar para ti . Nasci burra , ingénua e apaixonada . E é assim que vou morrer . Às tuas mãos .
É triste mas é a verdade .
( e eu estou-me nas tintas )
Dói-me a alma, como se tivessem arranhado um garfo na doce porcelana, dói-me a alma.
Não é o coração, hoje é só a alma...
Talvez o mundo ma queira levar, talvez a vida não seja mais que luar contaminado pelo querer mais do que se é, mas eu sou ao meu tamanho, tudo o que há em mim, é à minha medida, nem mais largo, nem mais curto, mas a alma continua a doer e não ma tirem , a minha é do meu tamanho, e na vida não há tamanhos iguais...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

Talvez hoje seja o dia de mudar de casa. De comprar uns novos cortinados, uma nova cama, uns novos lençóis. Talvez hoje, pinte as paredes. Talvez hoje, encha entre quatro paredes músicas que não conheça, que até desgoste, mas ouça. Enquanto as critico, não te vejo. Estou presa ao teu cheiro, presa ao teu amor. Hoje disseram-me que 90% dos relacionamentos com a entrada na universidade acabam. Mas quem é que anda para aí a fazer estudos desmedidos ? Eles acabam não nessa época, mas em qualquer uma. Agora mede-se o amor, com uma fita métrica como se fossemos por um prego e segurar lá um quadro, quando ele cair, acaba , risca a parede, mas pode-se pintar por cima ! É esse o erro, borrar , disfarçar e fingir, esquecer... Talvez hoje mude de casa, só assim te poderei largar, mas enquanto tiver de fazer as mudanças, sei, que te vou trazer sempre comigo...

domingo, 25 de abril de 2010

heart fellings

 Todos nós somos gente. E por sermos gente somos também seres pensantes. E por pensarmos, sentimos. E por sentirmos e saber que sentimos, por termos essa capacidade que somente nos compete a nós na sua imensidade mais genuína, sabemos também que existe um sentimento, uma sensação, que mais nenhum ser consegue captar tão incrivelmente e que nos torna também incrivelmente mais humanos. O amor. É disso que falo. É disso que sou feita, é disso que preciso.
 Por muito que o amor seja um paradoxo na sua forma mais pura, provocando desde a maior felicidade, felicidade essa que é inigualável, é capaz também de sufocar-nos, asfixiando o nosso coração, impedindo-o de respirar uma vida igual, a verdade, e sim, a verdade, é que necessitamos dele. Necessitamos dele como necessitamos da natureza, como é fundamental aprecia-la e respira-la, como precisamos da música, como precisamos de escrever, como precisamos de rir, como precisamos de momentos só nossos, como precisamos de ouvir o mar a bater nas rochas, como precisamos de nos deitar na relva para mirar o céu ou mesmo só para sentir a sua humidade e frescura nas nossas costas. A verdade é que nós, os seres humanos, necessitamos primeiramente desta simplicidade da vida. E o amor verdadeiro é isso mesmo. É o conjunto de gestos, de olhares, de sensações, de palavras, de calor, de sorrisos, de intimidade, de choros, de gritos, de alegria, de dor, de partilha, de amizade, de orgulho e admiração pelo outro, de ternura, de cumplicidade, de vazio e de preenchimento. E tudo isto, e tudo o que ainda é o amor, tem por base da sua existência a simplicidade. Porque sem simplicidade nunca existirá amor, e quando amamos verdadeiramente ficamos sempre mais gratos e sentidos se soubermos que alguém acorda antes do nascer do sol só para nos ver dormir e apreciar todos os contornos do nosso corpo do que se nos oferecerem uma viagem pelo mundo fora.
 Eu vivo para amar e ser amada e, talvez isso seja um erro porque implica significativamente maiores desilusões e sofrimentos, porém nunca conseguiria ser doutra maneira e eu sei disso. Porque eu já soube/sei o que é o amor e sei que não encontrei maior realização e felicidade sem ser a amar alguém, mas principalmente sentir que alguém que foi meu, me amava por igual.
 Se for preciso esperar cem mil anos para acordar de manhã com vontade de viver e sair a sorrir para a rua, então eu esperarei porque eu sei que não há sentimento igual. Tão naturalmente natural e nosso. Sem mais.

se calhar fiz o proibido quando, há dias, apaguei palavras que aqui tinha escrito. estavam a incomodar-me, diziam demais sem nada dizer, haverá coisa mais inútil? já não te vejo, já não te ouço. se ao menos soubesses. vim só pedir desculpa por ser a incerteza.

.

- Gostas de mim?
- Gosto pois.
- E porquê?
- És tramado, tu... Sabes engasgar-me muito bem. Ora, eu gosto de ti porque és a minha alma gémea, não sendo. Pondo isto de outros modos: és a minha outra metade, mas a simetria falha. Gosto disso. Não somos um. Quando duas pessoas se fundem, parte delas é suprimida para entrarem em modo de compatibilidade. Nós não. Nós resistimos à unificação. Completas-me, deixando o espaço ideal para que me complete a mim mesma.
novo blogue: nulidades
Quando todo o mundo te pergunta o nome do tal, como te sentes?
A mim apetece-me dizer-lhes o meu nome. Bem alto, com um tom bem profundo e abrangente para que todos percebam que me amo. Não te quero manter segredo muito menos encobrir-te, quero apenas que percebam que és tu que fazes com que eu goste de mim, e incrivelmente, com que eu suporte o mundo com um sorriso nos lábios. Não é fantástico ter toda a paciência do mundo quando nos entregamos a alguém? É demasiado surreal para parecer verdade.

sábado, 24 de abril de 2010

ao autor do blogue

como muitos por aqui, vou desejar os parabéns ao nuno, criador do blogue e, pessoalmente, o melhor amigo que já encontrei ;D foi tanto a separar-nos, e mais a unir-nos!

alinhem e façam uma dedicatória ao rapaz que nos juntou neste espaço em que já desabafámos, gritámos e chorámos, rimos e adorámos simplesmente cada letra partilhada (:

PARABÉNS, meu NUNO!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Força

É uma motivação que nasce das profundezas da nossa essência quando a vida anda esfomeada de alegria. 
Umas vezes escondida, outras vezes à espreita pela porta do coração e ainda outras à vista de todos os sentimentos que conseguimos saborear e sentir à flor da pele e da alma. 
Mas será que essa força que tanto dizem que explode e que está escondida algures dentro de nós existe? Existe, sim, está em nós desde que abrimos os olhos para a vida real. 
E é essa força que nos faz crescer como pessoas que somos, que nos faz tornar melhores, maiores e com mais qualidade. 
Porém, essa força exorbitante que nas situações mais complicadas se omite, dói. Então, se hoje preciso de essa força para crescer, prefiro ficar pequenina para sempre, porque para conseguirmos ser realmente fortes, precisamos de fazer arder feridas passadas.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

bata-se na madeira - não vão as palavras fazer-se perceber. mas há que deixar o rio transbordar, há que deixa-lo beijar as margens, inundar as terras infrutíferas que de cardos & silvas se alimentam. e nós sabemos a que sabem os cardos, provámos dessa seiva vezes sem conta, como se fosse um elixir capaz de nos devolver a eternidade (& não estou certa de alguma vez a termos possuído). e vês? tenho problemas com a realidade.

Obrigada!

Quero agradecer o convite para fazer parte deste conjunto de emoções, que foi aceite com muito gosto.
Obrigada!

segunda-feira, 19 de abril de 2010

[Im]previsibilidade

“Não quero falar contigo”

Frieza. Conveniência. Sinceridade.
[Im]pediade piedosa.
Terá sido?
Magoa. Desilusão.

Até os aquecedores estão frios.
Tal como [eu], sem [ti].



[Parabéns ao letras.. (: ]

Forças

Julgamos que é a pior coisa do mundo, que nos vai consumir por dentro, destruir cada memória e no seu lugar colocar dor e sofrimento. Achamos que já não sabemos viver assim, queremos aquela vida, temos medo de sair daquele porto seguro, que nos dava aquela sensação de calor e paraíso. Tememos a saudade, a vontade de voltar a consumir só mais uma vez, dispomo-nos a ser um amor descartavel para tentar substituir o que antes existiu.
No meio de tudo isto, esquecemo-nos de nós, da nossa componente singular. Acredito que podemos ser completos sem a dita cara-metade, temos força para muita coisa, basta dominar este medo irracional. Somos capazes de revirar o mundo, somos capazes de ser felizes!

(Parabéns ao letras e em especial ao criador,
por esta ideia maravilhosa!)

um ano do "letras no caminho"

Faz hoje um ano que começou o "letras no caminho", que começámos a soltar rascunhos e sentimentos no caminho uns dos outros e a partilhar este lugar. O que começou por ser uma ideia condenada ao fracasso, é hoje esta grande família, com 32 colaboradores e 227 ávidos leitores.

Aos que entraram, aos que saíram, aos que nos seguem e aos nos lêem, um enorme obrigado por fazerem parte desta grande família!

domingo, 18 de abril de 2010

Desculpem o tema.


Morte. É das poucas coisas que temos a certeza na nossa vida. Um dia, todos o sabemos, a morte bater-nos-à à porta. Sem justificações. Aparecerá e levar-nos-à.
A forma como a vemos varia. Varia conforme as coisas em que acreditamos, consoante a forma como vemos o mundo.
Contudo não pensamos muito nela - felizmente, talvez. Vivemos a nossa vida como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Pois bem, não o temos. Não temos porque ela chega sem mais nem ontem e rouba todo aquele tempo que achávamos que tínhamos. Em plena infância, quando ainda nem sabemos bem o que ela é, a morte aparece, rompe as cortinas dos sonhos e leva-nos. Com a mesma rapidez. Em plena adolescência, por entre os problemas existenciais, no meio de toda aquela vida que ainda há para viver. Depois, em adultos, quando se trabalha para o descanso que já não vem com a reforma. Por fim, se não atacar em alguma destas fases, aparece na velhice e impede aquelas mãos enrugadas de ver o neto tornar-se Doutor.
Ela vem sempre. E não porque a chamamos. Nunca por isso.
É, então, quando ela bate na porta do lado, que paramos. Paramos e pensamos: "E se tivesse sido comigo?" Pensamos em tudo, TUDO, o que ainda temos para fazer, para dizer, para viver. Matutamos nisso. Mas depois, depois, esquecemos. Esquecemos o quão perto ela esteve de nós e não vivemos. Porque a maior parte das vezes nos esquecemos de fazer isso: viver.


Desculpem o tema.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

conseguem ouvir o silêncio?
sou todas as palavras que ficaram por dizer, a personificação da saudade. sofro de ausências que provoquei, lamento sonhos que matei. vivo o futuro com a esperança no passado, sempre caí no erro de ignorar o presente. estudo cinema, desenho quando tenho tempo e quando não tenho, o primeiro amor é mesmo para sempre: Sporting Clube de Portugal. apresentações feitas, convidaram-me para participar no letras no caminho, aceitei de sorriso inevitável e um obrigada de gratidão.

segunda-feira, 12 de abril de 2010


Não me importa a cor do quarto, os móveis que possam existir. Não me incomoda uma janela fechada, nem uma janela aberta. Não me seduz se a cama está ao sol ou à sombra, feita ou refeita, colorida ou escura. Por mim, adorava os lençóis enrodilhados de igual modo que aos engomados; adorava uma janela aberta e uma fechada; um dia de chuva ; um dia de sol; uma cor garrida; uma cor discreta; um pijama justo; um pijama largo; almofadas grandes; almofadas pequenas . Mas tudo isto, se prometeres cá ficar. Porque os teus pés gelados, transformam este quarto numa Antárctida mágica, onde o sol só se põe uma vez por ano e nesse dia, é o dia em que tu vens. Quando fores, o quarto estará diferente, mas o lençol abraçar-me-à com o teu cheiro, com a tua lembrança.
E quando vieres, o sol já se poderá deitar em paz, pois o sol só se põe quando o amor entre ele e a lua está preparado para renascer.

Amor é uma longa caminhada
Com muito por descobrir
É uma montanha a ser escalada
E que nem sempre conseguimos concluir

O amor é o inesperado
É sofrimento e alegria
É um tesouro encontrado
Recheado de sonhos e magia

O amor é um lago de ilusões
Que conserva em si as maiores paixões

domingo, 11 de abril de 2010

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Desafio! (:

PARA TODO O LETRAS NO CAMINHO (:


Passado meses deste desafio ter sido lançado, cá estou eu a concretiza-lo. A minha Catarina [pessoa que me passou este desafio] sabe bem que não resisto a um desafio e que, como tal, iria ser uma das pessoas que lhe responderia. (: Talvez não o tenha feito tão prontamente como esperado, mas o que importa é que aqui está!
Obrigada meu anjo.. deste-me semanas de pura atenção a mim e ao meu dia-a-dia. É que, sabes, nunca tinha reparado na quantidade de "manias" que tinha! (:


O desafio é o seguinte:
Regras simples, cada bloguista participante tem de enunciar 5 manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher 5 outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". [Cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue].

Assim sendo, as minhas manias são :
  1. Não conseguir estudar ou trabalhar sem música (ou outro som qualquer) como ambiente de fundo.
  2. A primeira coisa que faço quando acabo de tomar banho é secar a cara.. simplesmente não gosto da sensação de ter o rosto molhado!
  3. De olhar o céu e procurar as estrelas, todas as noites, esteja onde estiver.
  4. De me sentar no chão quando quero ter uma conversa séria com alguém.
  5. [E por último, mas nem por isso menos importante] Dizer as pessoas de quem gosto, todos os dias, “Gosto muito de ti” (:
Os cinco blogs são:
  1. Letras no caminho (E isto é para TODOS os contribuidores deste blog. E todos devem fazê-lo, porque não?, aqui no letras) =D
  2. Pedacinhos de coração
  3. Zoo.Lógico 
  4. Somewhere over the rainbow
  5. Um chocolate à chuva

[Post in Streetlight - hoje mesmo]

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Eu não sei porque acredito. Porque me iludo com simples factos. A segurança que me dão estes simples gestos. Inigualável.não sei porquê. Mas dá-me força. Por momentos acredito em mim. algo que nunca fui boa a fazer. Talvez seja esse o problema. Confio mais nos outros do que em mim. Tenho mais estima em todos do que em mim. E de certa forma esta ilusão "real" dá-me segurança. Mas tal como numa montanha russa...a confiança dura pouco, e a descida para a insegurança é rápida como uma bala.

Terras


Vagueio contigo pelas ruas daquilo a que alguns chamam a nossa terra. Pequena, confusa, repleta de mulheres de mãos nas ancas e vozes em tons elevados e seguros. Mas nossa. Como eu gostava de dizer que sou tua. Creio que, por vezes, achas que o sou, quando afundo a minha boca no teu perfume adocicado ou quando me dizes que o meu cabelo e as ondas do mar nasceram no mesmo dia, do mesmo ventre. Mas eu deixo a cabeça tombar para trás num riso sentido, alegando que sou filha única, que o mar e eu não somos irmãos. Fazes-me perguntas difíceis enquanto passam na rádio sentenças do nosso amor incógnito, perguntas para as quais eu tenho respostas. Nunca as digo. Baixo os olhos e vejo já a tua mão gentil pousada na minha, apertada por vezes, contida, num entendimento divino de quem percebe e compreende medos antigos, batalhas travadas, lutas interiores.
Queria muito chamar-te casa. Poder voltar para ti a cada anoitecer. Tornar-me um hábito dentro de ti. Ser a tua terra, deixar que me cultivasses, dar bom fruto. Ser tua, ainda que pequena, confusa, de mãos nas ancas e voz em tons elevados e seguros.

terça-feira, 6 de abril de 2010


«Vai ser a última carta que te escrevo.» É este o meu pensamento todas as noites, mas para ti as palavras não têm fim, as forças parecem sempre renovar-se e o meu coração reage por ti. Sabes, fui parar àquele hospital das memórias e o meu coração deixou de bater, deixou de sonhar, deixou de respirar no dia em que tu partiste. O meu desejo é ir ter contigo, aí, nessa estrela onde agora moras. É estranho como me conseguiram reanimar, e como eu desesperei com tal cura. Amor, eu já não tenho cura e as pessoas teimam em curar-me. Não entendem que quando o coração vai embora, o espaço que ele ocupava não deixa de existir, fica ali, um vazio enorme, um buraco no peito que já não palpita. A alma fica a morar sozinha, sem vizinhos, sem conversas paralelas , sem direcção. E o que farei eu? Ficarei aqui, sem coração, sem sentir, sem respirar. Amor, o meu coração deixou de bater nesse dia , nesse dia áspero da tua partida... Agora , já não posso ansiar a tua chegada, já não posso correr para o teu colo nem te ver a fumar um cigarro na berma do carro. Amor, hoje prendi o cabelo. Prendi-o todo para trás e saboreei o vento, talvez o vento me possa formar um coração, me possa encher as bordas do vazio, mas tudo isto é um impossível. Os médicos dizem que ainda o tenho, mas eles não sabem o que eu sinto, nem eu lhes quero descrever. Talvez esteja na hora de eles me apagarem as luzes, me deixarem morrer a esperança e me deixarem ir para o teu lado. Mas eles teimam em manter-me viva, mas eu estou vazia, vazia por dentro. Vagueio na rua sem nada, sozinha. Aprendi de tudo contigo, menos a ser de novo autónoma para agir sozinha, para sorrir sozinha, para viver, sozinha. A solidão é o que eu mais desprezo e o que mais me inquieta.
Amor, o que faço aqui eu? Escrevo sem destino, mas para ti. Escrevo e penduro nos candeeiros das ruas vagas à tua procura.
É incansável este sufoco tremendo de não te ver mais mas agora talvez esteja na hora de te deixar em paz. Vai ser a última amor, prometo. E vejo os teus olhos , tocarem-me no coração e dizerem-me «conheço-te como tudo, para ti nunca há um dia que seja o último» mas amor, agora é o dia, agora eu vou embora, vou-me esbater num sufoco intenso , num sufoco mais invisível que o começo do abandono do meu coração.
Amor, dorme, eu estou aqui...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Amanhã...

"Amanhã fico triste, amanhã, hoje não. Hoje fico alegre, e todos os dias, por mais amargos que sejam, eu digo: Amanhã fico triste, hoje não. Para Hoje e todos os outros dias!!"



 

(Encontrado na parede de um dormitório de crianças do campo de extermínio nazista de Auschwitz)

sábado, 3 de abril de 2010


Sempre que as borboletas entravam na minha janela, me empurravam as cortinas e dançavam no meio daquele branco puro , coloridas, eu sentia a tua falta. Nessas primaveras de amor perfeito, nessa dança de coração vazio e sombrio... Mas quando elas vinham , sendo a tua ausência sentida em todos os cheiros e sabores, era mais forte. Talvez por teres cuidado de mim como uma delas, talvez por teres pegado no pincél e teres pintado e retocado todos os dias as cores das minhas asas, e talvez ainda, por as teres desenhado cada vez que se partiam nas florestas da vida.
Mas amor, agora eu não sei muito bem tratar de mim, só tu o sabias e mesmo assim, só tu ias buscar a inspiração a estes animais tão pequenos e garridos, que vêm até mim e dançam.
O que significa? Não sei bem, talvez signifiquem o teu pensamento. Talvez, todos os «talvez» que encontre sejam as saudades que sentes, eu sei que não querias partir, mas o coração é mais forte que nós, e onde quer que estejas, talvez elas sejam tu e eu também tenha de cuidar delas, como se fosses tu. Talvez seja altura de libertar a rainha do frasco de vidro que me deste, aquela que tem as mais bonitas cores, as mais esbeltas asas e o meu coração, tu, estás livre, voa meu amor.
As pessoas tratam de nós, como gostavam de ser tratadas. Talvez o problema seja que não podem ficar para sempre, por mais que queira, o coração encontra sempre novas cores.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Próxima paragem

Prendias-me; prendias-me depois de me (re)achares, todas as noites: do mesmo modo, no mesmo sítio, até amanhecer. E novamente deixava(mos) tudo pendente, tudo o que me (re)defrontei, tudo o que (re)achei. Mas perdíamo-nos... (só) mais um dia na exploração da fantasia.

Desconhecido: era assim que queria que perdurasse. Ainda, nem sei bem quem és, mas não o quero descobrir, porque eu sei que a tua faceta muda consoante a hora do teu dia.
Ocultei(-o), mas adianto que me disse tanto, embora escondido.

(Mas) agora, estou de partida; para a próxima paragem.