sábado, 7 de agosto de 2010

Na vida é assim: andamos muitas vezes à volta e raramente conseguimos estar direitos. Está-me a apetecer sair deste carrossel, desta montanha russa que gira , gira, e dá voltas. Voltas essas que me fazem ter mudanças radicais, mudanças que se as fossemos a medir equivaliam a 360º .
Porque que teimas em ser assim? A não escutares quando te falo e a exigires que te escute quando querer falar. Sempre que te tento chamar, baixinho, com carinhos e com o meu coração nas mãos tu não acordas mas adormeces ainda mais e quando acordas, quando acordas , não te lembras. Não te lembras das palavras, dos beijos silenciosos ou das lágrimas que te foram cobrindo durante a noite. Amava-te : Um dia talvez te conjugue este verbo. Mas hoje não sou capaz, eu hoje amo-te. Amo-te com tudo o que esta palavra pode trazer e não o digo porque sim, digo-o porque não sei. Porque não sei o que me dá na cabeça mas quando te vejo parece que o meu estômago se contorce cá dentro e não me apetece ver-te partir; Porque não sei o que me dá na cabeça mas quando te vejo os meus olhos ameaçam chorar, enchem-se de um líquido que ainda não sei o que é mas que só tu mo trazer; Porque não sei o que me dá na cabeça mas quando encaixo a minha mão na tua o sangue corre-me mais depressa e ferve em mil e uma variações sentimentais que nunca fui capaz de te descrever.
E eu sei , eu sei que erro. Mas quem não erra? Tu também erras e és homem . Eu sou menina, menina porque pinto os lábios e saio á rua e quando te vejo choro cá dentro. Eu erro porque acredito que podia dar-te a lua e fazer com que fosses mais feliz. Mas hoje não me sinto bem, parece-me que estás a ir embora. Que tudo o que te digo exige um ''o que?''. Parece que tudo o que te digo tu não ouves, que chega a ti numa frequência fraca e desencontrada. Talvez não sintas o meu cheiro á muito tempo, talvez não me veres fez com que tu já sejas capaz de conjugar o verbo no passado. Mas , ainda não o conjugas-te a meus olhos e eu queria poder conjugar-te o meu verbo: aquele que me irradia a alma e me faz ter um coração inquieto.
Hoje, hoje custa-me adormecer, custa-me olhar as minhas mãos. Mãos que estou habituada a ver entrelaçadas nas tuas; Mãos pequenas ; Mãos de menina. Hoje , hoje eu precisava de umas mãos grandes e fortes como só as tuas sabem ser, umas mãos que fazem com que as minhas sejam simplesmente a minha transformação. Continuando uma menina, mas uma menina nos braços do seu Homem.

7 comentários:

  1. Simplesmente belo.
    Eu já sei conjugar o verbo no passado... Amei.
    Mas ler-te fez-me relembrar o sentimento muito bonito que tive...

    Obrigada

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Na frase da 6ª à 7ª linha, será "queres" em vez de "querer"? Btw, fez-me lembrar uma música.. "compromisso só magoa, só obriga e força coisas, tipo, eu já não oiço e falas quando já só quero que oiças".. foi dito de outra maneira mas segue a mesma ideia. Gostei do texto :)

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  4. PERFEITO *-*
    eu ainda não sou capaz de conjugar o verbo "amar" no passado, e sabe, apesar de tudo, não sei se quero. Porque me soa triste demais, esse "amei" me faz sentir uma criatura menor do que eu mesma sou. Parabéns pela coragem, prezo quem exprime seus sentimentos mais profundos, e ainda mais, da maneira como você descreveu. Se cuide :*

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  5. perfect *.*

    apesar de muitos não concordarem comigo, eu acho que o verbo amar não pode ser conjugado no passado, porque quando se ama é para sempre, é sempre presente e futuro!
    se há um sentimento que deixa de se sentir, esse sentimento nunca foi amor!

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  6. Diz-se "Amei" por uma questão de politicamente correcto, de adequação do verbo há não mais presença desse alguém connosco...
    Também concordo que o sentimento esse, se verdadeiro, fica sempre connosco.

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